Machado de Assis
CAPÍTULO LV / O velho diálogo de Adão e Eva
Brás Cubas...?
Virgília......
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Virgília..................!
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Virgília.....................!
CAPÍTULO LVI / O momento oportuno
Mas, com a breca! quem me explicará a razão desta diferença?
Um dia vimo-nos, tratamos o casamento, desfizemo-o e separamo-nos, a frio, sem dor, porque não houvera paixão nenhuma; mordeu-me apenas algum despeito e nada mais. Correm anos, torno a vê-la, damos três ou quatro giros de valsa, e eis-nos a amar um ao outro com delírio. A beleza de Virgília chegara, é certo, a um alto grau de apuro, mas nós éramos substancialmente os mesmos, e eu, à minha parte, não me tornara mais bonito nem mais elegante. Quem me explicará a razão dessa diferença?
A razão não podia ser outra senão o momento oportuno. Não era oportuno o primeiro momento, porque, se nenhum de nós estava verde para o amor, ambos o estávamos para o nosso amor; distinção fundamental. Não há amor possível sem a oportunidade dos sujeitos. Esta explicação achei-a eu mesmo, dois anos depois do beijo, um dia que Virgília se me queixava de um pintalegrete que lá ia e tenazmente a galanteava.
— Que importuno! dizia ela fazendo uma careta de raiva.
Estremeci, fitei-a, vi que a indignação era sincera; então ocorreu-me que talvez eu tivesse provocado alguma vez aquela mesma careta, e compreendi logo toda a grandeza da minha evolução. Tinha vindo de importuno a oportuno.
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Texto-fonte:
Obra Completa, Machado de Assis,
Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar, 1994.
Publicado originalmente em folhetins, a partir de março de 1880, na Revista Brasileira.
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Leia também:
Memórias Póstumas de Brás Cubas: Capítulo L / Virgília casada
Memórias Póstumas de Brás Cubas: Capítulo LI / É minha!
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Memórias Póstumas de Brás Cubas: Capítulo LIII / ........
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Memórias Póstumas de Brás Cubas: Capítulo LVII / Destino
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