A Montanha Mágica
Capítulo VI
Como um soldado, como um valente
continuando...
Hans Castorp permaneceu calado.
– Sobretudo a sepultura –- prosseguiu Naphta – era símbolo da transmutação
alquimística.
– O túmulo?
– Sim, o local da putrefação. A tumba é o protótipo de tudo quanto é hermético. Não é
outra coisa a não ser o receptáculo, o alambique de cristal, cuidadosamente conservado, onde a
matéria é comprimida até se conseguir a sua derradeira metamorfose e depuração.
– “Hermético”, muito bem, Sr. Naphta. Sempre gostei do adjetivo “hermético”. É uma
verdadeira palavra mágica, com associações de ideias vagas e distantes. O senhor me desculpe,
mas eu não posso deixar de pensar nos vidros Weck que a nossa governanta, Schalleen – assim se
chama, sem senhora nem senhorita, simplesmente Schalleen –, esses vidros que ela guarda
enfileirados nas prateleiras da despensa da nossa casa em Hamburgo. São uns vidros
hermeticamente fechados, que contêm frutas, carne e outras coisas mais. Ficam ali durante
muitos anos, e quando se abre um, segundo as necessidades, o conteúdo está fresco e perfeito. O
tempo não consegue prejudicá-lo. Qualquer deles é comestível. Verdade é que aí não se trata de
alquimia e de purificação. É apenas conservação, como indica o nome “conservas”. Mas o que há
de mágico nessa história é que o conteúdo dos vidros Weck se acha subtraído à influência do
tempo. Fica separado dele de um modo hermético. O tempo passa a seu lado. Para esses vidros
não existe tempo; encontram-se fora dele nas suas prateleiras. Bem, basta de vidros Weck! Não é
lá grande coisa o que eu disse. Perdão, Sr. Naphta, creio que o senhor queria prosseguir nas suas
deduções.
– Desde que o senhor o deseje. Para adaptar-me ao estilo do nosso assunto: o aprendiz
deve ser ávido de saber e livre de temor. A tumba, o túmulo, sempre tem sido o símbolo
principal da iniciação na ordem. O aprendiz, o calouro que pretende ser admitido à sabedoria,
precisa passar pelos calafrios da sepultura, para comprovar a sua impavidez. A tradição da ordem
requer que, a título de experiência, ele seja levado ao sepulcro e tenha de permanecer nele, até sair
guiado pela mão fraternal de um desconhecido. Aí temos a origem dos labirintos e dos
calabouços escuros que o noviço tem de atravessar, do pano negro de que estava revestido o
próprio conclave da estrita observância, o culto do ataúde, que desempenhava um papel muito
importante nas cerimônias de iniciação e nas reuniões. O caminho dos mistérios e da purificação
achava-se flanqueado de perigos; passava através do terror da morte, através do reino da
decomposição, e o aprendiz, o neófito, é a juventude desejosa de conhecer os milagres da vida,
impaciente por ser dotada da capacidade de suportar experiências demoníacas, a juventude guiada
por homens mascarados que são apenas sombras do mistério.
– Muito obrigado, Professor Naphta. Magnífico! Então é isso o que se chama pedagogia
hermética. Não me pode fazer mal ter ouvido essas coisas.
– Tanto mais que se trata de uma senda que leva à esfera extrema, ao reconhecimento
irrestrito do transcendente, e com isso ao nosso destino final. Ainda nos decênios posteriores, a
observância alquimística das lojas conduziu rumo a esse objetivo muitos espíritos nobres e
investigadores. Não preciso pronunciar o nome desse objetivo, uma vez que não pode ter
escapado ao senhor que a sequência de graus do rito escocês é apenas um sucedâneo da
hierarquia; que a sabedoria alquimística do mestre-pedreiro culmina no mistério da metamorfose,
e que a orientação secreta que a loja dá aos seus discípulos se encontra nos recursos da graça, tão
nitidamente como os joguinhos simbólicos do cerimonial maçônico reaparecem na simbólica
litúrgica e construtiva da nossa Santa Igreja Católica.
– Ah, sim!
– Com licença! Isto não é tudo. Já tomei a liberdade de observar que é apenas uma
superficialidade histórica derivar a maçonaria da honrada corporação dos pedreiros. A estrita
observância, pelo menos, proporcionou-lhe alicerces muito mais profundos, no sentido humano.
Os segredos das lojas têm em comum com os mistérios da nossa Igreja as relações evidentes com
as solenidades ocultas e os excessos sagrados da humanidade mais remota... Quanto à Igreja,
refiro-me à ceia, ao ágape, ao consumo sacramental da carne e do sangue, e no que diz respeito às
lojas...
– Um instante, por favor! Deixe-me fazer uma observação à margem! Também naquela
comunidade exclusiva a que pertence meu primo existem ágapes. Diversas vezes, ele me escreveu
sobre eles. Abstração feita de alguns que se embriagam um pouco, o resto se passa de modo bem
correto, muito mais do que nos festins de grêmios estudantis...
–... e no que diz respeito às lojas, refiro-me ao culto da tumba e do ataúde, sobre o qual
há pouco chamei a sua atenção. Em ambos os casos trata-se do simbolismo das coisas derradeiras
e extremas, de elementos de uma religiosidade primitiva, orgíaca, de desenfreados sacrifícios
noturnos em honra dos processos de morrer e de nascer, da morte, da metamorfose e da
ressurreição... O senhor se lembra talvez de que os mistérios de Isis bem como os de Elêusis
costumavam ser celebrados à noite e em tenebrosas cavernas. Bem, na maçonaria existiram e
ainda existem muitas reminiscências egípcias, e entre as sociedades secretas houve algumas que se
denominaram alianças eleusinas. Efetuavam-se solenidades de lojas, sob o nome de festas dos
mistérios eleusinos e dos segredos afrodisíacos, e nessas ocasiões até as mulheres
desempenhavam importante papel. E as festas das rosas, às quais aludem as três rosas azuis do
avental de maçom, e que, segundo parece, terminavam em bacanais... – Ora veja, Professor Naphta, que está me dizendo? E tudo isso faz parte da maçonaria?
E a essas coisas devo associar, no meu espírito, o nosso amigo Settembrini, esse homem
esclarecido...
– Nesse caso, seria muito injusto para com ele. Não, senhor! De todos esses costumes
antigos Settembrini não sabe absolutamente nada. Eu já lhe disse que os homens da sua laia
tornaram a expurgar as lojas de quaisquer elementos de vida superior. Meu Deus, a maçonaria
humanizou-se e modernizou-se. Tem-se livrado de aberrações dessa espécie e reencontrou o
caminho do proveito, da razão e do progresso, da luta contra príncipes e padres, numa palavra: o
caminho do aperfeiçoamento social. As lojas voltaram a ocupar-se da natureza, da virtude, da
moderação e da pátria, e como suponho, também dos negócios. Em suma: é a mísera
mentalidade da burguesia, sob a forma de um clube...
– Que lástima! Quanto às festas das rosas, é mesmo uma pena. Vou perguntar a
Settembrini se realmente ignora essas coisas.
– O honrado cavaleiro do esquadro! – exclamou Naphta sarcasticamente. – Não esqueça
que ele teve de trabalhar muito para ser admitido a participar das obras do Templo da
Humanidade. Settembrini é pobre como um rato de igreja, e naquela roda não somente se exige
cultura, isto é, cultura humanística, mas também se faz questão de que os membros pertençam às
classes abastadas, para que sejam capazes de pagar as joias e mensalidades nada modestas. Cultura
e bens – nisso se resume o burguês! Aí temos os alicerces da república universal e liberal...
– Com efeito! – confirmou rindo Hans Castorp. – Aí temos tudo isso em plena evidência.
– Mesmo assim – acrescentou Naphta, depois de um pequeno silêncio – dou-lhe o
conselho de não fazer pouco-caso desse homem e da sua causa. Uma vez que estamos falando
desse assunto, gostaria até de recomendar-lhe que se ponha em guarda. O absurdo nem por isso é
inocente. A estreiteza não é necessariamente inofensiva. Aquela gente deitou muita água no seu
vinho, que em outros tempos foi capitoso. Mas a própria ideia da ordem permanece bastante
forte para suportar uma boa dose de diluição; conserva restos de um mistério fecundo; é
indubitável que as lojas influem sobre o jogo do mundo, e tampouco se pode duvidar de que esse
simpático Sr. Settembrini representa mais do que apenas a sua própria pessoa, e que atrás dele
agem forcas formidáveis das quais ele é parente e emissário...
– Emissário?
– Sim, um fazedor de prosélitos, um pescador de almas.
“E que tipo de emissário é você?”, pensou Hans Castorp, mas em voz alta disse:
– Muito obrigado, Professor Naphta. Fico-lhe sinceramente grato pelos seus conselhos e
pela sua advertência. Quer saber uma coisa? Vou subir ao andar superior, se é que aquilo pode ser
qualificado de andar, e sondarei um pouquinho aquele maçom disfarçado. Um aprendiz deve ser
ávido de saber e livre de temor... Claro que a prudência também é indicada. Quem trata com
emissários necessita dela...
Hans Castorp não precisava ter receios de solicitar informações mais pormenorizadas ao
Sr. Settembrini, visto que este não tinha nenhum motivo para censurar a Naphta alguma falta de
discrição. Além disso, o humanista jamais se esforçara por manter em segredo o fato de pertencer
àquela sociedade harmoniosa. A Rivista della Massoneria Italiana achava-se aberta sobre a sua mesa;
Hans Castorp, porém, até esse momento nunca dera por ela. E quando, avisado por Naphta,
encaminhou a conversa na direção da “arte real”, como se as relações de Settembrini com a
maçonaria fosse coisa indiscutível, encontrou muito pouca reserva. Verdade é que havia pontos a
respeito dos quais o literato não se expressava, mas preferia cerrar os lábios ostensivamente,
decerto forçado por aqueles votos terroristas que Naphta mencionara. Mostrava-se misterioso
quanto aos costumes exteriores e à sua própria posição dentro dessa organização notável. Quanto
ao mais, porém, armou sua roda e esboçou para o seu interlocutor curioso um vasto quadro da
extensão da sua liga, que estava difundida pelo mundo inteiro, com mais de vinte mil lojas e cento
e cinquenta grã-lojas, e tinha representação até em países como o Haiti e a república negra da
Libéria. Citou também uma porção de nomes de grandes homens que haviam sido, ou na
atualidade eram, maçons: Voltaire, Lafayette e Napoleão, Franklin e Washington, Mazzini e
Garibaldi, e, entre os vivos, o próprio rei da Inglaterra, bem como numerosas personalidades em
cujas mãos se achavam os destinos dos Estados europeus, membros de governos e de
parlamentos.
Hans Castorp manifestou respeito, mas nenhuma surpresa. Segundo a sua opinião, o
mesmo se dava com os grêmios estudantis. Estes também se mantinham unidos durante toda a
vida e sabiam colocar a sua gente, de maneira que dificilmente alguém conseguia abrir caminho
na hierarquia administrativa sem pertencer a um desses corps. Por isso, talvez não fosse coerente
da parte do Sr. Settembrini enumerar tantos nomes célebres de irmãos de loja, na intenção de
apresentar um fato lisonjeiro para a Maçonaria. Pelo contrário, devia-se argumentar que a
ocupação de tantos cargos importantes por membros de lojas demonstrava precisamente o poder
da associação, que exercia decerto sobre o jogo do mundo maior influência do que o Sr.
Settembrini queria admitir.
Settembrini sorriu. Chegou a se abanar com o exemplar da Massoneria que tinha na mão. –
Será que o senhor me quer armar uma cilada? – perguntou. – Ou tem, porventura, a intenção de
me induzir a dizer coisas imprudentes acerca da natureza política e do espírito essencialmente
político das lojas? Quanta astúcia desnecessária, engenheiro! Professamos a política, sem rodeios,
abertamente. Desprezamos o cunho odioso que certos idiotas, sobretudo na sua terra,
engenheiro, e quase em nenhum outro país, gostam de imprimir a essa palavra e a essa atividade.
Um filantropo absolutamente não pode reconhecer a diferença entre política e não-política. Não
existe a não-política. Tudo é política.
– Sumariamente?
– Eu sei muito bem que há pessoas que julgam necessário chamar a atenção sobre a
natureza primitivamente apolítica da idéia da maçonaria. Mas essa gente joga com as palavras e
traça fronteiras que de há muito devem ser consideradas fictícias e absurdas. Em primeiro lugar,
as lojas espanholas, ao menos, tiveram desde o início caráter político...
– É o que eu pensava.
– O senhor pensa pouco, engenheiro. Não imagine ser capaz de pensar muita coisa
sozinho, mas procure ser receptivo e assimilar. Rogo-lhe isso no seu próprio interesse tanto
como no interesse do seu país e da Europa. Assimile o que estou a ponto de lhe ensinar, em
segundo lugar: a idéia maçônica jamais tem sido apolítica, em época alguma; não podia sê-lo, e se
acaso acreditasse sê-lo, andaria equivocada com respeito à sua natureza. Que é que somos?
Pedreiros e ajudantes que trabalham numa obra de construção. Todos perseguem um mesmo
objetivo; o bem da totalidade é a lei básica da fraternização. Qual é esse bem, essa construção? O
edifício social artisticamente construído, a perfeição da humanidade, a nova Jerusalém. Que tem
que ver com isso, afinal de contas, a distinção entre política e não-política? A questão social, a
própria questão da co-existência são política, cem por cento política, nada mais que política!
Quem se consagra a elas – e quem deixasse de fazê-lo não mereceria o nome de homem –
pertence à política, à exterior tanto quanto à interna, e compreende que a arte do maçom é a arte
de reger...
– De reger?
– De reger?
– ... que a maçonaria dos iluminados conhecia o grau de Regente...
– Muito bem, Sr. Settembrini. A arte de reger, o grau de Regente. Isto me agrada. Mas
agora me diga uma coisa: os senhores são cristãos, lá na sua loja?
– Perchè?
– Perdão, quero formular a pergunta de outra forma, mais geral e mais simples: os
senhores acreditam em Deus?
– Vou lhe responder. Mas por que pergunta assim?
– Não é minha intenção provocá-lo, mas há uma história na Bíblia, na qual alguém tenta o
Salvador com uma moeda romana e recebe a resposta de que se deve dar a César o que é de
César e a Deus o que é de Deus. A mim me parece que essa maneira de distinguir nos leva à
diferença entre política e não-política. Se Deus existe, existe também essa diferença. Acreditam os
maçons em Deus?
– Eu me comprometi a responder-lhe. O senhor fala de uma unidade que se procura
criar, mas que por enquanto ainda não se tornou realidade, para o maior pesar dos bem
intencionados. Não há liga universal dos maçons. Se ela se realizar um dia – e repito que se
trabalha silenciosa e assiduamente nessa grande obra – terá indubitavelmente uma confissão
religiosa uniforme, nos seguintes termos: Écrasez l’infame!
– De modo obrigatório? Isto não seria tolerante.
– Acho, meu caro engenheiro, que o senhor não é capaz de discutir o problema da
tolerância. Mas, pelo menos, grave na sua memória que a tolerância se torna crime quando se
devota ao mal.
– E Deus seria o mal?
– A metafísica é o mal. Não serve para nada a não ser para adormecer a energia que
deveríamos consagrar à construção do Templo da Sociedade. Por isso é que o Grande Oriente da
França, já faz vinte e cinco anos, abriu caminho, riscando o nome de Deus de todos os seus
documentos. Nós, os italianos, seguimos esse exemplo...
– Como isso é católico!
– Que disse o senhor?
– Que eu acho sumamente católica a ideia de riscar Deus.
– Aonde é que o senhor quer chegar?
– A nada especialmente interessante, Sr. Settembrini. Não preste demasiada atenção às
minhas palavras! Só que durante um momento eu tive a impressão de que o ateísmo era coisa
enormemente católica, e que riscavam Deus apenas para que pudessem ser melhores católicos.
A isso, o Sr. Settembrini intercalou uma pausa; mas era evidente que só o fazia devido a ponderações pedagógicas. Após um silêncio comedido, respondeu:
A isso, o Sr. Settembrini intercalou uma pausa; mas era evidente que só o fazia devido a ponderações pedagógicas. Após um silêncio comedido, respondeu:
– Meu caro engenheiro, longe de mim a intenção de fazê-lo vacilar no seu protestantismo
ou de melindrar-lhe os sentimentos de protestante. Estávamos falando de tolerância... É
supérfluo salientar que eu sinto pelo protestantismo mais do que mera indulgência; encaro-o com
profunda admiração, como o oponente histórico do estrangulamento da consciência. A invenção
da imprensa e a Reforma são e permanecerão os dois méritos supremos que a Europa central
teve na causa da humanidade. Isso não se discute. Mas, depois das palavras que o senhor acaba
de proferir, não duvido de que me compreenderá, quando lhe indicar que este é apenas um dos
aspectos do assunto, e que existe ainda um outro aspecto. O protestantismo encerra em si
elementos que... A própria pessoa do seu reformador encerrava em si certos elementos... Eu me
refiro aos elementos do quietismo e do ensimesmamento hipnótico, que não são europeus, que
são estranhos e hostis à lei vital deste continente altivo. Olhe-o bem, esse Lutero! Contemple os
retratos dele, os da sua juventude e os posteriores! Que tipo de crânio é esse? Que significam
essas maçãs? Que significa a singularidade dos olhos? É a Ásia, meu amigo! Eu ficaria admirado,
sumamente admirado, se não houvesse nele uma mistura de sangue vênedo, eslavo ou sármata, e
se o fenômeno inegavelmente grandioso que representa esse homem significasse que um dos
pratos da balança, que no seu país se acham equilibrados de forma muito precária, recebe uma
sobrecarga fatal. Nesse caso, um peso formidável teria caído no prato oriental, fazendo com que
o outro, o ocidental, ainda hoje esteja subindo até o céu...
continua pág 338...
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Leia também:
Capítulo II
Da pia batismal e dos dois aspectos do avô
Da pia batismal e dos dois aspectos do avô
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V
Capítulo VI
Como um soldado, como um valente (c)
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A Montanha Mágica (Der Zauberberg, no original alemão) é um romance de Thomas Mann que foi publicado em 1924. É considerado o romance mais importante de seu autor e um clássico da literatura de língua alemã do século XX que foi traduzido para inúmeros idiomas, sendo de domínio público em países como Estados Unidos, Espanha, Brasil, entre outros.
Thomas Mann começou a escrever o romance em 1912, após uma visita à sua esposa no Wald Sanatorium em Davos, onde ela foi hospitalizada. Ele inicialmente o concebeu como um romance curto, mas o projeto cresceu ao longo do tempo para se tornar um trabalho muito maior. A obra narra a permanência de seu personagem principal, o jovem Hans Castorp, em um sanatório nos Alpes suíços, onde inicialmente vinha apenas como visitante. A obra tem sido descrita como um romance filosófico, pois, embora se enquadre no molde genérico do Bildungsroman ou romance de aprendizagem, introduz reflexões sobre os mais variados temas, tanto pelo narrador quanto pelos personagens (especialmente Nafta e Settembrini, aqueles encarregados da educação do protagonista). Entre esses temas, o do "tempo" ocupa um lugar preponderante, a ponto de o próprio autor o descrever como um "romance do tempo" (Zeitroman), mas muitas páginas também são dedicadas a discutir a doença, a morte, a estética ou a política.
O romance tem sido visto como um vasto afresco do modo de vida decadente da burguesia europeia nos anos anteriores à Primeira Guerra Mundial.
Thomas Mann começou a escrever o romance em 1912, após uma visita à sua esposa no Wald Sanatorium em Davos, onde ela foi hospitalizada. Ele inicialmente o concebeu como um romance curto, mas o projeto cresceu ao longo do tempo para se tornar um trabalho muito maior. A obra narra a permanência de seu personagem principal, o jovem Hans Castorp, em um sanatório nos Alpes suíços, onde inicialmente vinha apenas como visitante. A obra tem sido descrita como um romance filosófico, pois, embora se enquadre no molde genérico do Bildungsroman ou romance de aprendizagem, introduz reflexões sobre os mais variados temas, tanto pelo narrador quanto pelos personagens (especialmente Nafta e Settembrini, aqueles encarregados da educação do protagonista). Entre esses temas, o do "tempo" ocupa um lugar preponderante, a ponto de o próprio autor o descrever como um "romance do tempo" (Zeitroman), mas muitas páginas também são dedicadas a discutir a doença, a morte, a estética ou a política.
O romance tem sido visto como um vasto afresco do modo de vida decadente da burguesia europeia nos anos anteriores à Primeira Guerra Mundial.
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