quarta-feira, 23 de setembro de 2020

histórias davóinha: Josino (I05j - o fogo nas gota do choro)

Josino: I - a aparição da vida

o fogo nas gota do choro
Ensaio 05j – 2ª edição 1ª reimpressão


baitasar



Meu hôme me chama, Milagres, Chama de novo, Milagres...

a muié qui foi batizada com nome de gabriela pelo siô clemente a deus 
 A negrinha precisa ter nome de gente , uqui mais queria era sê chamada milagres, É assim qui gosto disê... 

Uqui ocê tem pra me dizê?

as lágrima dusóio e o suô quente encarnado nas costa lascada se juntava, agora era o tempo de chorá a sudade assim, um nos braço dotro, depois ia tê o tempo de chorá sudade sem sabê da volta qui podia num voltá mais nem mandá novidade de aviso, Queria sê só alegria e dança pruseu sóio, meu pretu. Mostrá eu sempre qui quero vê useu sóio guloso, oiá sempre quié do gosto diêu vê a belezura do meu pretu. Adoro lambiscá ocê cusóio, prová duseu gosto com as mão, engoli o seu aroma qui me qué, lambê a boca qui chama eu, chama de novo, Milagres, Chama de novo, Milagres, Agora, é só abrí usóio, meu pretu.

Ocê vê, pruguntô josino, usóio grudado nos sonho da escuridão estrelada, a lua qui atende toda terra do amô?

Vejo ocê, respondeu milagres, usóio grudando as vontade da vida, qui se entra todo com seu amô.

A lua, muié... óia lá pra cima... óia a lua, apontava com o dedo espichado pra lua crescendo, viu? Tá parecendo nossa rede do amô, ocê reparô? Ela tá ali, oiando sozinha, pendurada na escuridão, a barriga avolumando, as ponta da rede agarrada nas mão zelosa de Oxum. E ocê mais eu esparramando as coisa do amô na lua.

milagres colocô a mão na boca do hôme e pediu pra acalmá as palavra, agora qui eles tava junto queria as palavra dentro dela, as mão lambiscando gulosa o seu desenho de muié, Agora chega de oiá pra lua. Já tá na hora ditê sua lavação.

o fogo nas gota do choro da milagres aquentô a água inté fervê e ensopá as erva, tava com as planta da cura nas mão, socava elas do modo qui aprendeu com os mais antigo, inté podê fazê uma papa, depois acomodava o ensopado das erva nas ferida das costa

e cantava, Esse é o meu amô, quero brincá diamô, num mundo diamô, chega lua, chega de caçoá, deixa o amô chegá, abre os caminho, ninguém sabe das mágoa, só ocê sabe ó lua qui num sei esquecê esse meu amô.

e ficava verde clara, tava como as água iluminada qui revela as areia do fundo enquanto lambia as buniteza do seu hôme 




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é bão lê tumbém...

histórias de avoinha: Josino (I01j - o beijo da terra)
histórias de avoinha: Josino (I02j - a belezura na escuridão estrelada)
histórias de avoinha: Josino (I03j - fada ruim)
histórias de avoinha: Josino (I04j - quando vai mudá?)

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