quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Festival Chaplin - Dia de Pagamento

Charlie Chaplin- Pay Day (1922)




A trama retrata um operário (Charlie) no dia que recebe seu salário.








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Sinopse

Charles Chaplin faz um operário que se diverte nos salões, mas ele acaba tendo dificuldades quando sua esposa descobre que em seu chapéu há todo o dinheiro de seu pagamento que ainda ele não o tinha feito. Com pouca dedicação ao próprio trabalho e uma esposa controladora, acompanhamos o protagonista utilizando praticamente todo seu dinheiro até o dia seguinte.


Elenco

Charles Chaplin - Operário

Phyllis Allen - Esposa

Mark Swain - Capataz

Edna Purviance - Filha do capataz

Syd Chaplin - Amigo de Charlie

Albert Austin - Trabalhador

John Rand - Trabalhador

Loyal Underwood - Trabalhador



Ficha técnica

Estúdio: Chaplin Studios
Distribuição: First National
Direção: Charles Chaplin
Roteiro: Charles Chaplin
Produção: Charles Chaplin
Fotografia: Roland Totheroh
Direção de arte: Charles D. Hall
Figurino: Mother Vinot
Edição: Charles Chaplin (não-creditado)



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Crítica




Guilherme Coral



Preferido pelo próprio Chaplin dentre seus curta-metragens, Dia de Pagamento já reflete a qualidade que veríamos em seus subsequentes longas, adotando uma linha narrativa clara, que mantém seu espectador entretido não só pelas gags, como pelo próprio carisma do ator/diretor. A trama retrata um operário (Charlie) no dia que recebe seu salário. Com pouca dedicação ao próprio trabalho e uma esposa controladora, acompanhamos o protagonista utilizando praticamente todo seu dinheiro até o dia seguinte.

A força da obra está na forma como retrata simples situações de forma cômica, utilizando, muitas vezes, a própria montagem para constituir o humor. O mais notável destes exemplos é Charlie empilhando os tijolos que são jogados pelo seu companheiro de trabalho. O protagonista os apanha com os pés, mãos, dobra dos joelhos. Aqui já podemos observar outra grande qualidade do curta: sua objetividade. Ele não peca pelo exagero, repetindo piadas ou estendendo-as por longos períodos de tempo, que poderiam, em última instancia, cansar a audiência.

O grande atrativo de Dia de Pagamento, contudo, não está propriamente dito em suas gags e sim na temática, que fisga o espectador através da identificação deste pelo protagonista. Para tal, o trabalho de direção de Chaplin é essencial, conseguindo tirar convincentes situações através da própria atuação e condução dos outros personagens da trama. Muito do humor vem simplesmente da movimentação dentro de quadro, reiterando a dificuldade de cada composição e a precisão como tudo é retratado.

Outro destaque vai para as cenas noturnas, que facilmente constituem o ponto alto da obra. A iluminação aqui apresentada facilmente salta aos olhos da audiência, exibindo uma iluminação traseira de forte impacto, que perfeitamente constrói o clima de devassidão apresentado em tais sequencias. Além disso, o trabalho de cenário já nos remete aos posteriores longas do diretor, trazendo um maior grau de detalhes e, também, um próprio destaque dentro da narrativa, sendo utilizado para compor muitas das piadas apresentadas ao longo da projeção.

O último dos curtas de Charlie Chaplin, Dia de Pagamento, é um filme cativante, seja pelo seu clássico personagem, seja pelo preciso trabalho de direção. Sua qualidade é evidente, tornando-se evidente na fotografia e no próprio roteiro, que nos conduz por uma jornada cômica fechada em si mesma. Não é curto ou longo, sendo da duração necessária para nos fazer ver e rever cada minuto de sua produção.

Dia de Pagamento (Pay Day – EUA, 1922)
Direção: Charlie Chaplin
Roteiro: Charlie Chaplin
Elenco: Charles Chaplin, Phyllis Allen, Mack Swain, Edna Purviance, Syd Chaplin
Duração: 21 min.



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