sexta-feira, 2 de maio de 2025

Dostoiévski - O Idiota: Terceira Parte (9a) - Você suspeita dele?

O Idiota


Fiódor Dostoiévski

Tradução portuguesa por José Geraldo Vieira

Terceira Parte
9.


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      Chegando a casa, Lizavéta Prokófievna parou na primeira sala; não pôde ir além e se atirou ofegante em um divã, esquecendo mesmo de convidar o príncipe a sentar.
     Era uma sala bem grande, com uma mesa ao centro e uma lareira a um canto; havia muitas flores em uma etagêre entre as janelas, e uma porta de vidro, na parede oposta, dava para o jardim. Adelaída e Aleksándra apareceram logo com ar indagador, ficando a olhar para a mãe e o príncipe. Na vila de verão da família as moças geralmente se levantavam às nove horas; mas, de três dias para cá, a mais nova, Agláia, dera em se levantar mais cedo para passear no jardim da casa; não às sete horas, mas às oito ou pouco mais.
     Lizavéta Prokófievna, que na verdade não conseguira conciliar o sono a noite inteira por causa dos seus muitos aborrecimentos, se erguera às oito horas, contando encontrar-se com Agláia no jardim, certa de que a filha já se teria levantado. Não a descobriu, porém, nem no jardim nem no quarto e acabou ficando tão preocupada que acordou as outras filhas, vindo a saber pelas criadas que Agláia saíra às sete horas na direção do parque.
     As moças riram de mais esta esquisitice de sua extravagante irmã e avisaram à mãe que a caçula ficaria zangada se fosse procurada no parque onde, na certa, devia estar com um bom livro sentada no banco verde. Aquele banco verde que na véspera fora motivo de discussão com o Príncipe Chtch... Ela a achá-lo muito pitoresco, o príncipe a negar.
     Lizavéta Prokófievna ao surpreender a filha e o príncipe no tal banco ficara alvoroçadíssima com a declaração aloucada de Agláia. Razões lhe sobravam para se alarmar; mas depois que trouxe o príncipe consigo até à sala, se arrependeu do que então dissera. Afinal de contas, que havia de mais em Agláia se encontrar com o príncipe no parque, mesmo que essa entrevista tivesse sido marcada previamente?

- Não pense, meu bom amigo - começou ela, toda empertigada -, que o trouxe até aqui para lhe passar uma descompostura e interrogá-lo. Depois do que se passou ontem eu não poderia ter nenhuma ansiedade em vê-lo durante muito tempo...

     Não pôde prosseguir, teve de parar um momento. Foi o príncipe quem completou a frase, com perfeita serenidade, dizendo:

- Mas a senhora gostaria muito de saber como foi que fui encontrar Agláia Ivánovna esta manhã! 
- Gostaria, por quê? - Lizavéta Prokófievna inflamou-se logo. - Nunca tive medo de falar sempre o que quis! De mais a mais não estou insultando ninguém e nem é minha intenção ofender quem quer que seja...
- É lógico que a senhora deseja saber, sem ofensa. A senhora é a mãe dela. Fui encontrar-me com Agláia Ivánovna esta manhã no banco verde, porque ela ontem me convidou. Ontem à noite, me fez saber, por um recado escrito, que desejava encontrar-se comigo para debater um assunto importante. Encontramo-nos e estivemos durante uma hora a conversar sobre coisas que somente concernem a ela. Foi tudo. 
- Naturalmente que foi tudo, meu caro senhor; não há nisso a menor sombra de dúvida - concordou a Sra. Epantchiná, com dignidade.
- Sobretudo, príncipe disse Agláia, entrando inesperadamente na sala -, agradeço-lhe de todo o coração por não ter acreditado que eu condescenderia em mentir! Isso chega, mamãe, ou pretende a senhora fazer-lhe um exame mais minucioso?
- Você sabe muito bem que eu até agora nunca tive do que corar diante de você, embora você ficasse contente se por acaso eu tivesse - replicou-lhe Lizavéta Prokófievna severamente. - Adeus, príncipe, perdoe-me de o ter incomodado e espero que fique convencido sempre do meu imutável respeito.

     O príncipe imediatamente se inclinou para a direita e para a esquerda e silenciosamente se retirou.
     Aleksándra e Adelaída riram e cochicharam. A mãe as olhou duramente.

- Mamãe, só mesmo assim é que o príncipe faria tão magníficas mesuras. Via de regra é um desajeitado, mas não é que fez agora, de repente, direitinho feito Evguénii Pávlovitch? 
- Delicadeza e dignidade são ensinadas pelo coração e não pelo professor de dança - resumiu logo, sentenciosamente, Lizavéta Prokófievna. E subiu para o quarto, sem sequer olhar para Agláia.

     Quando o príncipe chegou a casa aí pelas nove horas, encontrou Vera Lukiánovna e a criada na varanda. Estavam limpando e varrendo, por causa da desordem da noite anterior.

- Graças a Deus tivemos tempo de acabar antes do senhor chegar - disse Vera alegremente.
- Bom dia. Sinto-me um pouco fraco, não dormi bem. Gostaria de me recostar um pouco.
- Aqui na varanda, como o senhor fez ontem? Está bem; vou a visar a todos para não o acordarem. Papai saiu não sei para onde. A criada foi-se. Vera esteve para acompanhá-la, mas se voltou e veio ansiosamente até perto do príncipe. 
- Príncipe, tenha pena desse pobre indivíduo. Não o mande embora hoje.
- De forma alguma o mandarei. Ele que resolva o que quiser. 
- Ele não fará nada, agora, e... não seja severo com ele.
- Certamente que não; por que haveria eu de ser?
- E não na presença dele, isso é o principal. 
- Oh! Nem pensar nisso. 
- Estava louca para falar sobre isso com uma pessoa como o senhor - disse Vera, corando - Apesar do senhor estar cansado - riu, dando meia volta para se ir embora -. Os seus olhos estão tão bonitos neste momento, parecem tão felizes!
- Não diga! Deveras? - perguntou o príncipe vivamente, pondo-se a rir, satisfeito. 

     Mas Vera, que era ingênua e encabulada como uma criança, ficou logo tão confusa e tão vermelha que se retirou depressa, rindo ainda. “Que jovial rapariga’ - pensou o príncipe, que logo se esqueceu dela. Foi para o canto da varanda, onde havia um sofá com uma mesinha ao lado. Sentou-se, escondeu as faces nas mãos e permaneceu assim por uns dez minutos. E, de súbito, muito agitado, tirou ligeiro as três cartas do bolso do casaco.
     Mas a porta se reabriu e Kólía surgiu. Isso, muito a propósito, aliviou o príncipe que, guardando de novo as cartas, adiou o mau momento.

- Ora! Mas que desventura! - disse Kólia, sentando-se no sofá e entrando logo no assunto, como as crianças da sua idade costumam fazer. - Que é que o senhor pensa de Ippolít, agora? Desmereceu ele do seu respeito?
- Ora essa, por quê?... Mas. Kólia. estou muito cansado... Além disso, é muito triste tudo isso, para se recomeçar a... Mas, como vai ele?
- Está dormindo há umas duas horas. Pelo que depreendo o senhor não dormiu, nem ficou em casa; deve ter estado no parque... ficou nervoso, é natural: não é de admirar.
- Por que depreende você que estive passeando no parque e me não fui dormir?
- Vera acabou de dizer. Esforçou-se até para me persuadir a que não viesse; respondi-lhe que ficaria só por um momento. Permaneci estas duas horas na cabeceira de Ippolít; agora cabe a vez a Kóstia Liébediev. Burdóvskii já foi embora. Bem, príncipe, descanse. Boa noite, ou melhor... bom dia! Mas, quer saber? ainda estou estupefato!
- Naturalmente! Tanta coisa...
- Não, não, príncipe! Estupefato com a “Confissão” de Ippolít. Principalmente aquele trecho a propósito da Providência e da vida futura. Há o pensamento de um gigante em tudo aquilo. O príncipe olhou afetuosamente para Kólia que não teve dúvida em entrar logo a explicar em que consistia a seu ver o tal “pensamento de gigante”. - E não é apenas o pensamento, mas também a maneira pela qual dispôs tudo aquilo. Se fosse escrito por Voltaire, Rousseau, Proudhon eu não me impressionaria tanto. Mas por um homem que tem certeza de que só dispõe de dez minutos para se exprimir desta forma, não é formidável? Ora, isto é a mais alta afirmação de dignidade pessoal, de confiança em si mesmo... Significa uma força titânica de vontade! Depois de tudo, haver quem ouse declarar que ele tirou a cápsula de propósito é vil, é incrível! Mas, quer saber, príncipe?, ele ontem mentiu. Eu não lhe arrumei absolutamente a mala, e nem nunca vi a pistola. Ele arrumou tudo sozinho; mantendo-me sempre arredado. Vera acabou de me dizer que o senhor vai consentir na permanência dele aqui; juro que não há perigo, mesmo porque não o deixaremos sozinho.
- Vocês permaneceram sempre perto dele? 
- Revezamo-nos. Kóstia Liébediev e eu. Keller ficou um bocadinho mas depois se retirou e foi dormir no pavilhão de Liébediev porque o quarto era apertado para tanta gente. Ferdichtchénko fez o mesmo, e às seis horas se retirou. O general, como sempre, dormiu na casa de Liébediev, para onde se recolheu logo. Liébediev não demora a aparecer, pois já o esteve procurando umas duas vezes, não sei para quê. Devo deixar que venha, ou não, já que o príncipe precisa descansar? Também vou ver se consigo dormir um pouco. Por falar nisto, gostaria de lhe contar uma coisa a respeito de papai, o general. Não compreendi direito... Burdóvskii me acordara às seis da manhã para eu ficar de plantão, perto do doente; eu saí um pouco para tomar ar, entre a vila e o pavilhão, e dei com ele tão bêbado que nem me reconheceu. Quase me deu um esbarrão. Nisto voltou a si, agarrou-me, perguntando logo: "Como vai o nosso doente? Vim só para saber como passou ele”. Dei-lhe as informações. “Bem, está muito bem”, respondeu papai, “mas ao que vim de fato, o que me fez levantar foi a necessidade de um aviso urgente. Tenho motivos para prevenir que contenham a língua diante de Ferdichtchénko e que fiquem de alcateia”. Compreende alguma coisa, príncipe?
- De fato? Mas.., a que propósito nos pode isso interessar?
- Naturalmente em nada. Não somos maçons! Mas fiquei espantado com a atitude do general levantando-se só com a preocupação de vir me acordar para dizer isto.   
- Diz você que Ferdichtchénko saiu?
- Às sete horas. Veio ver-me de passagem. Eu estava levantado por causa de Ippolít. Saiu, declarando que ia passar o dia com Vílkin. Esse Vílkin é um sujeito bêbado daqui de Pávlovsk. Bem, vou deitar. 

     Chegou Lukián Timoféietch...

- O príncipe está dormindo, Lukián Timoféietch, meia volta, volver!
- Um momento apenas, honorabilíssimo príncipe. Trata-se de um assunto importantíssimo para mim.

     Liébediev ia entrando e falava com voz afetadamente baixa, muito compungido, à medida que fazia mesuras exageradas. Havendo entrado e já com o chapéu na mão, se esforçava por manter uma expressão circunspecta; mas sua fisionomia excêntrica deixava transparecer uma grande preocupação. O príncipe convidou-o a sentar.

- Soube que perguntou por mim já duas vezes. Que nervoso é esse? Por causa ainda de tudo que aconteceu essa noite?
- Quer dizer.., por causa do rapaz, príncipe? Oh! Não; essa noite as minhas ideias ficaram atrapalhadas... mas hoje é meu intento não contrafazer as suas ordens, seja no que for.
- Contrafa... Que é que está dizendo?
- ... zer! Contrafazer! Trata-se de um galicismo horrível como muitíssimos outros que se intrometeram no nosso léxico e com os quais não concordo.
- Que lhe aconteceu. Liébediev, para estar assim tão formalizado e falando com tamanha cadência como se estivesse soletrando?... - indagou Míchkin.
- Nikolái Ardaliónovitch - disse Liébediev dirigindo-se a Kólia com uma voz quase desembargada -, tenho eu de tratar com o príncipe de um negócio todo íntimo...
- Lógico, lógico! E que não me interessa... Adeus, príncipe. - e Kólía se retirou imediatamente.
- Gosto desta criança porque tem tato... - pronunciou Liébediev, seguindo- o com o olhar - Um garoto esperto, mas algo perguntador... Topei com uma severa calamidade, honorabilíssimo príncipe, esta noite, ou esta manhã, ao dealbar... Hesito em precisar a hora certa...
- Que foi?
- Sumiram quatrocentos rublos do bolso do meu casaco, honorabilíssimo príncipe. Estávamos aguardando o dia - acrescentou com um sorriso azedo.
- Você perdeu quatrocentos rublos? Que pena!
- Principalmente se considerarmos que sou um pobre homem honradamente mantendo família com o meu próprio labor.
- Naturalmente, naturalmente. Como aconteceu isso? 
- Frutos do beber! Vim ter logo com o senhor, como a nossa Providência, honorabilíssimo príncipe. Recebi a soma de quatrocentos rublos, novinhos em folha, de um devedor, ontem, às cinco da tarde, e voltei para cá de trem. Estava com a carteira no bolso. Ao mudar o meu uniforme pelo casaco de casa, pus o dinheiro no bolso do casaco, pretendendo nessa mesma noite encontrar uma colocação para ele... Estava esperando um agente.
- Por falar nisso, Lukián Timoféietch, é verdade que você pôs um anúncio dizendo que emprestava dinheiro sobre ouro ou artigos de prata?
- Através de agentes; o meu nome não aparecia nem o meu endereço. A soma à minha ordem é mesquinha e em vista do aumento de minha família, o senhor há de admitir que, por notória razão, isso de juros...
- Perfeitamente, perfeitamente. Apenas perguntei para saber. Desculpe ter interrompido.
- Mas o tal agente não apareceu. Nesse ínterim o desgraçado rapaz foi trazido para aqui. Eu já estava “alto”, depois do jantar; as visitas foram chegando; bebemos.., chá, e, por ruína minha, fui ficando alegrote. Quando Keller chegou, atrasado, e disse que era o seu dia de festa natalícia e ordenou champanha, eu, como tenho coração, caro e honorabilíssimo príncipe (como o senhor já deve ter notado segundo tantas vezes me pareceu), desde que tenho um coração não direi sensível mas grato - do que aliás me orgulho - pensei, ora bem, comemorar com o maior respeito a festiva data em perspectiva e, querendo me pôr em condições para poder me congratular também com o senhor, ao ir mudar o meu surrado casaco de casa pelo meu uniforme que eu tirara ao chegar, como de fato tirei, segundo o senhor decerto observou, príncipe, vendo-me depois toda a noite com o meu uniforme, como dizia, ao trocar os meus arreios ,esqueci a carteira no bolso do casaco.., tão verdade é o que digo que quando Deus quer castigar um homem Ele, primeiro que tudo, o priva da sua razão; e somente esta manhã, às sete e meia, ao acordar, pulei como um maluco e me precipitei logo para o meu casaco: o bolso estava vazio! A carteira tinha desaparecido!
- Puxa! Que coisa desagradável!
- Desagradável, deveras; e com verdadeiro tato o senhor acaba de achar a palavra para isso – acrescentou Liébediev não sem simulação. 
- Bem, mas... - disse o príncipe, preocupado, ponderando. - Isso é sério, você bem que sabe. 
- Sério, deveras. Novamente, príncipe, o senhor encontrou a palavra para descrever...  
- Ora! Pare com isso, Liébediev. Não são palavras o que temos de procurar neste caso. Você acha que a teria deixado cair do bolso, quando estava bêbado?
 - Podia bem ser. Tudo pode acontecer quando se está bêbado, conforme o senhor tão bem se expressou, honorabilíssimo príncipe. Mas eu lhe peço que considere comigo o seguinte: se deixei cair o artigo do meu bolso ao mudar o casaco, o artigo caído devia estar no assoalho. Onde está o artigo?
- Não o teria você posto em uma gaveta, em uma mesa?
- Já procurei em tudo, desarrumei tudo, embora não tivesse escondido em lugar nenhum e nem aberto gaveta nenhuma, conforme me lembro perfeitamente.
- Já olhou no seu armário? 
- A primeira coisa que fiz foi espiar no armário e já tornei várias vezes a procurar dentro dele. E como havia eu de o ter colocado no armário, honorabilíssimo príncipe?
- Confesso que isso já está me amolando, Liébediev. Então alguém deve ter achado no assoalho. 
- Ou tirado do meu bolso. Das duas alternativas, uma!
- O que mais me preocupa é saber quem seria. Eis a questão!
- Nem há dúvida. Esta é a grande questão. O senhor encontrou a palavra mesma, verdadeira, com maravilhosa exatidão e definiu a situação, ilustríssimo príncipe. 
- Ora, Lukián Timoféietch, pare com essa coisa ridícula, essa...  
- Galhofa? - exclamou Liébediev juntando as mãos e as esfregando. 
- Está bem, está bem, está tudo muito direito. Não estou zangado, não. E um outro negócio, agora. Estou com receio do pessoal. 
- De quem suspeita você? 
- Dificílima e complicada pergunta. Da criada não desconfio: esteve sempre sentada na cozinha. De meus próprios filhos também não.
- É claro.
- Uma das visitas, então. 
- Será possível?
- Totalmente e no mais alto grau impossível, mas tem de ser! Estou inclinado, pois, a admitir e convencido mesmo de que é um caso de furto. Quem sabe se não foi cometido à noite quando estávamos juntos, nessa mesma noite, depois, ou de manhã, por alguém que tenha passado a noite aqui? 
- Ai, ai, meu Deus!
- Burdóvskii e Nikolái Ardaliónovitch naturalmente eu os excluo. Nem entraram no meu quarto. 
- De pleno acordo. E mesmo que tivessem entrado. Quem passou a noite lá? 
- Contando comigo, éramos quatro em dois quartos pegados o general, Keller, o Senhor Ferdichtchénko e eu. Portanto deve ter sido um de nós quatro. 
- Um dos três, então. Mas quem?
- Contei comigo para ser correto moral e matematicamente! Mas admitirá, príncipe, que eu pudesse parvamente ter roubado a mim mesmo, muito embora esses casos aconteçam?
- Ora, Liébediev que enfadonho é tudo isto! - exclamou o Príncipe - Voltemos ao ponto em que estávamos. Por que embrulha você as coisas? Assim, pois, restam três. Primeiro, o Sr. Keller, instável beberrão e sob certos respeitos, muito liberal! Quero referir-me ao que respeita a dinheiro, a gastar, a pagar, mas sob outros respeitos, mais cavalheiresco do que liberal em suas tendências. Dormiu aqui, no quarto do doente, e foi só alta noite que apareceu no pavilhão sob o pretexto de lhe ser difícil dormir no chão sem nada.
- Você suspeita dele? 

O Idiota: Terceira Parte (9a) - Você suspeita dele?
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