sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Moby Dick: 36 - O tombadilho

Moby Dick

Herman Melville

36 - O tombadilho
 
     [Entra Ahab; depois, todos]

     Não havia passado muito tempo desde o caso do cachimbo quando, certa manhã, logo depois do café, como de costume, Ahab subiu ao convés, pelo passadiço da cabine. Ali, a maior parte dos capitães do mar caminha a essa hora, como os cavalheiros rurais que, depois dessa mesma refeição, dão algumas voltas em seus jardins.
     Logo se ouviu seu inconfundível andar de marfim, à medida que dava voltas de um lado para o outro sobre as tábuas, já tão familiarizadas com seu passo, que estavam entalhadas, como pedras geológicas, com as marcas peculiares de sua caminhada. Tivesse você observado atentamente seu semblante entalhado e enrugado, nele igualmente veria pegadas ainda mais estranhas – as pegadas de seu único pensamento, insone, sempre em marcha.
     Mas, naquela ocasião, aquelas marcas pareciam mais profundas, como se seus passos nervosos, naquela manhã, deixassem sulcos ainda mais profundos. E estava Ahab tão imerso em seus pensamentos que, a cada volta regular que fazia, ora ao redor do mastro principal, ora ao redor da bitácula, quase que se podia ver aquele pensamento dando nele a volta enquanto ele voltava, e nele caminhando enquanto ele caminhava; dominando-o tão completamente que parecia, de fato, ser o molde interior de todo movimento exterior.

 “Tá vendo, Flask?”, segredou Stubb; “o filhote dentro dele está rompendo a casca. Já vai sair.”

     As horas passavam; Ahab estava ora encerrado em sua cabine; ora andando no convés, demonstrando em seu semblante o mesmo propósito de profundo fanatismo.
     Aproximava-se o fim do dia. De repente ele parou na amurada e, colocando a perna de marfim no buraco da verruma, com uma mão segurando um brandal, ordenou a Starbuck que reunisse todos na popa.

 “Senhor!”, disse o piloto, admirado com uma ordem que pouco ou nunca era dada a bordo, exceto em algum caso extraordinário.
 “Mande todos para a popa”, repetiu Ahab. “Vocês aí, no topo do mastro! Desçam!”

      Quando toda a tripulação do navio estava reunida, fitando-o com curiosidade e um pouco de apreensão, uma vez que ele não diferia de um horizonte a barlavento quando a tempestade avança, Ahab, depois de rapidamente olhar sobre a amurada e lançar um olhar sobre a tripulação, saiu de seu posto de observação; e como se não houvesse nem uma alma viva perto dele recomeçou a dar pesadas voltas no convés. De cabeça baixa, com o chapéu de lado, continuou a andar, sem se preocupar com os sussurros de admiração dos homens; até que Stubb murmurou com cautela para Flask que Ahab devia tê-los reunido para que testemunhassem algum grande feito de pedestre. Mas não demorou muito. Parando veemente, bradou:

 “Que fazeis quando avistais uma baleia, marinheiros?”
 “Sinalizamos!”, foi a resposta impulsiva de uma dezena de vozes unidas.
 “Muito bem!”, bradou Ahab, com um tom desmedido de aprovação na voz, observando a calorosa animação que sua pergunta inesperada causou nos homens.
 “Que fazeis depois, marinheiros?” 
 “Descemos e vamos atrás dela!” 
 “E que cantiga entoais, marinheiros?” 
 “Baleia morta ou barco afundado!”

      A cada resposta o rosto do velho revelava aprovação e, mais e mais, uma feroz e estranha satisfação; enquanto os marujos começavam a se olhar com curiosidade, como se estivessem maravilhados pelo jeito com que haviam se animado diante de perguntas aparentemente tão sem sentido.
     Mas voltaram à ansiedade quando Ahab, dando meia-volta em seu eixo, com uma mão segurando um ovém no alto, quase que compulsivamente o apertando, se dirigiu a eles dizendo:

 “Todos vós, gajeiros, já me ouvistes dar ordens a respeito de uma baleia branca. Prestai atenção! Vedes este dobrão de ouro da Espanha?” – exibindo uma grande moeda que brilhava ao sol – “é uma moeda de dezesseis dólares, marinheiros. Vedes? Sr. Starbuck, passa-me aquela marreta.”

      Enquanto o oficial pegava o martelo, Ahab, sem falar, esfregava lentamente a moeda de ouro contra as mangas do casaco, como se quisesse avivar-lhe o brilho, e, sem usar nenhuma palavra, cantarolava baixinho, produzindo um som tão estranhamente abafado e sem sentido, que parecia o barulho mecânico da roda da vitalidade que tinha dentro de si.
     Ao receber a marreta de Starbuck, adiantou-se na direção do mastro principal, com o martelo erguido numa mão, exibindo a moeda de ouro na outra, e exclamou em alto e bom som: “Aquele de vós que sinalizar para mim uma baleia de cabeça branca e mandíbula deformada, aquele de vós que sinalizar para mim uma baleia de cabeça branca e uma fronte enrugada, com três furos a estibordo da cauda – prestai atenção, aquele de vós que sinalizar para mim essa baleia branca receberá esta moeda de ouro”.

 “Hurra! Hurra!”, gritaram os marinheiros, enquanto agitavam os chapéus para saudar o ato de pregar o ouro no mastro. 
 “É uma baleia branca, vos digo”, repetiu Ahab, deixando cair a marreta; “uma baleia branca. Abri bem os olhos, marinheiros; observai com cuidado toda a água com espuma; se virdes apenas uma bolha, avisai.”

     Enquanto isso Tashtego, Daggoo e Queequeg olhavam para ele com um interesse e uma surpresa maior que a dos outros, e quando a fronte enrugada e a mandíbula deformada foram mencionadas tiveram um sobressalto, como se cada um deles tivesse sido acometido de uma recordação específica.

 “Capitão Ahab”, disse Tashtego, “essa baleia branca deve ser a mesma que alguns chamam de Moby Dick.” 
 “Moby Dick?”, gritou Ahab. “Então conheces a baleia branca, Tash?” 
 “Ele abana a cauda de um jeito curioso antes de mergulhar, senhor?”, disse o nativo de Gay Head deliberadamente. 
 “E tem também um sopro curioso”, disse Daggoo, “muito denso, mesmo para um cachalote, e bastante rápido, Capitão Ahab?” 
 “E ‘tá com um, dois, três – XII!, muitos ferro’ preso’ no corpo, tam’ém, Capitão”, gritou Queequeg desordenadamente, “tudo tor – tur – torcido, como aquilo – aquilo –”, faltava-lhe a palavra certa, e ele torcia a mão, fazendo voltas como se estivesse tirando a rolha de uma garrafa, “como aquilo – aquilo –” 
 “Um saca-rolha!”, bradou Ahab, “isso, Queequeg, os arpões estão todos tortos e retorcidos na baleia; isso, Daggoo, seu sopro é muito grande, como um amontoado de trigo, e branco como uma pilha de lã depois da grande tosquia anual de Nantucket; isso, Tashtego, e ela abana a cauda como uma bujarrona rompida numa tormenta. Com mil demônios, marinheiros, foi Moby Dick que vistes – Moby Dick – Moby Dick!” 
 “Capitão Ahab”, disse Starbuck, que junto com Stubb e Flask observava seu superior com uma curiosidade crescente, mas foi tomado por um pensamento que de certo modo explicava a perplexidade. “Capitão Ahab, já ouvi falar de Moby Dick – mas não foi Moby Dick que te arrancou a perna?” 
 “Quem te disse isso?”, gritou Ahab, e depois vacilou, “isso, Starbuck; isso, meus corajosos que me cercam; foi Moby Dick que me desmastreou; Moby Dick me colocou sobre esse coto morto sobre o qual me apóio. Isso, isso”, disse com um soluço terrível, alto, animalesco, como o de um alce ferido; “isso, isso! Foi essa maldita baleia branca que me reduziu a uma carcaça; que fez de mim um marinheiro aleijado e sem jeito para todo o sempre!” Depois, lançando os braços para o alto, com desmedidas imprecações, gritou: “Isso, isso! E vou persegui-la na Boa Esperança, no Horn, no maelstrom da Noruega e nas chamas do inferno antes de desistir. Foi para isso que embarcastes, marinheiros! Para perseguir essa baleia branca nos dois lados da terra, e por todos os lados do globo, até que ela solte um jato de sangue preto e bóie com as barbatanas para cima. Que dizeis, marinheiros, estareis unidos nessa empreitada? Creio que sois corajosos”. 
 “Isso, isso!”, gritaram os arpoadores e homens do mar, correndo para perto do velho agitado: “uma visão afiada para a Baleia Branca; uma lança afiada para Moby Dick!” 
 “Deus vos abençoe”, ele pareceu dizer entre o soluço e o grito.  “Deus vos abençoe, marinheiros. Camareiro! Vá buscar o grogue em grande quantidade. Mas por que essa cara comprida, senhor Starbuck; não queres caçar a baleia branca? Não tens coragem para lutar contra Moby Dick?” 
 “Tenho coragem para lutar contra sua mandíbula deformada, e também contra as mandíbulas da Morte, Capitão Ahab, se surgirem verdadeiramente em nosso caminho; mas eu vim para pescar baleias, e não para vingar meu comandante. Quantos barris vai render a tua vingança, caso a consigas, Capitão Ahab? Não alcançarás um preço muito alto em nosso mercado de Nantucket.” 
 “Mercado de Nantucket! Que droga! Chega mais perto, Starbuck; tu necessitas de uma palavra um pouco mais profunda. Se a medida é o dinheiro, marinheiro, e os contadores tivessem calculado o globo inteiro, cercando-o de guinéus, um para cada três quartos de polegada, deixa-me contar que minha vingança pagará uma grande recompensa aqui!” 
 “Ele está batendo no peito”, sussurrou Stubb, “por que será? Parece-me que soa imenso, mas vazio.” 
 “Vingança sobre uma besta que não fala!”, gritou Starbuck, “que te atacou simplesmente por um instinto cego! Loucura! Sentir ódio de uma criatura muda, Capitão Ahab, me parece uma blasfêmia.” 
 “Escute aqui mais uma vez – uma palavra um pouco mais profunda. Todos os objetos visíveis, homem, não passam de máscaras de papelão. Mas em todos os eventos – na ação viva, na façanha incontestável – revela-se alguma coisa desconhecida, mas racional, por detrás dessa máscara irracional. Se um homem quer atacar, que ataque através da máscara! Como pode um prisioneiro escapar a não ser atravessando o muro à força? Para mim, a baleia branca é o muro, que foi empurrado para perto de mim. Às vezes penso que não existe nada além. Mas basta. Ela é meu dever; ela é meu fardo; eu a vejo em sua força descomunal, fortalecida por uma malícia inescrutável. Essa coisa inescrutável é o que mais odeio; seja a baleia branca o agente, seja a baleia branca o principal, descarregarei meu ódio sobre ela. Não me fales de blasfêmias, homem; eu lutaria contra o sol, se ele me insultasse. Porque, se o sol pode fazer uma coisa, eu posso fazer outra, visto que sempre há uma espécie de jogo lícito, e há o zelo reinando sobre todas as criações. Mas esse jogo lícito não me domina, homem. Quem está acima de mim? A verdade não tem limites. Deixa de olhar para mim! Mais intolerável que o olhar do demônio é o de um idiota! Ora, ora, enrubesceste e empalideceste; minha fúria se fundiu com tua cólera. Mas presta atenção, Starbuck, aquilo que se diz quando enfurecido, logo se desdiz. Há homens cujas palavras iradas constituem um pequeno insulto. Não quis te encolerizar. Deixa estar. Vê! Olha ali em baixo, todos aqueles rostos Turcos, bronzeados, com manchas – quadros vivos, a respirar, pintados pelo sol. Os leopardos Pagãos criaturas sem pensamento e sem culto, que vivem, que procuram e que não dão razões pela vida tórrida que levam! A tripulação, homem, a tripulação! Não estão todos com Ahab, na questão dessa baleia? Olha Stubb! Ele ri! Vê o Chileno ali! Bufa quando pensa no caso. Ficar de pé em meio ao furacão, tua muda criatura agitada não consegue, Starbuck! E do que se trata, afinal? Pensa bem. Apenas de ajudar a abater uma barbatana; nenhuma proeza extraordinária para Starbuck! E que mais? Nesta pequena caçada, a melhor lança de Nantucket, certamente ela não vai recuar, quando todos os marinheiros já estão com as pedras de amolar à mão. Ah! Estás constrangido; entendo! A onda te levanta! Fala, apenas fala! – Sim, sim! Teu silêncio fala por ti. [À parte] Alguma coisa escapou de minhas narinas dilatadas, e o pulmão dele a inalou. Agora Starbuck me pertence; já não pode resistir a mim sem uma rebelião.” 
 “Que Deus me proteja! Que Deus nos proteja a todos!”, murmurou Starbuck, com humildade.

     Mas, em sua alegria diante da anuência tácita e enfeitiçada do piloto, Ahab não escutou a súplica cheia de agouro; nem os risos abafados do porão; nem as vibrações proféticas do vento no cordame; nem o ruído surdo das velas batendo nos mastros, quando por um momento os ânimos esmoreceram. Mas, outra vez, os olhos de Starbuck se iluminaram com a obstinação da vida; o riso subterrâneo emudeceu; o vento continuou a soprar; as velas enfunaram-se; o navio arfava e prosseguia como antes. Ah, advertências e pressentimentos! Por que não permaneceis, quando chegais? No entanto, ó, sombras, sois mais presságios do que advertências! E, mesmo assim, menos presságios exteriores do que confirmações de coisas precedentes que se passam dentro de nós. Porque, com poucas coisas externas a nos compelir, são as necessidades íntimas de nosso ser que continuam a nos guiar.

 “A medida! A medida!”, gritou Ahab.

     Recebendo a vasilha de estanho a transbordar, e voltando-se para os arpoadores, ordenou-lhes que mostrassem suas armas. Enfileirando-os em frente, perto do cabrestante, com os arpões empunhados, enquanto os três pilotos ficavam na lateral com suas lanças, e o resto da tripulação formava um círculo em volta do grupo; ele permaneceu por um momento a observar cada tripulante. Mas aqueles olhos selvagens encontravam os olhos dele como os olhos injetados dos lobos encontram os de seu líder, antes de ele se precipitar no encalço do bisão; mas, não! apenas para que caiam na armadilha do Índio.

 “Bebei e passai!”, gritou, entregando a vasilha cheia para o marinheiro mais próximo. “Só a tripulação bebe agora. Passai, passai! Pequenos tragos – grandes goles, marinheiros. Isso é quente como o casco do demônio. Isso, isso, está dando a volta muito bem. Cria espirais em vós; aparece nos olhos como uma serpente. Muito bem, está quase seco. Veio de um jeito, sai de outro. Dai-me – está vazia! Marinheiros, parecei-vos com o tempo; uma vida tão plena é tragada e desaparece. Camareiro, torna a encher! 
 “Atentai agora, meus corajosos homens. Fiz a chamada em torno deste cabrestante; vós, pilotos, colocai-vos ao meu lado com vossas lanças; vós, arpoadores, ficai aí com vossos ferros; vós, fortes marujos, formai um círculo em torno de mim, para que eu possa de algum modo reavivar um nobre costume de meus antepassados pescadores. Ó, marinheiros, vereis que – olá, rapaz, já voltaste? Dinheiro falso não voltaria mais depressa. Dá cá. Ora, essa vasilha de estanho estaria cheia de novo, se não fosses tu, diabo de São Vito – fora, calafrio! 
 “Adiante, oficiais! Cruzai as lanças bem diante de mim. Muito bem! Deixai que eu veja o eixo.” Dizendo isto, estendeu seu braço, pegou as três lanças radiantes, niveladas em seu ponto de cruzamento; enquanto fazia isso, deu-lhes de repente um safanão nervoso; enquanto isso, seu olhar decidido passava de Starbuck para Stubb; de Stubb para Flask. Parecia que, por uma vontade interior inominável, ele pretendia descarregar neles a emoção causticante acumulada no vaso de Leyden de sua vida magnética. Os três pilotos tremiam diante de sua expressão forte, firme e mística. Stubb e Flask desviaram seus olhares; os olhos honestos de Starbuck voltaram-se para o chão. 
 “Inútil!”, gritou Ahab; “mas talvez seja melhor assim. Pois, tivessem os três recebido o choque em sua plenitude, talvez esta minha força elétrica, ela própria tivesse terminado. Talvez, também, tivesse terminado convosco. Talvez não preciseis dela. Abaixai as lanças! Agora, vós, pilotos, nomeio-vos copeiros daqueles meus três irmãos pagãos – aqueles três nobres cavalheiros muito honrados, meus corajosos arpoadores. Desprezais a tarefa? Quando o grande Papa lava os pés dos mendigos, usando a tiara como jarro? Ó, amáveis cardeais! Vossa própria condescendência vos levará a fazê-lo. Não sou eu quem vos ordena; sois vós quem o quereis. Cortai os laços e sacai as varas, arpoadores!”

     Obedecendo silenciosamente ao comando, os três arpoadores estavam diante dele com a parte de ferro dos seus arpões, de cerca de três pés de comprimento, à mostra, e a ponta para cima.

 “Não me apunhaleis com essa faca afiada! Virai-a para baixo, virai-a! Não sabeis segurar uma taça? Virai a embocadura! Isso, isso; agora, vós, copeiros, adiantai vos. Os ferros! Pegai-os; segurai-os para que eu os encha!” Sem demora, indo de um oficial ao outro, ele encheu a embocadura dos arpões com o conteúdo ardente da vasilha. 
 “Muito bem, de três em três. Encomendai os cálices assassinos! Servi-vos deles, vós, que vos tornastes membros desta aliança indissolúvel. Ah, Starbuck! A coisa está feita! Ali o sol ratificante espera para se esconder. Bebei, arpoadores! Bebei e jurai, homens que tomais lugar à proa da baleeira vingadora – Morte a Moby Dick! Que Deus nos cace, se não caçarmos Moby Dick até a morte!” Os longos e afiados cálices de metal foram erguidos; e, proferindo gritos e maldições contra a baleia branca, o álcool lhes desceu pela garganta ao mesmo tempo com um sibilo. Starbuck empalideceu, e virou-se, e sentiu um calafrio. Pela última vez, a vasilha cheia fez a volta pela tripulação frenética; então, com um aceno da mão livre, todos se dispersaram; e Ahab recolheu-se em sua cabine.

[ A cabine; junto às janelas da popa; Ahab, sentado sozinho; e olhando para fora.]

Continua na página 163...
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Leia também:

Moby Dick: Etimologia, Excertos, Citações
Moby Dick: 1  - Miragens
Moby Dick: 36 - O tombadilho
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Moby Dick é um romance do escritor estadunidense Herman Melvillesobre um cachalote (grande animal marinho) de cor branca que foi perseguido, e mesmo ferido várias vezes por baleeiros, conseguiu se defender e destruí-los, nas aventuras narradas pelo marinheiro Ishmael junto com o Capitão Ahab e o primeiro imediato Starbuck a bordo do baleeiro Pequod. Originalmente foi publicado em três fascículos com o título "Moby-Dick, A Baleia" em Londres e em Nova York em 1851,
O livro foi revolucionário para a época, com descrições intrincadas e imaginativas do personagem-narrador, suas reflexões pessoais e grandes trechos de não-ficção, sobre variados assuntos, como baleias, métodos de caça a elas, arpões, a cor do animal, detalhes sobre as embarcações, funcionamentos e armazenamento de produtos extraídos das baleias.
O romance foi inspirado no naufrágio do navio Essex, comandado pelo capitão George Pollard, que perseguiu teimosamente uma baleia e ao tentar destruí-la, afundou. Outra fonte de inspiração foi o cachalote albino Mocha Dick, supostamente morta na década de 1830 ao largo da ilha chilena de Mocha, que se defendia dos navios que a perturbavam.
A obra foi inicialmente mal recebida pelos críticos, assim como pelo público por ser a visão unicamente destrutiva do ser humano contra os seres marinhos. O sabor da amarga aventura e o quanto o homem pode ser mortal por razões tolas como o instinto animal, sendo capaz de criar seus fantasmas justamente por sua pretensão e soberba, pode valer a leitura.


E você com o quê se identifica?

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