O Idiota
Fiódor Dostoiévski
Tradução portuguesa por José Geraldo Vieira
Segunda Parte
5.
Aquela treva já era um sintoma; a “ideia” também era consequência dessa espécie de aura prolongada. Mas eis que a treva se dispersa; o demônio a arrebata para longe; a dúvida cessa de existir: reina alegria em seu coração! Havia tanto tempo que não a via! Que desejo agudo de vê-la! Sim.., que bom encontrar-se com Rogójin, tomá-lo pela mão, fazê-lo caminhar a seu lado! Sentia o coração tão puro! Não, não era rival de Rogójin! Amanhã iria procurá-lo, contaria que tinha ido vê-la. De fato viera para Petersburgo simplesmente para vê-la. Rogójin tinha dito isso, e era verdade. Talvez a encontrasse. Talvez ela não tivesse ido para Pávlovsk.
Urgia clarear tudo isso, agora. E era o que ia fazer, lançar luz, muita luz, tanto no
coração de um como no do outro. Não era direito, não era normal, mas sinistro e
apaixonado, aquele gesto de renúncia de Rogójin proclamado no patamar da sua
residência. Urgia lançar luz, muita luz, sobre isso tudo para que a ação fosse livre.
Pois então o próprio Rogójin não podia caminhar na luz? Se dissera que não a
amava “assim”, isto é, que não tinha compaixão por ela, “nenhuma espécie de
piedade”, todavia acrescentara depois: “Talvez a piedade do senhor seja maior
do que o meu amor!” Mas Rogójin fora injusto para consigo próprio. Ah! Pois
isso de estar ele, Rogójin, lendo, ultimamente.., já não era indício bastante de
piedade? Pelo menos o começo já
de uma “piedade”? A só presença daquele livro não provava que tal homem se
sentia consciente de modo pleno quanto à sua atitude para com essa mulher? As
palavras dele, lá na sua casa, não significavam alguma coisa bem mais profunda
do que mera paixão? E o rosto de Nastássia Filíppovna era um rosto para inspirar
apenas paixão? Ah! Um rosto assim aspirava sentimentos muito acima da paixão
somente. Era um rosto que arrebatava, que prendia a alma inteira!... Ele...
E uma pungente, dolorosa recordação traspassou o peito do príncipe. Pungente, e
quanto! Lembrava-se agora de quanto sofrera, ainda recentemente, ao perceber
sintomas de loucura nessa mulher. Sofrera tanto que beirava o limiar do
desespero. E como pôde ele, Míchkin, se resignar quando ela lhe fugira para
Parfión? Por que não correra à sua procura, ao invés de ficar à espera de
notícias?... Seria possível que Parfión Rogójin ainda não tivesse percebido que ela
estava louca? Como tem sossego esse homem para discernir as coisas, se tudo
que faz é através de arrebatamentos, envolto sempre com um ciúme horrendo?
Falar nisso.., que teria ele querido dizer, ainda hoje, com aquela suposição? (O
príncipe enrubesceu involuntariamente, sentindo o coração subir-lhe à garganta.)
Ora, que adiantava estar pensando em tais coisas? Havia loucura, e de ambos os
lados. Ele, Míchkin, amar aquela mulher, apaixonadamente, era coisa que nem
se devia supor. Corresponderia a julgá-lo capaz de crueza espiritual, de falta de
humanidade. Sim, sim! Até consigo próprio Rogójin era injusto e falso!
Ou talvez ignorante do próprio coração que tinha, coração apto a se compadecer,
coração que assim que acabasse de conhecer a verdade, assim que notasse que
criatura digna de piedade era aquela mulher infeliz e insana, lhe perdoaria todo o
passado causador de tão recíprocos tormentos! Sim, ele se tornaria o servo, o
irmão, a Providência dessa criatura! A paixão ensinaria ainda muita coisa a
Rogójin e despertaria grandes aperfeiçoamentos no seu espírito. A compaixão
era a principal e decerto a única lei de toda a existência humana. Ah! Como se
enganara, imperdoável e desonrosamente, a propósito de Rogójin! Não, não era
“a alma russa que era uma região de trevas”, mas era, sim, a sua alma essa
negra região, já que pudera pensar tais horrores! Pois que, só por umas poucas
de palavras ardentes saídas do coração, em Moscou, Rogójin o tinha chamado de
seu irmão, enquanto que ele... Mas isso era doença e delírio. Isso tido teria
jeito!... Quão sinistramente não dissera Rogójin, aquela manhã, que estava
“perdendo a fé”! Esse homem devia estar sofrendo terrivelmente! Ele dissera
que “gostava de olhar aquele quadro”. Não que o apreciasse; sentia-se arrastado, atraído a isso. Rogójin não era simplesmente uma alma
apaixonada; era um lutador, fosse como fosse. Queria retomar, à força, a fé
perdida. Tinha uma angustiosa necessidade dela agora... Sim, acreditar em
alguma coisa! Acreditar em alguém! Ah! Quão estranha não era aquela pintura
de Holbein!... Mas... pois não é que é esta a rua? E a casa deve ser aquela! Sim, é
ali, n- 16, a “residência da Sra. Filíssova”. É aqui. O príncipe tocou e perguntou
por Nastássia Filíppovna.
A própria dona da casa lhe respondeu que Nastássia Filíppovna tinha ido aquela
manhã mesmo para Pávlovsk, para a casa de Dária Aleksiéievna “e era muito
provável que passasse alguns dias lá”. A Sra. Filíssova era baixota, viva, incisiva,
quarentona, com ar desconfiado e astuto. Perguntou-lhe o nome, e havia
evidentemente nessa pergunta um ar intencional de mistério. O príncipe, no
começo, não quis responder, mas, subitamente se voltando, lhe pediu, com
veemência, que transmitisse o seu nome a Nastássia Filíppovna. A Sra. Filíssova
recebeu esse pedido categórico com grande atenção e com um extraordinário ar
de sigilo, com o qual, evidentemente, queria significar “Fique tranquilo; eu
compreendo”.
O nome de Míchkin parece que lhe causou grande impressão. Ele
a olhou de maneira vaga, virou-se, e saiu rumo ao hotel. Mas, agora, estava
completamente diferente. Uma extraordinária diferença lhe sobreviera, e de
modo quase instantâneo. Ia por ali fora, ainda mais pálido, fraco, agitado e se
sentindo mal. Tremiam-lhe os joelhos e um vago sorriso de desnorteamento lhe
levantava o lábio azulado. A sua “súbita ideia” estava ao mesmo tempo
confirmada e justificada. Acreditou outra vez no seu demônio. E por sua vez ela,
a sua ideia, confirmava o quê, justificava o quê? Por que de novo esse tremor,
esse suor gélido, essas trevas glaciais de sua alma? Seria porque, uma vez mais,
vira aqueles olhos? Mas se saíra do Jardim de Estio de propósito para vê-los!
Consistira nisso a teima daquela “ideia súbita”. Tinha querido intensamente rever
“aqueles olhos”, e tanto que estava quase certo de que os encontraria lá, diante
daquela casa.
Pois se tinha querido isso apaixonadamente, por que então estava agora tão
esmagado e atônito pelo fato de os ter acabado de ver? Acaso não esperava por
isto? Sim, aqueles eram os mesmíssimos olhos (e nem podia haver dúvida
alguma de que fossem) que vira fulgurar na estação, por entre o povo, ao
desembarcar do trem de Moscou; eram os mesmos (absolutamente os mesmos)
que surpreendera a olhá-lo aquela mesma tarde quando, em casa de Rogójin, se
estava sentando na sala. Naquela ocasião Rogójin tinha negado, perguntando com
um sorriso duro e tortuoso: “Uns olhos? Quais?!” E, não havia muitas
horas, quando ele, o príncipe, fora tomar o trem para Pávlovsk a fim de ir ver
Agláia, havia surpreendido, de repente, outra vez aqueles mesmos olhos. Era a
terceira vez, naquele dia! Viera-lhe então um desejo instantâneo e quase
indomável de ir procurar Rogójin e de lhe dizer que olhos eram aqueles.
Embarafustara pela estação afora, decidido a isso; mas, na rua, ficara
inconsciente, depois, inconsciente de tudo até ao momento em que dera consigo
mesmo parado diante da loja do cuteleiro a considerar que um certo artigo ali
exposto. um objeto com um cabo de chifre de veado, deveria custar sessenta
copeques.
Então um esquisito e terrível demônio se apossara dele e não havia meio de
querer largá-lo. Fora esse demônio quem lhe sussurrara ao ouvido, quando,
perdido em cismas, estava no Jardim de Estio sentado debaixo de uma árvore:
“Rogójin, hoje, não deixou nem deixará de te seguir o dia inteiro, rastejando nas
tuas pegadas”. E decerto, descobrindo que ele, Míchkin, não tinha ido a Pávlovsk
(contratempo sem dúvida terrível para Rogójin) fora vaguear pelas imediações
da casa da Filíssova, à espreita de que viesse, muito embora o príncipe tivesse
dado a sua palavra de honra a Rogójin, de que não iria vê-la e nem viera a
Petersburgo com esse fim. No entanto, bem que se apressara a ir até lá,
febrilmente. Como admirar-se, pois, de haver encontrado Rogójin? E viu apenas
um homem cuja disposição era sombria, mas que facilmente se chegava a
compreender como, por que e com que fim ali viera ter. Aquele homem
taciturno nem sequer se escondia mais. Se de manhã, sem motivo justificado,
Rogójin tinha negado e mentido, de tarde, porém, na outra estação, se mantivera
parado, quase à mostra, até se podendo dizer que o príncipe é que se escondera.
E
agora ali estava, nas imediações daquela casa, postado na calçada oposta,
esperando-o, de braços cruzados. E bem à mostra, de propósito. Hirto, visível,
como um acusador e como um juiz, e não como... um réu ou um espião.
E por que então o príncipe não foi ao encontro dele? Por que se afastou, fingindo
não haver notado nada, embora os olhos de ambos se tivessem encontrado? (Sim,
os seus olhos se tinham encontrado - ambos se tinham fixado bem.) Todavia o
príncipe, horas antes, chegara a querer pegar Rogójin pela mão a fim de levá-lo
até lá, estivera resolvido mesmo a ir no dia seguinte à casa dele somente - para
dizer que tinha ido vê-la. Recusara-se a seguir o seu demônio quando, já a meio
caminho, súbita alegria inundara a sua alma. Ou haveria hoje qualquer coisa em
Rogójin, ou na imagem inteira desse homem, em suas palavras, movimentos,
expressões. modos. e tudo, tomado em conjunto,
justificasse as tremendas desconfianças do príncipe e as revoltantes diligências
ditadas por sua voz interior? Algo que pudesse ser visto mas que fosse difícil
analisar e descrever? Algo impossível de, com base suficiente e através de tantos
mistérios confusos e indiscerníveis, justificar aquela impressão categórica e total
que não tardou daí a pouco, por um impulso externo, a se tornar uma firme
convicção?!
Mas... convicção de quê? (Oh! Como o príncipe se sentia torturado pela
hediondez, pela “ignominiosidade” da sua convicção, dessa “vil desconfiança”, e
como se repreendia por isso!) Aguisa de repreensão e de desafio não cessava de
se exprobrar “Fala. se és capaz, formula o teu pensamento, ousa exprimi-lo bem
claro e bem nítido, sem vacilação. Oh! Que ignóbil que és!” E repetia tais doestos
a si mesmo, indignado, o rosto cheio de vergonha. “E com que olhos poderei
olhar para esse homem, pelo resto da minha vida? Que dia, meu Deus! Que
pesadelo!”
Um momento houve, ao fim dessa miserável e longa caminhada de volta de
Petersbúrgskaia, em que um irresistível desejo assaltou o príncipe de ir
diretamente à casa de Rogójin, e de ficar a esperá-lo, e de abraçá-lo, com
vergonha, com lágrimas, e de lhe dizer e liquidar tudo. Mas já estava diante do
seu hotel. Como achara antipático esse hotel, de manhã! Aqueles corredores,
aquela casa. aquele quarto - e antipatizando logo à primeira vista! E quantas
vezes, durante o dia, não pensam, com repugnância, que teria de voltar para lá...
“Ora, como uma velha doente, dei hoje em acreditar em todos os
pressentimentos!” - pensou com irritada ironia, já diante da porta da entrada.
Uma circunstância sobrevinda nesse dia se levantou no seu espírito, bem nesse
momento; mas foi um pensamento “frio”, com perfeita tranquilidade, “sem
pesadelo”. Repentinamente se lembrou da faca que vira sobre a mesa de
Rogójin. “E por que não haveria Rogójin de ter uma faca qualquer em cima da
sua mesa?” - perguntou a si mesmo, com ar atônito. Mas nisto se sentiu
petrificado de espanto, pois de súbito se lembrou que estivera parado diante da
loja do cuteleiro. “Mas que conexão pode haver entre uma e outra coisa?”
exclamou ele, por fim, parando. Um novo e insuportável golpe de vergonha,
quase que de desespero, deixou-o plantado ali mesmo, fora da entrada. E, assim,
permaneceu por um minuto. A gente é assaltada por insuportáveis e repentinas
lembranças, principalmente quando elas vêm associadas à vergonha. “Sim, sou
um homem sem coração e um covarde”, disse e repetiu, melancolicamente.
Quis prosseguir, mas... estacou de novo.
Aquela entrada, que era sempre escura, ainda mais escura estava agora. A
nuvem carregada se alargara pelos céus, tapando toda a claridade. E no
momento exato em que o príncipe transpôs a entrada, a tempestade caiu em
terrível aguaceiro. Estava o príncipe bem na entrada da porta da rua e acabava
de sair de sua momentânea parada. E então viu perto das escadas, na
obscuridade do corredor, embaixo, um homem. E esse, que parecia estar à
espera de qualquer coisa, logo sumiu lá para dentro. O príncipe pudera apenas
vê-lo de relance, muito mal, e não poderia dizer quem fosse. Além de que, muita
gente subia e descia, pois era um hotel com contínuo vaivém. Mas ficou
nitidamente convencido de que tinha reconhecido o homem e não tinha dúvidas
de que era Rogójin. E imediatamente o príncipe enveredou escadas acima, atrás
dele. Seu coração parou. “Tudo será decidido agora”, disse, com uma convicção
inaudita.
O lance de escada, pelo qual o príncipe embarafustou lá de baixo, levava aos
corredores do primeiro e do segundo andares, onde estavam os quartos. Como
em todas as casas antigas, a escada era de pedra, escura, estreita e girava em
volta de um grosso pilar central também de pedra. No primeiro patamar,
separando em lance do outro, havia uma escavação no pilar, uma espécie de
nicho, da largura de um passo, se tanto, e com meio passo de profundidade.
Ainda assim dava para uma pessoa caber lá dentro. Escuro como estava, pôde
todavia o príncipe descobrir ao chegar no patamar que um homem se estava
escondendo dentro do nicho. Bem que o príncipe quis passar sem olhar para o
lado direito. Já tinha dado um passo além, mas não pôde resistir e se voltou.
Aqueles dois olhos, aqueles mesmos dois olhos, bateram de cheio nos seus. O
homem que se tinha escondido dentro do nicho já estava dando um passo para
fora. Por um segundo, ficaram olhando um para o outro, quase se esbarrando.
Então, de repente, o príncipe o segurou pelos ombros e o virou para a escada,
para mais perto da claridade. Queria ver bem aquela cara. Os olhos de Rogójin
faiscaram e um sorriso de fúria lhe contorceu a face. A sua mão direita estava
erguida e uma coisa fulgurava nela; Míchkin nem pensou em resistir. Apenas se
recordou de que pensou ter gritado: “Parfión, não acredito!” E nisto alguma coisa
pareceu girar em partículas diante dele! Toda a sua alma se inundou de intensa
claridade interior. Duraria esse momento, o quê? Meio segundo, talvez; mas ainda
assim, clara e conscientemente, se lembrou do começo, do primeiro som do
pavoroso grito que rompeu do seu peito e que não pôde evitar de modo algum. Depois a sua consciência
instantaneamente se extinguiu e trevas completas se seguiram. Era um ataque
epilético, o primeiro que tinha depois de uma longa pausa. É bem conhecido que
o ataque epilético sobrevem inesperadamente. Nesse momento o rosto se
deforma horrivelmente, de modo particular os olhos. Não só o corpo inteiro
como os traços do rosto trabalham com sacudidelas convulsivas e contorções.
Um terrível e indescritível grito, que não se assemelha a coisa alguma, é emitido
pela vítima. Nesse grito tudo quanto é humano fica obliterado; e é impossível, ou
dificílimo, ao observador imaginar e admitir que seja um homem quem o
desfere. É como se um outro ser estivesse gritando dentro do homem. Pelo
menos é assim que muita gente tem descrito a impressão que isso dá.
A cena de
um homem acometido de ataque epilético enche os que o testemunham de
verdadeiro e irreprimível horror, tanto no acesso como no horror resultante
havendo um elemento de mistério. É bem provável, portanto, que alguma dessas
sensações de horror repentino, acrescida de qualquer outro aspecto momentâneo,
tenha paralisado de repente o braço e o intuito de Rogójin. Só assim se explica
que o príncipe não tivesse sido apunhalado. Decerto Rogójin bem naquele
instante foi surpreendido com a cena do ataque, ouvindo o uivo e vendo o
príncipe cambalear, cair e bater com a cabeça violentamente em um degrau, já
na parte inferior do lance da escada. Fugindo por ali abaixo, e se desviando do
corpo caído, Rogójín, atônito, conseguiu escapulir.
Lutando com suas violentas contraturas, o enfermo ainda rolou os degraus
restantes, até ao patamar, no corredor. Coisa de uns cinco minutos depois, deram
com ele assim, isso logo ocasionando ajuntamento. Uma poça de sangue sob a
cabeça despertou dúvida se aquele homem ali se tinha machucado ou se fora
vítima de um crime. Logo verificaram porém que se tratava de um caso de
epilepsia; e um dos garçons do hotel reconheceu em Míchkin um hóspede
registrado aquela manhã. Ainda bem que quaisquer dificuldades posteriores
foram sanadas mercê de uma circunstância fortuita e favorável. Ei-la: Kólia
Ívolguin prometera voltar ao Hotel da Balança entre três e quatro horas. Em vez
disso, fora a Pávlovsk; lá resolvera, por acaso, não jantar em casa da Generala
Epantchiná, regressando mais tarde a Petersburgo e logo se dirigindo ao Hotel da
Balança. Cientificado pelo bilhete que o príncipe lhe deixara, de que este se
achava na cidade, apressou-se em ir encontrá-lo no endereço indicado. Lá,
porém, lhe foi dito que o hóspede tinha saído. Entrou então para o restaurante do
rés-do-chão, anexo ao hotel, e se pôs a esperar tomando chá e ouvindo
órgão. Acontecendo. no entanto, ouvir dizer que alguém tivera um ataque, saiu
a ver. movido por um pressentimento. E no próprio local reconheceu o príncipe,
logo ajudando a tomar medidas convenientes, sendo a primeira delas transportar
o doente para o quarto. Apesar de já ter recobrado a consciência, o príncipe
durante muito tempo ficou marasmado. Mandaram chamar um médico, por
causa do ferimento na cabeça, tendo o doutor acabado por dizer que era coisa
sem importância, apenas receitando uma compressa. Uma hora depois, quando o
príncipe já estava começando a compreender o que se passara, Kólia o levou do
hotel para a casa de Liébediev. Este recebeu o doente com reverências e
extraordinária circunspeção. E foi por causa de tudo isso que apressou a
mudança. Três dias depois, estavam todos em Pávlovsk.
continua página 212...
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