quinta-feira, 22 de maio de 2025

Massa e Poder - A Massa (A Massa Dupla: A Guerra)

Elias Canetti


A MASSA DUPLA: A GUERRA


     Na guerra, o que interessa é matar. “As fileiras inimigas foram dizimadas.” E matar aos montes. Abate-se o maior número possível de inimigos; a perigosa massa de adversários vivos deve transformar-se num amontoado de mortos. O vencedor é aquele que mais inimigos matou. O que se enfrenta na guerra é a massa crescente dos vizinhos. Seu crescimento é, em si, assustador. Sua ameaça, contida já nesse mero crescimento, desencadeia a massa agressiva que compele à guerra. Ao lutá-la, busca-se sempre a superioridade — isto é, dispor do grupo mais numeroso e explorar em todos os aspectos a fraqueza do adversário, antes que ele próprio aumente o seu número. A condução da guerra é, pois, no âmbito particular, um quadro exato daquilo que se passa no âmbito geral: quer-se constituir a massa maior de vivos. Que pertença ao lado oposto o amontoado maior de mortos. Nessa disputa das massas em crescimento situa-se uma causa essencial, a causa mais profunda — poder-se-ia dizer — das guerras. Em vez de mortos, podem-se fazer também escravos — particularmente mulheres e crianças —, os quais servirão, então, para aumentar a massa dos vencedores. A guerra, contudo, jamais é realmente guerra se não visa primeiramente um amontoado de inimigos mortos. 
      Todo o bem conhecido vocabulário empregado para fatos bélicos nas línguas antigas e novas expressa de maneira precisa essa situação. Fala-se em “batalha” e em “matança”. Fala-se em “derrota”. Torrentes de sangue tingem os rios de vermelho. O inimigo é massacrado até o último homem. Os guerreiros se batem “até o último homem”. Não há “perdão”.
     É, porém, significativo apontar para o fato de que mesmo o amontoado de mortos é percebido como uma unidade e, em algumas línguas, designado por palavras especiais. A palavra alemã Walstatt, que significa “campo de batalha”, contém o antigo radical wal, significando “os tombados no campo de batalha”; Valhall nada mais é do que “a morada dos guerreiros tombados”. Por apofonia, originou-se da palavra wal, do alto alemão antigo, a palavra wuol, que significa “derrota”. A palavra correspondente em anglo-saxão — wol — significa, porém, “peste, epidemia”. Comum a todas essas palavras — trate-se dos tombados no campo de batalha, de derrota, peste ou epidemia — é a ideia de um amontoado de mortos.
     Tal ideia, entretanto, não é, em absoluto, puramente germânica. Pode-se encontrá-la em toda parte. Numa visão do profeta Jeremias, a terra inteira aparece como um único campo de cadáveres apodrecendo. “E aqueles que o Senhor entregar à morte naquele dia carão estendidos desde um polo da terra até o outro polo, não serão chorados, nem recolhidos, nem enterrados; como esterco jazerão sobre a face da terra.”
      O profeta Maomé tem um sentimento tão vigoroso em relação ao monte de inimigos mortos que lhes dirige a palavra numa espécie de sermão triunfal. Após a batalha de Bedr, sua primeira grande vitória sobre seus inimigos de Meca,

mandou que jogassem os inimigos mortos numa cisterna. Somente um único deles foi sepultado sob terra e pedra, porque estava tão inchado que não foi possível arrancar-lhe de imediato a couraça. Foi, pois, o único que restou, e deixaram-no deitado. Quando os demais estavam já na cisterna, Maomé postou-se diante deles e exclamou: “Ó homens da cisterna! Confirmou-se a promessa de vosso Senhor? A promessa do meu, descobri-a verdadeira”. Seus companheiros apartearam: “Ó enviado de Deus! São cadáveres!”. E Maomé respondeu: “Mas, sim, sabem que se cumpriu a promessa do Senhor”.

     Assim reuniu ele aqueles que, anteriormente, não quiseram dar ouvidos a suas palavras; na cisterna, encontram-se bem guardados e bem juntos uns dos outros. Desconheço exemplo mais convincente desse resquício de vida e do caráter de massa que o homem atribui ao amontoado de seus mortos. Estes não mais o ameaçam, mas ele pode ameaçá-los. Pode-se impingir-lhes impunemente qualquer vileza. Sejam ainda capazes de senti-la ou não, o homem supõe que o são, a m de elevar o próprio triunfo. Encontram-se reunidos de tal forma na cisterna que nenhum deles poderia mover-se. Acordasse algum deles, ele nada teria senão mortos a seu redor — sua própria gente cortar-lhe-ia o ar; o mundo para o qual teria retornado seria um mundo dos mortos, consistindo daqueles que eram seus entes mais próximos.
     Dentre os povos da Antiguidade, os egípcios eram tidos por um povo não propriamente beligerante; a energia de seu Velho Império foi canalizada mais para a construção de pirâmides do que para as conquistas. Mas, já nessa época, chegaram vez por outra a promover campanhas militares. O quadro que se segue foi esboçado por Une, um alto juiz nomeado por seu rei, Pepy, comandante supremo na campanha contra os beduínos. Em sua tumba, Une nos fala de si próprio:

Este exército foi feliz e despedaçou a terra dos beduínos. 
Este exército foi feliz e despedaçou a terra dos beduínos. 
Este exército foi feliz e tombou suas torres. 
Este exército foi feliz e cortou suas figueiras e videiras. 
Este exército foi feliz e tocou fogo em todas as suas aldeias. 
Este exército foi feliz e lá abateu suas tropas à s dezenas de milhares. 
Este exército foi feliz e trouxe consigo prisioneiros em grande quantidade.

     O forte quadro da destruição culmina no verso que noticia as dezenas de milhares de inimigos mortos. — No Novo Império, os egípcios chegaram, então, ainda que não por muito tempo, a praticar uma política agressiva planejada. Ramsés II trava demoradas guerras contra os hititas. Um hino em seu louvor diz: “Aquele que esmaga a terra dos hititas, transformando-a num amontoado de cadáveres, equipara-se a Sekhmet, enraivecida após a peste”. Já no mito, a deusa Sekhmet, com sua cabeça de leão, promove um terrível banho de sangue entre os homens revoltosos. Fica sendo a deusa da guerra e da matança. O poeta do hino de louvor, porém, associa a ideia do amontoado de cadáveres dos hititas à das vítimas de uma peste — uma vinculação que já não constitui novidade para nós.
     Em seu célebre relato acerca da batalha de Kadesh, travada por ele contra os hititas, Ramsés II conta como foi apartado de sua gente e com que força e coragem sobre-humanas ganhou sozinho a batalha. Sua gente “descobriu que todos os povos que eu invadira jaziam mortos em meio a seu próprio sangue, juntamente com todos os melhores guerreiros dos hititas e os filhos e irmãos de seu príncipe. Eu tingira de branco os campos de Kadesh, e não se podia pisar no chão, tamanha a quantidade de gente”. É a multidão de corpos e de sua vestimenta branca que modifica a cor dos campos — a mais terrível e ilustrativa das frases para expressar o resultado de uma batalha.
     Trata-se, porém, de um resultado que só é visto pelos guerreiros. A batalha foi travada no estrangeiro e, em casa, o povo gostaria também de desfrutar um pouco do amontoado de inimigos mortos. Os homens são inventivos e sabem como proporcionar-lhe tal satisfação. Acerca do rei seguinte, Merenptah — o filho de Ramsés II —, conta-se de que forma ele venceu uma grande batalha contra os líbios. Todo o acampamento destes, com todos os seus tesouros e os parentes de seu príncipe, caiu nas mãos dos egípcios e, terminada a pilhagem, foi incendiado. Nove mil, trezentos e setenta e seis prisioneiros complementaram o saque. Isso, porém, não era o bastante; a m de comprovar ao povo em casa o número de mortos, cortaram-se os órgãos genitais dos tombados; se circuncidados, as mãos serviam, e toda essa carga foi transportada em lombo de burro. Mais tarde, Ramsés III teria novamente de lutar contra os líbios. Desta feita, o número de troféus chegou a 12 535. Está claro que esses carregamentos horripilantes nada mais são do que o amontoado de inimigos mortos reduzido, tornado transportável e visível a todo o povo. Cada um dos tombados contribui com uma parte de seu corpo para o amontoado; e é importante que todos eles se igualem na condição de troféus.
     Outros povos interessaram-se mais por cabeças. Entre os assírios, estabelecia-se sempre uma recompensa pela cabeça de cada inimigo; um soldado esforçava-se por conseguir o maior número possível delas. Num alto-relevo da época do rei Assurbanipal, pode-se ver como os escribas, postados em suas amplas tendas, registram o número de cabeças cortadas. Cada soldado traz sua cabeça, joga-a numa pilha comum, diz seu nome e sua divisão e vai-se embora de novo. Os reis assírios tinham paixão por esses montes de cabeças. Se acompanhavam o exército, presidiam a entrega dos troféus e distribuíam eles próprios os prêmios aos soldados. Na sua ausência, mandavam trazer até eles todo o amontoado de cabeças; se tal era impossível, tinham de contentar-se com as dos comandantes inimigos.
      A meta imediata e totalmente concreta da guerra está, portanto, clara. Seria supérfluo buscar mais exemplos ilustrativos. A história é verdadeiramente pródiga neles. Tem-se a impressão de que ela prefere tratar disso, não tendo se dedicado a outras recordações da humanidade senão à custa de grandes e repetidos esforços.
     Se se contemplam conjuntamente ambas as partes em guerra, o quadro que se obtém é o de duas massas duplamente entrelaçadas. Um exército o maior possível almeja produzir um amontoado o maior possível de inimigos mortos. O mesmo vale para o lado oposto. O entrelaçamento resulta do fato de que cada participante de uma guerra pertence sempre a duas massas ao mesmo tempo: para sua própria gente, ele pertence ao número dos guerreiros vivos; para o adversário, ao número dos mortos potenciais e desejáveis.
     Com o intuito de manter a atmosfera beligerante, o guerreiro tem sempre de reafirmar primeiramente quão forte ele é — ou seja, de quantos homens compõe-se o seu exército — e, em segundo lugar, quão grande é já o número de inimigos mortos. Desde tempos remotos, os relatos de guerra caracterizam-se por essa dupla estatística: tantos soldados partiram para a batalha, tantos inimigos estão mortos. Grande é a tendência ao exagero, sobretudo no número de inimigos mortos.
     Enquanto se está em guerra, não se admite que o número dos inimigos vivos é demasiado grande. Mesmo que isso seja sabido, silencia-se a esse respeito e busca-se remediar o inconveniente através da distribuição das tropas em combate. Conforme já se assinalou acima, faz-se de tudo para, mediante a fácil remoção e mobilização das divisões de um exército, conseguir-se uma superioridade imediata. Somente depois da guerra é que se fala em quantos homens se perdeu.
     Que as guerras possam durar tanto, que continuem acontecendo mesmo quando já estão perdidas há muito tempo, tal se deve ao instinto mais profundo da massa: o de manter-se em seu estado agudo, de não desintegrar-se, de permanecer massa. Esse sentimento é por vezes tão forte que se prefere sucumbir a olhos vistos a reconhecer a derrota e, assim, vivenciar a desagregação da massa da qual se é parte.
     Como se forma, porém, a massa beligerante? O que produz, de um momento para outro, essa sinistra coesão? Tal processo é ainda tão enigmático que se tem de abordá-lo com algum cuidado.
     Trata-se de uma empreitada assaz espantosa. Decide-se que se está ameaçado de aniquilação física e proclama-se publicamente, perante o mundo todo, tal ameaça. “Eu posso ser morto”, declara-se, ao mesmo tempo em que, veladamente, se pensa: “porque quero matar este ou aquele.” Na realidade, a tônica teria de recair sobre a oração complementar: “Quero matar este ou aquele e, por isso, posso eu mesmo ser morto”. Em relação, porém, ao início da guerra, a seu eclodir, ao nascimento da disposição beligerante entre as pessoas, o que se admite é tão somente a primeira versão. Quer se seja verdadeiramente o agressor ou não, buscar-se-á sempre criar a ficção de que se está ameaçado.
      Tal ameaça consiste no fato de alguém arrogar-se o direito de matar outra pessoa. Cada indivíduo, de cada um dos lados, encontra-se sob a mesma ameaça: esta os torna todos iguais — a ameaça volta-se contra todos. A partir de um determinado momento, que é o mesmo para todos — o momento da declaração de guerra —, o mesmo pode ocorrer a todos. A aniquilação física, da qual a vida em sociedade normalmente protege o homem, avizinha-se justo por causa dessa sociedade, em razão mesmo de se pertencer a ela. A terrível ameaça paira igualmente sobre todos aqueles que se creem membros de um determinado povo. Milhares de pessoas às quais se disse ao mesmo tempo “Você deve morrer” reúnem-se para afastar a ameaça de morte. Buscam, então, atrair rapidamente para si todos quantos possam vir a ser objeto da mesma ameaça; reúnem-se em grande densidade e, para sua defesa, sujeitam-se a uma direção conjunta de seu agir.
      Em geral, os envolvidos de ambos os lados reúnem-se prontamente, ou em sua realidade física ou na imaginação e no sentimento. A eclosão de uma guerra é, primordialmente, a erupção de duas massas. Uma vez constituídas, o propósito supremo de cada uma delas é manter-se, tanto em sua disposição quanto em sua ação. Abandoná-las significaria abrir mão da própria vida. A massa beligerante age sempre como se fosse morte tudo quanto lhe é exterior, e o indivíduo que logrou sobreviver a muitas guerras sucumbirá sem opor resistência alguma a essa mesma ilusão diante de uma nova guerra.
      A morte, de que, na realidade, todos se veem continuamente ameaçados, tem de ser proclamada um veredicto coletivo, a fim de que seja enfrentada ativamente. Há, por assim dizer, um tempo declarado da morte, tempo este no qual ela se volta para a totalidade de um determinado grupo, escolhido arbitrariamente. “Agora chegou a vez dos franceses” ou “agora é a hora dos alemães”. O entusiasmo com que os homens recebem uma tal declaração tem suas raízes na covardia do indivíduo diante da morte. Sozinho, ninguém desejará enfrentá-la. Mais fácil é enfrentá-la a dois, quando dois inimigos executam a sentença um no outro, por assim dizer. E já não se trata absolutamente da mesma morte quando milhares a enfrentam conjuntamente. O pior que pode acontecer aos homens numa guerra — que sucumbam juntos — poupa lhes da morte como indivíduos, a qual temem acima de tudo.
      Não creem, porém, de forma alguma, que esse pior possa ocorrer. Veem uma possibilidade de desviar e passar adiante o veredicto coletivo proferido contra eles. Esse seu desvio da morte é o inimigo, e tudo quanto têm a fazer é antecipar-se a ele. Basta que se seja rápido o suficiente e não se hesite um instante sequer em matar. O inimigo vem mesmo a calhar: ele pronunciou o veredicto; foi ele quem disse “morram!” primeiro. Volta-se contra ele o que ele fez contra os outros. Invariavelmente, foi o inimigo quem começou tudo. Se não foi, talvez, o primeiro a pronunciar o veredicto, decerto planejou-o, e se não o planejou, pensou nele; e se ainda não havia pensado, tal pensamento logo ter-lhe-ia ocorrido. Na condição de um desejo, a morte está realmente em toda parte, e nem é necessário ir fundo nos homens para trazê-la à tona.
     A notável e inconfundível alta tensão que caracteriza os fenômenos bélicos possui duas causas: o homem quer antecipar-se à morte e age em massa. Na ausência deste último elemento, não há nenhuma perspectiva de êxito relativamente ao primeiro. Enquanto a guerra durar, os homens têm de permanecer massa; e ela termina de fato tão logo eles não mais o sejam. Contribuiu muito para a popularidade da guerra a perspectiva de um certo tempo de vida que ela oferece à massa enquanto tal. Pode-se demonstrar que a densidade e duração das guerras em tempos modernos vinculam-se às massas duplas muito maiores às quais se impregna de disposição bélica.

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Leia também:

Massa e Poder - A Massa (Massa Aberta e Massa Fechada)
Massa e Poder - A Massa (A Massa Dupla: A Guerra)
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ELIAS CANETTI nasceu em 1905 em Ruschuk, na Bulgária, filho de judeus sefardins. Sua família estabeleceu-se na Inglaterra em 1911 e em Viena em 1913. Aí ele obteve, em 1929, um doutorado em química. Em 1938, fugindo do nazismo, trocou Viena por Londres e Zurique. Recebeu em 1972 o prêmio Büchner, em 1975 o prêmio Nelly-Sachs, em 1977 o prêmio Gottfried-Keller e, em 1981, o prêmio Nobel de literatura. Morreu em Zurique, em 1994. 
Além da trilogia autobiográfica composta por A língua absolvida (em A língua absolvida Elias Canetti, Prêmio Nobel de Literatura de 1981, narra sua infância e adolescência na Bulgária, seu país de origem, e em outros países da Europa para onde foi obrigado a se deslocar, seja por razões familiares, seja pelas vicissitudes da Primeira Guerra Mundial. No entanto, mais do que um simples livro de memórias, A língua absolvida é a descrição do descobrimento do mundo, através da linguagem e da literatura, por um dos maiores escritores contemporâneos), Uma luz em meu ouvido (mas talvez seja na autobiografia que seu gênio se evidencie com maior clareza. Com este segundo volume, Uma luz em meu ouvido, Canetti nos oferece um retrato espantosamente rico de Viena e Berlim nos anos 20, do qual fazem parte não só familiares do escritor, como sua mãe ou sua primeira mulher, Veza, mas também personagens famosos como Karl Kraus, Bertolt Brecht, Geoge Grosz e Isaak Babel, além da multidão de desconhecidos que povoam toda metrópole) O jogo dos olhos (em O jogo dos olhos, Elias Canetti aborda o período de sua vida em que assistiu à ascensão de Hitler e à Guerra Civil espanhola, à fama literária de Musil e Joyce e à gestação de suas próprias obras-primas, Auto de fé e Massa e poder. Terceiro volume de uma autobiografia escrita com vigor literário e rigor intelectual, O jogo dos olhos é também o jogo das vaidades literárias exposto com impiedade, o jogo das descobertas intelectuais narrado com paixão e o confronto decisivo entre mãe e filho traçado com amargo distanciamento), já foram publicados no Brasil, entre outros, seu romance Auto de fé e os relatos As vozes de MarrakechFesta sob as bombas e Sobre a morte.
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Copyright @ 1992 by Claassen Verlag GmbH, Hildescheim
Título original Masse und Macht

"Não há nada que o homem mais tema do que o contato com o desconhecido."

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