quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Festival Chaplin - O Circo

Charlie Chaplin- O Circo (1928)






um circo esfomeado e sem dinheiro
então, surge o vagabundo
"aqui tem, senhor!"












Sinopse

Um batedor de carteiras (Steve Murphy) está agindo em meio a multidão. Para evitar que seja pego, ele coloca uma carteira roubada no bolso do faminto vagabundo (Chaplin), sem que ele perceba. Quando a polícia se afasta, o batedor volta para recuperar o dinheiro perdido, gerando um tumulto que chama a atenção de um policial, que passava por ali.

O Vagabundo fugindo, tanto do batedor quanto da policial, acaba entrando acidentalmente no picadeiro de um circo local. Sem querer acaba entrando no espetáculo e fazendo grande sucesso com o público, sendo logo contratado pelo dono (Al Ernest Garcia), que irá se aproveitar dele, sem que ele perceba. O vagabundo ainda arranja tempo para se apaixonar pela acrobata, filha desse mesmo proprietário.


Mistério envolvendo o filme

Em 2010, foi lançado um disco de DVD extra no filme, com cenas que não foram ao ar na época. Uma dessas cenas fez muito sucesso, pois consiste em uma "mulher" com um sobretudo "segurando" algo no ouvido e conversando sozinha. Nesse mesmo ano, o diretor independente George Clarke publicou um vídeo na internet sobre o fato. O vídeo já teve mais de 3 milhões de visualizações e o público acredita ser um viajante do futuro, falando ao celular. Outra teoria não comprovada é de que seja um aparelho auditivo em formato de funil, usado no fim do século XIX e início dos século XX, mas muitos questionaram o fato dela estar falando sozinha, pois se estivesse usando tal aparelho não teria por quê falar. No inicio do filme nos créditos existe em algarismos romano as letras/números MCMLXVIII ou 1968 que mostra em que ano o filme foi produzido, o correto seria MCMXXVIII ou 1928 que foi o ano correto de produção, não se sabe porque Chaplin fez isso.


Elenco

Charlie Chaplin .... O vagabundo

Al Ernest Garcia .... proprietário do circo

Merna Kennedy .... enteada do dono do circo e moça dos cavalos amestrados

Harry Crockers .... Rex, o homem que se equilibra na corda

George Davis .... um mágico

Henry Bergman .... velho palhaço gordo

Steve Murphy .... batedor de carteiras






...



O Circo


por

em 13 de agosto de 2014







Como muitos sabem (e concordam) hoje em dia, Charles Chaplin se firmou como um dos principais exemplos sobre a arte de expressão da arte cinematográfica. Muitos de seus filmes e curtas, em sua maioria vendidos como comédias, iam da risada às lágrimas numa facilidade digna de um grande condutor, de um realizador que tinha plena consciência do que estava fazendo e levando ao seu público. Em meio a todo o sucesso alcançado por Chaplin em sua época, uma de suas personas, o chamado O Vagabundo, se tornou uma das figuras mais queridas da plateia, e não pra menos, o personagem protagonizou diversas das peraltices que Chaplin levava para as telas.

O Circo é uma destas obras. Apontado como um dos filmes menos politizados de Chaplin (e de fato, é uma das obras mais “descompromissadas” do diretor), O Circo é um dos ápices do diretor no que se refere ao uso do humor visual, da criação de gags criativas, as quais apenas alguém como Chaplin era capaz de criar. Neste sentido, não há como negar: O Circo é uma das grandes comédias da história, e algumas das melhores risadas do Cinema se encontram aqui.

Como sempre, Chaplin parte de uma premissa simples, mas quase tragicômica: o Vagabundo chega a um picadeiro que não se encontra em uma de suas melhores fases. Mas o dono do circo, ao perceber a facilidade com que o Vagabundo conseguia arrancar risadas da plateia, contrata o maltrapilho para trabalhar junto com a trupe, e logo o mesmo se apaixona pela filha do proprietário do circo, o que o leva a confrontá-lo pelo direito de ter a garota.

Nas entrelinhas, Chaplin debate o jogo de interesses e a desvalorização do talento do indivíduo, ou mais especificamente, o diretor elabora uma crítica à exploração trabalhista. Mas este discurso acaba ficando em segundo plano (o que em nenhum momento é algo negativo), com a atenção sendo voltada aos objetivos de Chaplin em trazer os mais diversos tipos de reações do público às suas gags, gerando diversas gargalhadas.

E que gargalhadas! Em seus míseros 71 minutos, Chaplin cria uma reserva de algumas das melhores gags do cinema, muitas delas mesclando momentos de tensão e nervosismo, e que com o passar dos anos, foram deveras copiadas e/ou parodiadas. Se você acha que já viu a cena do Vagabundo preso na jaula do leão em algum desenho animado, não acredite que seja mera coincidência.

Chaplin também preenche o filme com sua costumeira ternura e sensibilidade, sabendo desenvolver seu protagonista através de artifícios bastante econômicos, mas definitivos. O Vagabundo nos é apresentado não apenas como uma figura ingênua e abestalhada, mas como um ser humano como qualquer outro, capaz até de alguns atos condenáveis, como no início da projeção, quando o personagem tenta ficar com uma carteira que não é sua.

Em resumo, O Circo é mais grande exemplo da força expressionista de Chaplin e da arte a qual ele era devoto. Embora possa parecer um de seus filmes “menores”, O Circo sempre será lembrado como um dos grandes filmes de Charles Chaplin.





O Circo (The Circus, EUA, 1928)

Roteiro: Charles Chaplin
Direção: Charles Chaplin

Elenco: 
Charles Chaplin, 
Henry Bergman, 
Tiny Sandford, 
Al Ernest Garcia, 
George Davis, 
Merna Kennedy, 
Harry Crocker, 
John Rand, 
Steve Murphy

Duração: 71 min.


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