O Idiota
Fiódor Dostoiévski
Tradução portuguesa por José Geraldo Vieira
Segunda Parte
9.
- Certamente o senhor não chegará ao ponto de negar - começou Gavril Ardaliónovitch, dirijindo-se imediatamente a Burdóvskii que se pôs a escutá-lo atentamente, apesar de uma visível agitação, os olhos muito abertos – não tentará nem quererá, de fato, negar que nasceu justamente dois anos depois que sua respeitável mãe se casou com o Sr. Burdóvskii, seu pai. A data do seu nascimento pode ser facilmente comprovada, de modo que a distorção deste fato - tão insultante para o senhor e para sua mãe... no artigo do Sr. Keller, deve ser levada à conta, simplesmente, da superabundância da imaginação do mesmo Sr. Keller: supunha ele, sem dúvida, tornar a reivindicação mais forte, por essa declaração, assim, pois, cooperando em seu interesse. O Sr. Keller diz que antes de publicar lhe leu parte do artigo, mas não todo... e não pode haver dúvida de que não lhe leu esta passagem...
- De fato não leu - interrompeu o boxeador - mas todas as
informações me foram dadas por pessoa competente e eu...
- Com licença, Sr.
Keller - atalhou Gavríl Ardaliónovitch - permita que eu fale. Asseguro-lhe que já
chegarei ao seu artigo. E então o senhor dará as suas explicações; mas o melhor,
agora, é tratarmos das coisas em sua sequência natural, Inteiramente por acaso,
com o auxílio de minha irmã Varvára Ardalíónovna Ptítsina, obtive de uma sua
amiga íntima, a Sra. Zubkóva, viúva que tem uma propriedade no campo, uma
carta que lhe escreveu do estrangeiro o Sr. Pavlíchtchev, há vinte e quatro anos.
Havendo travado conhecimento com a Sra. Zubkóva, tive ensejo de recorrer
também, por sugestão dessa mulher, a um seu parente que fora outrora grande
amigo do Sr. Pavlíchtchev, o coronel reformado Viazóvkin. E dele consegui mais
outras duas cartas escritas também pelo Sr. Pavlíchtchev, ainda do estrangeiro.
Através de tais cartas e dos fatos e datas nelas mencionados, ficou
categoricamente provado, sem nenhuma possibilidade de erro ou de dúvida, que
ele partira para fora do país um ano e meio antes do senhor nascer, Sr.
Burdóvskii, e que fora do país permaneceu durante três anos. Ora, como o senhor
bem sabe, sua mãe nunca esteve fora da Rússia. No momento não lhe leio as
cartas; já é tarde. Mas se lhe interessa, marque uma hora para conversar
comigo, amanhã cedo, se quiser, Sr. Burdóvskii, e traga as suas testemunhas -
quantas lhe aprouver e peritos para
examinar a caligrafia; estou certo de que o senhor ficará mais do que
convencido da veracidade dos fatos expostos. Se assim for, todo o caso,
naturalmente, cai por terra e fica liquidado.
Isso provocou, outra vez, emoção
geral e excitação crescente. Burdóvskii imediatamente se levantou.
- Já que assim é, fui enganado! Enganado não por Tchebárov, mas desde muito
antes Não preciso de peritos, não preciso ir ver o senhor, acredito, retiro minha
reivindicação. Não concordo em receber os dez mil rublos... Adeus.
Pegou o
gorro e afastou a cadeira para sair.
- Se o senhor pudesse ficar mais um pouco,
Sr. Burdóvskii - disse Gavril Ardaliónovitch, detendo-o com brandura e delicadeza -, ao menos uns cinco minutos. É que alguns outros fatos vieram à luz, a tal
respeito, e são muito importantes E eu acho que o senhor não os devia ficar
ignorando e, decerto, lhe seria muito mais conveniente se o seu caso pudesse ser
completamente esclarecido.
Burdóvskii sentou-se sem falar, de cabeça baixa, parecendo perdido em cismas.
O sobrinho de Líébediev, que se tinha levantado para segui-lo, também se sentou
de novo, não tendo, porém, perdido a Sua arrogância, apesar de não poder
esconder quanto estava perplexo. Ippolít estava carrancudo, decepcionado e
evidentemente atônito, mas deu em tossir tão violentamente que manchou de
sangue o seu lenço.
O boxeador, esse, então, mostrava-se arrasado - O, Antíp! - disse ele
amargamente - Já no outro dia... anteontem, te disse que talvez não fosses
mesmo filho de Pavlíchtchev!
Isso provocou gargalhadas gerais, umas mais altas do que outras.
- O fato que o
senhor aduziu neste momento, Sr. Keller - agora Gavril Ardaliónovitch
imprensava-o -, tem seu valor. Apesar disso, no entanto, eu tenho o direito de
argumentar que embora o Sr. Burdóvskii soubesse muito bem a data de seu
nascimento, ignorava completamente a circunstância do Sr. Pavlíchtchev residir
no estrangeiro onde passava a maior parte de sua vida, só voltando uma vez ou
outra à Rússia. De mais a mais o fato dele estar fora naquele tempo não era coisa
assim tão importante que obrigasse as pessoas a se recordarem disso vinte anos
depois; nem mesmo as pessoas que conheciam bem o Sr. Pavlíchtchev sem falar
no Sr. Burdóvskíi que, a essa altura, nem nascido era, o que não quer dizer que
fosse ou seja impossível estabelecer a veracidade desse fato. Quanto a mim,
devo confessar que foi por mero acaso que coligi tais fatos que podiam muito
bem não ter chegado às minhas mãos. O
que também prova que essa averiguação pudesse ser quase impossível ao Sr.
Burdóvskii e até a Tchebárov, mesmo no caso de a procurarem obter, ou nisso
pensarem. Quem sabe até se nem lhes passou isso pela cabeça!
- O senhor dá
licença? - aparteou, com irritação, Ippolit. - Para que toda essa lengalenga, se
posso perguntar?! O caso já foi esclarecido; concordamos em aceitar o fato mais
importante; por que então desenrolar toda essa lengalenga a respeito? Ou quererá
o senhor, quem sabe, estadear a sua habilidade em investigações e expor diante
de nós e do príncipe as suas extraordinárias qualidades de detetive? Ou está o
senhor tentando desculpar e justificar o Sr. Burdóvskii, provando que ele se
atrapalhou em toda essa questão por causa de sua ignorância? Veja, porém, que
isso é uma imprudência, senhor! Burdóvskii dispensa as suas desculpas e
justificações, deixe que lhe diga! Isso lhe é penoso e incomodativo; afinal de
contas já basta a posição desastrada em que ele está; e o senhor devia ver e
compreender isso.
- Chega, Sr. Tieriéntiev, chega - disse Gavríl Ardaliónovitch fazendo-o calar-se.
- Fique calmo, não se excite; receio que o senhor piore. E lastimo isso. Se
prefere, paro aqui, ou antes, tratarei de resumir o mais possível uns tantos fatos
que, estou convencido, devem ser plenamente conhecidos - acrescentou
reparando no movimento geral de notória impaciência. - Eu apenas quero
demonstrar que o Sr. Pavlíchtchev evidenciava esse interesse e bondade para
com sua mãe, Sr. Burdóvskii, somente porque ela era irmã de uma serva por
quem desde a mocidade ele estava apaixonado. E tanto que certamente
acabariam se casando se ela não tivesse morrido repentinamente. Tenho provas
da exatidão disso e de certos outros fatos pouco conhecidos ou inteiramente
esquecidos. E, mais ainda, posso informá-lo como sua mãe foi tomada aos dez
anos pelo Sr. Pavlíchtchev e educada por ele como se fosse sua parenta, como
teve à sua disposição um dote considerável e de como os aborrecimentos
originados por causa disso partiram dos numerosos parentes por cuja conta certos
rumores correram. Chegou-se a pensar que ele se casaria com a sua pupila,
acabando ela, porém, em sua livre escolha, se casando (e isso posso provar de
maneira taxativa) com um funcionário rural chamado Burdóvskii. Reuni
documentações fidedignas que comprovam que seu pai, Sr. Burdóvskii, que não
mostrava propensões para o comércio, largou o emprego ao receber o dote de
sua mãe, de quinze mil rublos, e se meteu em especulações comerciais, tendo
sido enganado; perdeu o seu capital, desandou a beber para esquecer suas
mágoas, conseqüentemente caindo doente, e vindo a morrer, por
fim, oito anos depois de ter esposado a mãe do senhor. Então, depois disso,
ficou ela, segundo o seu próprio testemunho, completamente sem recursos e teria
chegado à ruína se não fosse o constante e generoso auxilio do Sr. Pavlíchtchev
que lhe concedia seiscentos rublos por ano. Também ficou notório que ele
gostava extremamente do senhor quando criança. Pelo que sua mãe me contou,
é quase certo que ele gostava do senhor principalmente por causa do seu feitio
desventurado de criança miserável, parecendo estropiado e gago. E, como vim a
saber em fontes muito seguras, Pavlíchtchev em toda a sua vida sempre teve um
sentimento de especial ternura por tudo quanto injustamente fosse flagelado pela
natureza, principalmente crianças - fato esse que, a meu ver, é de grande valor
no nosso caso. Finalmente, posso garantir que descobri um fato de importância
primordial, e que vem a ser o seguinte: a marcada preferência de Pavlíchtchev
pelo senhor (e foi mediante os esforços dele que o senhor entrou para o ginásio e
recebeu uma educação apropriada) pouco a pouco foi levando os parentes de
Pavlíchtchev e os membros de sua casa a imaginarem que o senhor fosse filho
dele e que o seu pai tivesse sido enganado. Mas é preciso que se repare bem que
tal ideia só avultou e se tornou convicção geral nos últimos dias de vida de
Pavlíchtchev, quando toda a parentela dele estava sobressaltada com o seu
testamento, estando já os fatos originais esquecidos e até impossibilitada sua
averiguação imediata. Sem dúvida, tal ideia também lhe chegou aos ouvidos,
tomando conta inteiramente do senhor. Sua mãe, cujo conhecimento tive a honra
de fazer, sabia desses boatos. Mas até hoje não sabe (e nem eu lhe disse) que o
senhor, seu filho, estivesse dominado por tal suposição. Fui encontrar sua
respeitabilíssima mãe em Pskóv, doente e na extrema penúria em que ficara
desde a morte de Pavlíchtchev. Disse-me ela, com lágrimas nos olhos, de pura
gratidão, que era sustentada apenas pelo senhor. Ela confia muito no seu futuro e
crê de modo absoluto em seu triunfo daqui por diante...
- Mas isso já está ficando intolerável! - berrou o sobrinho de Liébediev, não
suportando mais.
- Qual é o fim desse romance?
E Ippolít o coadjuvou, em um movimento abrupto: - Isso ofende e chega a ser
inaudito!
Só Burdóvskii ficou imperturbável.
- Porque, em primeiro lugar, o Sr. Burdóvskii decerto está agora
plenamente convencido de que o Sr. Pavlíchtchev o amava por generosidade e
não por ser o filho dele. Só este fato já era essencial que o Sr. Burdóvskii
soubesse, já que ficou do lado do Sr. Keller, aprovando tudo quanto do artigo lhe
foi lido. Digo isto porque considero o Sr. Burdóvskii um homem direito. Em
segundo lugar parece que não houve a menor intenção de chantagem e dolo no
caso, mesmo da parte de Tchebárov; esse é um ponto importante para mim,
também, porque o príncipe, ao falar acaloradamente ainda agora, me
mencionou como concordando com a sua opinião de haver um elemento
desonesto e trapaceiro no caso. Pelo contrário, houve absoluta boa-fé por parte
de todos, e muito embora o Sr. Tchebárov possa ser um grande espertalhão, neste
caso ele aparece apenas como um agudo e intrigante advogado. Esperava fazer
alto negócio com isso, como advogado, e os seus cálculos não foram apenas
agudos e magistrais; foram seguros. Baseava-se ele na correção com que o
príncipe se comporta a respeito de dinheiro; baseava-se em sua gratidão e
respeito por Pavlíchtchev. E, o que é mais, se baseava principalmente na maneira
cavalheiresca com que o príncipe, como mais que notório, cumpre suas
obrigações de honra e consciência. Quanto ao Sr. Burdóvskii, pessoalmente, ainda
se pode dizer que, graças a certos pendores seus, foi tão trabalhado por
Tchebárov e por seus amigos outros, que tomou o caso a peito, fora até do seu
interesse moral, porém mais como um serviço à verdade, ao progresso e à
humanidade.
Agora, pois, após tudo quanto acabo de dizer, se torna mais do que claro que o Sr.
Burdóvskii é um homem inocente, sejam quais forem as aparências. E assim, o
príncipe, mais prontamente e zelosamente do que antes, lhe vai oferecer seu
amistoso auxílio e, de modo particular, essa ajuda substancial a que se referiu
agora ao falar sobre escolas e Pavlíchtchev...
- Pare! Agora não, Gavríl
Ardaliónovitch, deixe isso para depois... - exclamou o príncipe desapontadíssimo;
mas era tarde demais.
- Eu já lhe disse, já lhe disse três vezes - falou Burdóvskii
no auge da irritação - que não quero o dinheiro, que não aceito... não quero
aceitar... Vou- me embora!
E já ia a correr pela varanda. Mas o sobrinho de Liébediev o agarrou pela manga
e lhe disse ao ouvido qualquer coisa. Imediatamente Burdóvskii voltou e tirando
um enorme envelope sem lacre do bolso o arremessou sobre a mesa, na direção
do príncipe.
- Aí está o dinheiro. Como foi que o senhor ousou? Como? O dinheiro!
- Aqueles duzentos e cinquenta rublos que o senhor teve o desplante de
lhe enviar, como uma esmola, por Tchebárov! - explicou Doktorénko.
Ao que
Kólia comentou: - Mas o artigo dizia cinquenta.
- Fiz mal - declarou o príncipe erguendo-se e indo até Burdóvskii - Confesso que
fiz mal, Burdóvskií mas acredite que não mandei isso como esmola. Tenho de
reconhecer agora e antes. (O príncipe estava muito angustiado, com um ar
exausto e esgotado e as suas palavras eram um pouco desconexas.) Falei em
trapaça mas não me referi ao senhor. Eu estava enganado. Disse que o senhor
era doente como eu. Mas o senhor não é como eu, o senhor dá aulas.., o senhor
sustenta sua mãe. Eu disse que o senhor estava expondo sua mãe à vergonha;
mas o senhor a ama, ela mesma o disse... E eu não sabia. Gavríl Ardaliónovitch
não me tinha contado tudo. Sou culpado. Cheguei a lhe oferecer dez mil rublos,
mas mereço censuras, eu devia ter feito isso de modo diferente, e agora.., isso
não pode ser feito, porque o senhor me desdenha...
- Isto é uma casa de loucos! -
exclamou Lizavéta Prokófievna.
- Lógico que é uma casa de malucos! - não
pôde Agláia deixar de dizer, cortantemente.
Mas as palavras delas se perderam na celeuma geral. Todos gritavam e
discutiam, alguns seriamente, outros rindo. Iván Fiódorovitch Epantchín estava no
auge da indignação e, com um ar de ofendida dignidade, esperava pela mulher.
Quem pôs em tudo aquilo a última palavra foi o sobrinho de Liébediev: - Sim,
príncipe, tem-se de lhe fazer justiça. O senhor sabe como aproveitar a sua.., ora
bem.., doença (para me exprimir polidamente); tal jeito deu o senhor no modo
por que ofereceu sua amizade e seu dinheiro, de maneira tão engenhosa, que é
impossível agora a um homem de bem receber uma e outra coisa, seja sob que
circunstância for. E isso ou é uma demonstraçãozinha de inocência, ou de
esperteza... O senhor sabe, melhor do que nós.
- Mas, com licença, senhores! -
volveu Gavríl Ardaliónovitch que nesse ínterim tinha aberto o envelope. - Aqui
não há duzentos e cinquenta rublos e sim somente cem. Quero, com o que estou
dizendo, que não haja mal- entendido.
- Deixe, deixe,.. - exclamou o príncipe, acenando para Gavríl Ardaliónovitch.
- Não! “Deixe”, não!... - E o sobrinho de Liébediev se interpôs. - Esse seu
“deixe” é insultante para nós, príncipe. Não estamos escondendo, declaramos
abertamente: no envelope há só cem rublos, em lugar de duzentos e cinquenta;
nem isso vem a dar no mesmo...
- De fato não vem a dar no mesmo! - acrescentou Gavríl Ardaliónovitch, com
um ar de ingênua perplexidade.
- Queira não nos interromper; não somos nenhum idiota, senhor advogado -
redarguiu o sobrinho de Liébediev com desprezo. - Naturalmente que cem rublos
não são a mesma coisa que duzentos e cinquenta, nem isso vem a dar no mesmo,
mas o que importa é o princípio. O que importa é a iniciativa e lá isso de estarem
faltando cento e cinquenta rublos é mero pormenor. O que importa é que
Burdóvskii não aceita a sua esmola, Excelência, que a joga em seu rosto e isso
tem justamente o sentido de que não faz diferença se são cem ou duzentos e
cinquenta. Burdóvskii não aceitou os dez mil rublos, conforme o senhor já
escutou; e não teria trazido os cem rublos, em restituição, se fosse desonesto. Os
cento e cinquenta rublos ficaram com Tchebárov como pagamento da viagem
que fez para se avistar com o príncipe. O senhor pode rir de nossa falta de
tirocínio e experiência em negócios; o senhor tentou o mais que pôde nos
ridicularizar, mas não ousará chamar-nos de desonestos. Nós nos cotizaremos
todos, senhor, para pagar ainda esses cento e cinquenta rublos ao príncipe. Tê-lo-íamos pago, mesmo que fosse só um rublo! Pagaremos com juros.
Burdóvskií é pobre. Burdóvskii não tem milhões, e Tchebárov mandou cobrar a
sua viagem. Nós esperávamos ganhar a questão... quem não teria feito o mesmo,
no lugar dele?
- Quem não teria?! - exclamou o Príncipe Chtch...
- Eu acabo perdendo o juízo,
aqui! - proferiu Lizavéta Prokófievna. - Isto me faz lembrar - disse a rir, Evguénii
Pávlovitch, que desde muito estava prestando atenção em tudo aquilo - uma
célebre defesa feita recentemente por um advogado que, enumerando com
justificativa a pobreza do seu cliente, desculpando-o por ter assassinado e
roubado seis pessoas de uma só vez, repentinamente rematou com algo mais ou
menos assim: “Era natural que, ante a uma pobreza, ocorresse ao meu cliente a
ideia de assassinar seis pessoas! Sim, porque, afinal de contas, em idêntica
situação, a quem não ocorreria a mesma ideia?” Algo mais ou menos deste teor!
Muito engraçado. Basta! - fez ver Lizavéta Prokófievna, em um transporte quase
de raiva. - Já é tempo de parar com este espetáculo.
continua página 245...
_____________________
Leia também:
_____________________
Leia também:
Segunda Parte
O Idiota: Segunda Parte (9a) - Certamente o senhor não chegará
___________________
___________________
Nenhum comentário:
Postar um comentário