mulheres descalças
Simão
Ensaio 127Bzc – 2ª edição 1ª reimpressão
baitasar
Os dentes?... Todos no lugar... e bem branquinhos, respondeu cheio de confiança – ninguém chega na função de vendê uspretu sem tê essas resposta pronta, já devidamente apurada e deslindada –, pronto pra mandá a miúda abrí a boca, sabia qui tinha a mercadoria quiusiô ajeitado na vida tava interessado, Uma boneca escurinha de carne e osso, bonita, limpinha, os dentes bem branquinhos, mas não sei por quanto tempo, pensô dizê, mais num disse, queria vendê pra já e mais esclarecimento num ia dá, Afinal, esse sinhô não me parece sem sorte, mas também não aprenta tocar piano. Ele enxerga bem, gosta e já está negociando quando procura algum defeito. Choro de comprador mão de vaca, então avisô qui num ia entrá naquele jogo de ajuste e desajuste duspreço qui um queria pagá e otro queria recebê, O sinhô sabe muito bem, a negrada pé no chão não precisa da dentadura, as gengivas enquanto estão bem vermelhas dão conta da ração recebida.
o siô paternal oiô pras duas miúda leitosa e pruguntô, O que vocês acham, meninas? Gostaram? Podemos procurar coisa melhor...
as duas se oiô, as cara de contentamento e aprovação num podia sê meió, elas num parecia creditá, Queremos!
o siô pai-compradô pruguntô oiando pras fia com feitio de munta ternura, mais tumbém com cara de preocupação, Vocês têm certeza? Não é a mesma coisa que o Simão. E o papai não vai ter tempo de dar muita atenção e cuidado. Desta vez, os cuidados com essa Antônia ficarão por conta de vocês. Entenderam?
Não se preocupe, paizinho.
firmô inda mais seu feitio dioiá bem pras duas, soltô um respiro de desistência, criá as menina sem a mãe num era tarefa de facilidade, voltô atenção pru trabáio-vendedô, Tem sido muito difícil desde que o Simão se foi. Ficaram muito tristes, foi um choque quando ele morreu, tudo muito rápido. Ficaram inconsoláveis. Então, prometi um presente, coisa de pai desesperado sem saber o que fazer com a tristeza das filhas.
É sempre difícil perder alguém que estimamos muito, o vendedô continuava querendo entrá na cabeça do compradô, esse Simão era o avôzinho das meninas?
Ah, não!, exclamô o siô dubão deus e um dusmais bem ajeitado moradô da villa risonha, era um mico-estrela de estimação que trouxe do Rio de Janeiro para as meninas. O animalzinho não se ajeitou com o frio.
____________________
histórias de avoinha: Toque, minha filha.
histórias de avoinha: Onde está a gaiola do Venuto?
histórias de avoinha: Deus te abençoe, minha filha
histórias de avoinha: um corpo febrento e para sempre culpada
histórias de avoinha: a dança dos dedo
histórias de avoinha: os pé e as bota de garrão
histórias de avoinha: Oh!... prugunta pra todas criança
histórias de avoinha: um império invisível
histórias de avoinha: uma sombra sem corpo não cruza as pernas
histórias de avoinha: Bagaço hipócrita!
histórias de avoinha: a vaga de marido
histórias de avoinha: a lua na escuridão
histórias de avoinha: chegô no piano
histórias de avoinha: o silêncio no brejo dos pensamento
histórias de avoinha: borboleta preta
histórias de avoinha: ôum velório de vida
histórias de avoinha: o siô ajeitado e as duas miúda
histórias de avoinha: é mansa...
Simão
Ensaio 127Bzc – 2ª edição 1ª reimpressão
baitasar
Os dentes?... Todos no lugar... e bem branquinhos, respondeu cheio de confiança – ninguém chega na função de vendê uspretu sem tê essas resposta pronta, já devidamente apurada e deslindada –, pronto pra mandá a miúda abrí a boca, sabia qui tinha a mercadoria quiusiô ajeitado na vida tava interessado, Uma boneca escurinha de carne e osso, bonita, limpinha, os dentes bem branquinhos, mas não sei por quanto tempo, pensô dizê, mais num disse, queria vendê pra já e mais esclarecimento num ia dá, Afinal, esse sinhô não me parece sem sorte, mas também não aprenta tocar piano. Ele enxerga bem, gosta e já está negociando quando procura algum defeito. Choro de comprador mão de vaca, então avisô qui num ia entrá naquele jogo de ajuste e desajuste duspreço qui um queria pagá e otro queria recebê, O sinhô sabe muito bem, a negrada pé no chão não precisa da dentadura, as gengivas enquanto estão bem vermelhas dão conta da ração recebida.
o siô paternal oiô pras duas miúda leitosa e pruguntô, O que vocês acham, meninas? Gostaram? Podemos procurar coisa melhor...
as duas se oiô, as cara de contentamento e aprovação num podia sê meió, elas num parecia creditá, Queremos!
o siô pai-compradô pruguntô oiando pras fia com feitio de munta ternura, mais tumbém com cara de preocupação, Vocês têm certeza? Não é a mesma coisa que o Simão. E o papai não vai ter tempo de dar muita atenção e cuidado. Desta vez, os cuidados com essa Antônia ficarão por conta de vocês. Entenderam?
Não se preocupe, paizinho.
firmô inda mais seu feitio dioiá bem pras duas, soltô um respiro de desistência, criá as menina sem a mãe num era tarefa de facilidade, voltô atenção pru trabáio-vendedô, Tem sido muito difícil desde que o Simão se foi. Ficaram muito tristes, foi um choque quando ele morreu, tudo muito rápido. Ficaram inconsoláveis. Então, prometi um presente, coisa de pai desesperado sem saber o que fazer com a tristeza das filhas.
É sempre difícil perder alguém que estimamos muito, o vendedô continuava querendo entrá na cabeça do compradô, esse Simão era o avôzinho das meninas?
Ah, não!, exclamô o siô dubão deus e um dusmais bem ajeitado moradô da villa risonha, era um mico-estrela de estimação que trouxe do Rio de Janeiro para as meninas. O animalzinho não se ajeitou com o frio.
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histórias de avoinha: os pé e as bota de garrão
histórias de avoinha: Oh!... prugunta pra todas criança
histórias de avoinha: uma sombra sem corpo não cruza as pernas
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