Hannah Arendt
Parte I
ANTISSEMITISMO
Este é um século extraordinário, que começa com a Revolução e termina com o Caso Dreyfus. Talvez ele venha a ser conhecido como o século da escória.
Roger Martin du Gard
2.3 - Os Primeiros Partidos Antissemitas
O surgimento simultâneo do antissemitismo como sério fator político na Alemanha, na Áustria e
na França nos últimos vinte anos do século XIX foi precedido por uma série de escândalos
financeiros e negócios fraudulentos, cuja origem principal era uma superprodução de capital
disponível. Na França, a maioria dos membros do Parlamento e um número incrível de altos
executivos governamentais estavam tão profundamente envolvidos em negociatas e subornos
que a Terceira República jamais viria a recuperar o prestígio que perdeu durante as primeiras
décadas de sua existência; na Áustria e na Alemanha, os aristocratas estavam entre os mais
comprometidos. Em todos esses três países os judeus participavam dos escândalos, agindo
individualmente como intermediários, sem que nenhuma casa judia enriquecesse com as fraudes
do Caso Panamá e do Gründungsschwindel.
Contudo, outro grupo de pessoas, além dos nobres, das autoridades governamentais e dos
judeus, estava seriamente envolvido nesses fantásticos investimentos, cujos lucros esperados só
eram igualados pelas perdas inacreditáveis. Esse grupo consistia principalmente nas classes
médias inferiores, que agora subitamente viravam antissemitas. Haviam sido mais duramente
atingidas que qualquer outro grupo: tinham arriscado pequenas economias e estavam
permanentemente arruinadas. Sua credulidade tinha razões importantes. A expansão capitalista
no cenário nacional tendia cada vez mais a liquidar os pequenos proprietários, para quem era
uma questão de vida e morte aumentar rapidamente o pouco que possuíam, já que era
demasiado fácil perderem tudo. Começavam a perceber que, se não conseguissem elevar-se até
o status da burguesia, poderiam escorregar para o nível do proletariado. Mesmo que décadas de
prosperidade geral freassem de modo considerável essa evolução, em nada mudaram a sua
tendência. A ansiedade e o temor das classes médias inferiores correspondiam exatamente à
previsão de Marx quanto à sua rápida dissolução.
A classe média inferior, ou pequena burguesia, descendia das associações de artesãos e
comerciantes que, durante séculos, se protegeram dos riscos da vida por meio de um sistema
fechado, que bania a concorrência e era, em última instância, protegido pelo Estado.
Consequentemente, atribuíram seu infortúnio ao sistema que os havia exposto às privações de
uma sociedade competitiva e os destituíra de toda proteção especial e dos privilégios concedidos
pelas autoridades públicas. Foram, portanto, os primeiros a exigir o "Estado protetor", que os
escudasse contra as dificuldades e os mantivesse nas profissões e vocações herdadas. Como uma
das principais características do século de livre comércio foi o acesso dos judeus a todas as
profissões, era quase natural pensar nos judeus como representantes do sistema competitivo
levado ao extremo,[38] mesmo que nada estivesse mais longe da verdade.
Esse ressentimento, que, aliás, encontra-se em muitos escritores conservadores, foi estimulado
quando aqueles que haviam esperado auxílio do governo ou apostado em milagres tiveram de
aceitar a ajuda duvidosa dos banqueiros. Para o pequeno lojista, o banqueiro parecia ser o
mesmo tipo de explorador que o proprietário da grande empresa industrial era para o
trabalhador. Mas, enquanto os trabalhadores europeus, graças à sua experiência e à educação
marxista, sabiam que era dupla a função do capitalista — de explorá-los, de um lado, mas, do
outro, dar-lhes a oportunidade de produzir —, o pequeno lojista não encontrou quem o
esclarecesse a respeito de seu destino social e econômico. Sua situação era pior que a do
trabalhador e, baseado em sua experiência, considerava o banqueiro um parasita e usurário, que
ele era obrigado a aceitar como sócio silencioso, embora esse banqueiro, ao contrário do
industrial, nada tivesse a ver com o seu negócio. Não é difícil compreender por que um homem
que usa o seu dinheiro única e diretamente para gerar mais dinheiro pode ser odiado com mais
intensidade que o que obtém seu lucro através de um longo e complicado processo de produção.
Como naquele tempo ninguém solicitava crédito se pudesse evitá-lo — e os pequenos
comerciantes certamente não podiam fugir desse caminho —, os banqueiros pareciam explorar não a mão-de-obra e a capacidade
produtiva, mas a infelicidade e a miséria.
Muitos desses banqueiros eram judeus e, mais importante ainda, a imagem geral do banqueiro tinha traços
definitivamente judaicos, por múltiplas razões históricas. Assim, o movimento esquerdista da classe
média inferior e toda a propaganda contra o capital bancário tornaram-se antissemitas. Esse aspecto teve
pouca importância na Alemanha, já industrializada, mas alcançou profundo significado na França e, em
menor escala, na Áustria. Durante algum tempo pareceu que os judeus haviam realmente, pela primeira
vez, entrado em conflito direto com outra classe, sem a interferência do Estado. Dentro da estrutura do
Estado-nação, na qual a função do governo era mais ou menos definida por sua posição de domínio sobre
todas as classes concorrentes, tal conflito poderia até ter constituído um modo viável, se bem que
perigoso, de normalizar a posição dos judeus.
Contudo, a esse elemento sócio-econômico foi logo acrescentado um outro, que, a longo prazo, revelou
se mais nefasto. A posição dos judeus como banqueiros não dependia de empréstimos a pessoas
necessitadas sem importância, mas, principalmente, da emissão de empréstimos estatais; os pequenos
empréstimos eram deixados para os pequenos banqueiros, que desse modo se preparavam para alcançar as
carreiras mais promissoras, já seguidas por seus confrades mais ricos e mais honrados. Mas o
ressentimento social das classes médias inferiores abrangia todos os judeus e transformou-se num
elemento político altamente explosivo, porque a pequena burguesia acreditava que esses judeus tão
odiados estavam em vias de adquirir poder político. Não eram eles conhecidos por sua relação com o
governo em outros assuntos? Por outro lado, o ódio social e econômico reforçava o argumento político
com a violência impulsiva, até então desconhecida.
Friedrich Engels observou certa vez que os protagonistas do movimento antissemita do seu tempo eram os
nobres, e o coro era a ralé ululante da pequena burguesia. Isso se aplica não só à Alemanha, mas também
ao socialismo cristão da Áustria e aos adversários de Dreyfus na França. Em todos esses casos, a
aristocracia, no último e desesperado esforço, tentou aliar-se às forças conservadoras das igrejas — a
Igreja Católica na Áustria e na França, a Igreja Protestante na Alemanha —, sob o pretexto de combater o
liberalismo com as armas do cristianismo. A ralé era apenas o meio usado para fortalecer-lhe a posição,
para dar-lhe maior ressonância à voz. Obviamente, a nobreza não desejava nem podia organizar a ralé, e a
abandonaria logo que atingisse seu objetivo. Mas descobrira que os slogans antissemitas eram altamente
eficazes para mobilizar amplas camadas da população.
Os seguidores do capelão da corte Stoecker não organizaram os primeiros partidos antissemitas da
Alemanha. Uma vez demonstrada a atração dos slogans antissemitas, os antissemitas radicais
imediatamente se separaram do movimento berlinense de Stoecker, declararam guerra total ao governo, e
fundaram partidos cujos representantes no Reichstag [o Parlamento] apoiavam, em todas as questões domésticas importantes, o maior partido oposicionista, o social-democrata, único
partido da esquerda de então.[39] Rapidamente abandonaram sua inicial aliança de acomodação com as
antigas forças; Boeckel, o primeiro membro antissemita do Parlamento, devia sua cadeira aos votos dos
camponeses de Hessen, que ele afirmava defender contra os "Junkers e os judeus", isto é, contra a
nobreza a cujo latifúndio os camponeses sucumbiam, e contra os judeus, de cujo crédito dependiam.
Embora pequenos, esses primeiros partidos antissemitas logo se distinguiram dos demais partidos. Cada
qual tinha a pretensão de ser não um partido entre partidos, mas um partido "acima de todos os partidos".
No Estado-nação dividido entre partidos e classes, só o Estado e o governo colocavam-se acima de todos
os partidos e classes, outorgando-se o direito de representar a nação como um todo. Os partidos eram
reconhecidamente grupos cujos deputados representavam os interesses de seus eleitores. Embora lutassem
pelo poder, ficava implícito que cabia ao governo estabelecer o equilíbrio entre os interesses em conflito e
entre seus representantes. A pretensão dos partidos antissemitas de estarem "acima de todas as ideias"
claramente anunciava sua aspiração de passar a representar toda a nação (da qual seriam excluídos os
judeus), de galgar o poder exclusivo, apossar-se da máquina do Estado, substituir o Estado. E, como, por
outro lado, continuavam organizados como partidos, ficava também claro que almejavam o poder estatal
como partido, de modo que seus eleitores pudessem realmente dominar o país.
A estrutura política do Estado-nação foi instituída quando nenhum grupo em particular estava mais em
posição de exercer o poder político exclusivo, de modo que o governo assumia o verdadeiro domínio
político, que nem sempre dependia de fatores apenas sociais e econômicos. Os movimentos
revolucionários de esquerda, que lutavam por uma mudança radical das condições sociais, de início
jamais visavam diretamente a essa suprema autoridade política. Haviam desafiado o poder da burguesia e
a sua influência sobre o Estado, mas, ao mesmo tempo, dispunham-se sempre a aceitar a orientação do
governo em assuntos estrangeiros, nos quais estavam em jogo os interesses de uma nação supostamente
unificada. Em contraste com essa atitude, os grupos antissemitas preocupavam-se, também desde o início,
com assuntos estrangeiros; seu ímpeto revolucionário era dirigido contra o governo em geral e não contra uma classe social, e o que realmente almejavam era destruir o padrão político do Estado-nação por meio
de uma organização partidária.
O fato de um partido pretender colocar-se acima de todos os partidos tinha outras implicações, mais
significativas do que o antissemitismo. Se a questão consistisse apenas em desfazer-se dos judeus, a
proposta feita por Fritsch num dos primeiros congressos antissemitas — de não criar um novo partido,
mas disseminar o antissemitismo até que finalmente todos os partidos existentes fossem hostis aos judeus
— teria chegado ao resultado almejado muito mais rapidamente.[40] Acontece que a proposta de Fritsch não encontrou eco, porque o antissemitismo já se transformara, na época, num instrumento para a liquidação não apenas dos
judeus, mas também da estrutura política do Estado-nação.
Não foi por acaso que esse alvo dos partidos antissemitas coincidisse com os primeiros estágios
do imperialismo e encontrasse tendências parecidas tanto na Grã-Bretanha, embora não
contagiada pelo antissemitismo, quanto nos movimentos antissemitas que, sob vários enfoques
nacionalistas, pretendiam unificar, sob pretexto pan-europeu, a ideologia antissemita.[41] Na
Alemanha, essas tendências não incorporaram o antissemitismo para se reforçar popularmente,
mas se originaram diretamente dele, e os partidos antissemitas precederam (e sobreviveram) à
formação de grupos puramente imperialistas, como a Liga Pangermânica, todos proclamando
transcenderem a grupos partidários.
Os movimentos análogos que, porém, se afastavam da demagogia dos partidos antissemitas com
o fito de, por apresentarem mais seriedade, alcançar maiores chances de vitória foram
aniquilados ou submersos pelo movimento antissemita, o que bem indica a importância política
da questão. Os antissemitas estavam convencidos de que a sua pretensão de tomar o poder
absoluto não era outra coisa senão aquilo que os judeus já haviam conseguido, e que o seu antissemitismo era justificado pela necessidade de eliminar os reais ocupantes dos postos de mando:
os judeus. Assim, era necessário ingressar na área da luta contra os judeus para conquistar o
poder político. Fingiam estar lutando contra os judeus exatamente como os trabalhadores
lutavam contra a burguesia, e, atacando os judeus, que apresentavam — de acordo com a ideia
geral — como detentores do poder por detrás dos governos, agrediam abertamente o próprio
Estado, catalisando assim todos os descontentes e frustrados.
A segunda característica altamente significativa dos novos partidos antissemitas está na
organização supranacional de todos os grupos europeus ligados à mesma corrente, em flagrante
contraste aos seus slogans nacionalistas. A sua preocupação supranacional indicava claramente
que visavam não apenas à conquista do poder político da nação, mas que também almejavam —
e já o haviam planejado — um governo intereuropeu, "acima de todas as nações".[42] Esse
segundo elemento revolucionário, que significava o rompimento fundamental com o status quo,
tem sido frequentemente esquecido, porque os próprios antissemitas usavam, apesar da sua
característica revolucionária, a linguagem dos partidos reacionários, em parte devido a hábitos tradicionais, em parte porque mentiam
conscientemente.
Uma íntima relação liga as condições peculiares da existência judaica e a ideologia de grupos
antissemitas. Os judeus constituíam o único elemento intereuropeu numa Europa organizada em
base nacional. Era lógico que seus inimigos se organizassem de acordo com o mesmo princípio
e, em sua luta contra o grupo-que-supera-as-nações, criassem um partido-que-supera-os-partidos, já que pretendiam eliminar esses pretensos manipuladores do destino político de todas
as nações, apoderando-se de seus segredos e de suas armas.
O sucesso do antissemitismo supranacional dependia ainda de outras considerações. Mesmo no
fim do século XIX, e especialmente desde a guerra franco-prussiana em 1870, um número
crescente de pessoas considerava antiquada a organização nacional da Europa, pois ela já não
podia enfrentar adequadamente os novos desafios econômicos. Popularizava-se a convicção de
que interesses idênticos envolviam toda a Europa.[43] Esse sentimento fornecia forte argumento a
favor da organização internacional do socialismo. Mas, enquanto as organizações socialistas
internacionais permaneciam passivas e desinteressadas no setor da política externa (isto é,
precisamente nas questões em que seu internacionalismo poderia ter sido posto à prova), os antissemitas começavam pelos problemas de política externa e chegavam a prometer a solução de problemas domésticos em base supranacional. Se estudarmos as ideologias não pela aparência,
mas analisando profundamente os verdadeiros programas dos respectivos partidos,
verificaremos que os socialistas, muito mais interessados pelos assuntos domésticos,
enquadravam-se melhor na estrutura do Estado-nação do que os antissemitas.
Isso não significa, naturalmente, que as convicções internacionalistas dos socialistas não fossem
sinceras. Ao contrário, eram mais fortes e até anteriores aos interesses supranacionais de classes,
que ultrapassam as fronteiras de Estados nacionais. Mas a consciência da importância
transcendental da luta de classes dentro de cada Estado levou-os a desprezar a herança que a
Revolução Francesa havia legado aos partidos trabalhistas e que, se realizada, poderia tê-los
guiado à teoria política articulada no sentido interaacionalista. Os socialistas mantiveram
implicitamente intacta a validade do conceito "nação entre nações", todas pertencendo à família
da humanidade; mas não foram capazes de transformar essa ideia em fato aceito pelo mundo
dos Estados soberanos. Seu internacionalismo foi reduzido à convicção pessoal, compartilhada
por todos, já desinteressados pela soberania nacional e agora também levados à indiferença
irrealista pela política externa. Aliás, os partidos de esquerda não tinham, em princípio, objeções a Estados-nações, mas tão-só ao aspecto hegemônico das
soberanias nacionais, a ponto de preconizarem como solução política a formação de estruturas
federalistas, com a eventual integração de todas as nações em termos iguais, o que pressupunha,
de certa forma, liberdade e independência nacional de todos os povos oprimidos. Por isso, os
partidos socialistas podiam operar dentro dos limites do Estado-nação, pensando em emergir,
quando decaíssem as estruturas sociais e políticas do Estado, como o único partido hostil a
fantasias expansionistas, e que não sonhava com a destruição de outros povos. O supranacionalismo dos antissemitas abordava a questão da organização internacional do ponto
de vista exatamente oposto. Seu objetivo era uma superestrutura estatal que destruísse as
estruturas nacionais. Seu ultranacionalismo, que preparava a destruição do corpo político de sua
própria nação, baseava-se no nacionalismo tribal, com um desmedido desejo de conquista, que
constituiria uma das forças principais com que se poderiam aniquilar as fronteiras do Estado
nação e de sua soberania.[44] Quanto mais eficientes se tornavam os meios de propaganda
chauvinista, mais fácil era persuadir a opinião pública da necessidade de uma estrutura
supranacional que — partindo da hegemonia do próprio grupo nacional — reinasse de cima e
sem distinções nacionais, através de um monopólio universal da força e dos instrumentos de
violência.
Resta pouca dúvida de que a condição especial dos judeus — o fato de serem intereuropeus —
poderia ter servido aos fins do federalismo socialista pelo menos tão bem quanto iria servir às
sinistras conspirações dos supranacionalistas. Mas os socialistas se mostravam tão preocupados
com a luta de classes, e tão despreocupados das consequências políticas dos conceitos que
haviam herdado, que somente perceberam a existência dos judeus como fator político quando se
defrontaram com um sério concorrente na frente doméstica: o antissemitismo desenfreado.
Nessa oportunidade, estavam não só despreparados para integrar a questão judaica às suas
teorias, mas também receosos de tocar no assunto. Nesse ponto, como em outras questões
internacionais, deixaram a iniciativa aos supranacionalistas, que, na época, se faziam passar
como os únicos a conhecer as respostas dos problemas mundiais.
Pelo final do século, os efeitos das falcatruas dos anos 70 já haviam passado, e uma era de
prosperidade e bem-estar geral, especialmente na Alemanha, pôs um fim às agitações
prematuras da década de 80. Ninguém poderia ter previsto que esse fim era apenas uma pausa
temporária, que todas as questões políticas não-resolvidas, juntamente com todos os ódios
políticos não-apaziguados, iriam redobrar em força e violência após a Primeira Guerra
Mundial. Na Alemanha, os partidos antissemitas, após alguns sucessos iniciais, caíram
novamente na insignificância; seus líderes, após uma breve agitação da opinião pública,
desapareceram pela porta traseira da história, nas trevas da confusão doida e do charlatanismo
cura-tudo.
continua página 52...
________________
Parte I Antissemitismo (2. Os Judeus. O Estado-Nação e o nascimento do antissemitismo: 2.3)
___________________[38] Otto Glagau, Der Bankrott des Nationalliberalismus und die Reaktion [A bancarrota do liberalismo nacional e a reação],
Berlim, 1878. Der Boersen und Gruendungsschwindel [As falcatruas da Bolsa e do solo], 1876, do mesmo autor, é um dos panfletos
antissemitas mais importantes da época.
[39] Ver Wawrzinek, op. cit. Um instrutivo relato de todos esses acontecimentos, especialmente em relação ao capelão da corte
Stoecker, em Frank, op. cit.
[40] Essa proposta foi feita em 1886, em Cassei, onde foi fundado a Deutsche Antisemi-tische Vereinigung
[Associação Anti-Semita Alemã].
[41] Para uma ampla discussão sobre os "partidos acima de partidos" e os movimentos de unificação ver o capítulo 8.
[42] O primeiro congresso internacional antijudeu realizou-se em 1882 em Dresden, com cerca de 3 mil delegados da
Alemanha, Áustria-Hungria e Rússia; durante as discussões, Stoecker foi derrotado pelos elementos radicais, que se
reuniram um ano mais tarde em Chemnitz [atual Karl-Marx-Stadt, na Alemanha Oriental] e fundaram a Alliance
Antijuive Universelle. Um bom relato dessas reuniões e congressos, seus programas e discussões, pode ser
encontrado em Wawr-zinek, op. cit.
[43] A solidariedade internacional dos movimentos operários era, até o ponto a que chegou, uma questão
intereuropeia. Sua indiferença pela política externa também constituía uma espécie de autoproteção contra a
participação ativa tanto nas políticas imperialistas de seus respectivos países como na luta contra elas. Uma vez que
interesses econômicos estavam envolvidos, era bastante óbvio que todos os franceses, britânicos e holandeses
sentiriam todo o impacto da queda de seus respectivos impérios, e não apenas os capitalistas e banqueiros.
[44] Ver o capítulo 8.
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