domingo, 19 de janeiro de 2025

Quando tenho medo de deixar de existir

John Keats



John Keats escreveu o soneto, “When I have fears that I may cease to be” em 1818. Nele, ele medita, corretamente, ao que parece, que pode morrer antes do tempo. Ele morreu de tuberculose em 1821, aos 25 anos


Quando tenho medo de deixar de existir
Antes que minha pena tenha recolhido meu cérebro fervilhante,
Antes que livros empilhados, em caráter,
Segurem como ricos celeiros o grão maduro;
 
Quando contemplo, sobre a face estrelada da noite,
Enormes símbolos nublados de um romance elevado,
E penso que nunca viverei para traçar
Suas sombras, com a mão mágica do acaso;
 
E quando sinto, bela criatura de uma hora!
Que nunca mais olharei para ti,
Nunca terei prazer no poder das fadas
 
Do amor irrefletido! — então na costa
Do vasto mundo eu fico sozinho, e penso
Até que o Amor e a Fama se afundem em nada.


"Keats está ciente, perto da morte como está, mesmo aos vinte e dois anos, que tudo empalidece diante do pensamento de que ele pode não mais "ser". Grande parte do poema é sobre como sua poesia não consegue acompanhar tudo o que ele tem em seu cérebro, tudo o que ele quer escrever ou pode escrever algum dia. Há também uma referência estendida ao amor de sua vida, Fanny Brawne, e como a consciência da morte iminente ressalta a possibilidade de que o amor pode não durar para sempre."
Cartas de poesia de Huck Gutman




When I have fears that I may cease to be
    Before my pen has glean'd my teeming brain,
Before high-piled books, in charact'ry,
    Hold like rich garners the full-ripen'd grain;
When I behold, upon the night's starr'd face,
    Huge cloudy symbols of a high romance,
And think that I may never live to trace
    Their shadows, with the magic hand of chance;
And when I feel, fair creature of an hour!
    That I shall never look upon thee more,
Never have relish in the faery power
    Of unreflecting love!—then on the shore
Of the wide world I stand alone, and think,
Till Love and Fame to nothingness do sink.






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