O Idiota
Fiódor Dostoiévski
Tradução portuguesa por José Geraldo Vieira
Terceira Parte
3.A cena no jardim impressionou mãe e filhas a ponto de as horrorizar. Excitada e em pânico, Lizavéta Prokófievna só faltou correr. com as filhas de volta para casa. Segundo o modo dela pensar e discernir, o que tinha acontecido era tanto, e tanta coisa que tinha sido trazida à luz pelo incidente, que certas ideias tomaram forma definitiva em seu cérebro, apesar de sua confusão e atarantamento.
Todo o mundo percebera que tinha acontecido qualquer coisa fora do comum e
que, ocasionalmente também, um extraordinário segredo estava na iminência de
vir a furo.
Apesar de todas as anteriores explicações e afirmativas do Príncipe Chtch...,
Evguénii Pávlovitch fora “desmascarado”, posto à mostra, revelado “e
publicamente descoberto em suas ligações com aquela criatura”. Assim
pensavam a mãe e as duas filhas mais velhas. O único efeito dessa conclusão era
que o mistério assim ia intensificando mais. E embora as moças estivessem
secretamente indignadas, até certo ponto, com a mãe, ante o seu extremo alarme e sua tão precipitada corrida, ainda assim não se aventuraram a aborrecê-la com
perguntas durante o primeiro embate com o tumulto.
No entanto, algo as fez supor
que sua irmã Agláia sabia mais do caso do que a própria mãe e todas elas juntas.
O Príncipe Chtch... também se viu nas trevas; também ele mergulhou em seus
pensamentos.
De volta para casa. Lizavéta Prokófievna não trocou uma palavra
com ele e nem deu um sinal de o querer fazer. Adelaída fez uma tentativa de
interrogação: “Que tio é esse de que se falou agora mesmo? E que foi que houve
em Petersburgo?” Ele apenas murmurou qualquer coisa, com uma cara muito
desenxabida, a propósito de colher informações e de tudo ser invencionice.
- Sem
dúvida - concordou Adelaída e não perguntou mais nada.
Agláia tornou-se
excepcionalmente quieta, só tendo feito a observação no caminho, que eles
estavam andando depressa demais. Uma vez se virou, procurando o príncipe
com a vista, tendo-o descoberto quando este vinha apressadamente para eles.
Sorriu ironicamente dos esforços que ele fazia para alcançá-las e não se tornou a
virar mais.
Por fim, quando já estavam quase chegando à vila, viram Iván
Fiódorovitch, que chegava de Petersburgo e que lhes veio ao encontro. Suas
primeiras palavras foram perguntar por Evguénii Pávlovitch. Mas a mulher se
afastou dele, colericamente, sem responder e sem sequer o olhar. Pelo rosto das
filhas e do Príncipe Chtch... adivinhou logo que uma tempestade estava se
juntando. Mas, fora disso, já havia uma expressão diferente da costumeira em suas faces. Tomou o braço do Príncipe Chtch.... parou com ele, à entrada, e
trocaram umas poucas palavras quase em sussurro.
Pelo ar inquieto com que
ambos depois entraram para a varanda e subiram para os cômodos de Lizavéta
Prokófievna, se podia deduzir que ambos estavam a par de certas extraordinárias
notícias.
Uma por uma, se foram todas juntando lá em cima, nas peças de Lizavéta
Prokófievna, não ficando, afinal, ninguém na varanda, a não ser o príncipe.
Embora não tivesse nenhum motivo justificado para ficar ali, se sentou a um
canto, à espera de qualquer coisa. Não lhe ocorreu sequer, já que elas estavam
tão transtornadas, ser melhor ir embora. Parecia completamente esquecido do
universo inteiro e poderia continuar a ficar ali, sentado, ainda uns dois anos, se
isso fosse possível. De quando em quando chegavam até ele vozes de exaltada
conversa. Ser-lhe-ia impossível, depois, dizer quanto tempo estivera ali, sentado.
E já se ia tornando tarde e completamente escuro quando, inopinadamente,
Agláia apareceu na varanda.
Aparentava calma embora estivesse um tanto
pálida. Ao ver o príncipe, com quem não contava, não tendo sequer desconfiado
que estaria sentado ali a um canto, sorriu, admirada.
- Que é que está fazendo aí?
O príncipe, muito confuso, murmurou qualquer coisa e logo se levantou. Mas
Agláia sentou-se ao lado dele, o que o fez sentar de novo. Então ela o examinou
bem, depois olhou vagamente para a janela e outra vez para ele. Míchkin
pensava: “Decerto ela se quer rir de mim. Não; teria então rido antes, naquela
ocasião.”
- Quem sabe se quer um pouco de chá? Vou mandar vir - disse ela, depois
daquele seu silêncio.
- N... ão. Acho que não.
- Como é isso? Acha que não? Oh! Aproveite e ouça. Se alguém o desafiar para
um duelo, que fará? Quis lhe perguntar isto antes.
- Ora... Quem?... Ninguém me
desafiará para um duelo.
- Mas se desafiarem? Ficaria muito assustado?
- Acho
que ficaria muito... muitíssimo amedrontado.
- Que é que está dizendo? Então é um covarde?
- N... ão. Acho que não. Um covarde é quem tem medo e foge. Mas se alguém
tem medo, mas não foge, não é um covarde - disse o príncipe, sorrindo, depois
de pensar um momento.
- E não fugiria?
- Acho que não fugiria - e começou, depois, a rir das perguntas de Agláia.
- Apesar de eu ser mulher, nada me faria fugir. - observou ela, quase ofendida - Mas está rindo e pretendendo, como aliás faz sempre, tornar-se mais
interessante. Diga-me, é verdade que atiram a doze passos de distância, não é, e
às vezes só a dez, ficando feridos ou morrendo, não é?
- Nem sempre se morre
em duelo, acho eu.
- Nem sempre? Púchkin foi morto.
- Pode ter sido acidentalmente.
- Não foi acidentalmente, não. Era um duelo de morte e ele foi morto.
- A bala
feriu-o tão baixo que sem dúvida Dantês, o seu rival, alvejou mais alto, para a
cabeça ou para o peito. Ninguém alveja assim, portanto é mais provável que a
bala prostrasse Púchkin por acidente. Gente entendida me contou assim.
- Mas um soldado, com quem falei uma vez, disse que eles eram obrigados pelo
regulamento a disparar “do meio para cima”; a frase dele foi “do meio para
cima”. Perguntei, depois, a um oficial, que me respondeu que era perfeitamente
certo.
- Isso é provavelmente porque atiram de longe.
- Sabe atirar?
- Nunca atirei.
- Não sabe, ao menos, carregar uma pistola?
- Não. Isto é, sei como isso é feito,
mas nunca fiz.
- É o mesmo que dizer que não sabe, pois é preciso prática. Ouça
e guarde: primeiro tem de comprar um pouco de pólvora, não úmida, mas bem
seca (dizem que úmida não serve); uma pólvora bem fina; peça para lhe darem
dessa e não da que é usada nos canhões. Quanto às balas as pessoas mesmas as
fazem. Tem pistolas?
- Não, e nem quero - riu o príncipe.
- Mas que bobagem! Deve comprar uma, francesa, ou inglesa. Consta-me que
são as melhores. Pegue, então, um dedal cheio de pólvora, ou mesmo dois, e vá
derramando lá dentro. Será melhor encher. Calque com feltro (dizem que é
preciso que seja com feltro, não sei por quê); pode consegui-lo nos colchões, ou
nas portas - usam feltro para tapar as frestas. Depois, quando tiver socado bem o
feltro, meta a bala, está ouvindo? A bala depois, a pólvora primeiro, do contrário
nada de tiro. Por que é que está rindo? Quero que se exercite, no tiro, todos os
dias, e aprenda a acertar em um alvo. Não quer? - o príncipe ria.
Agláia bateu
com o pé, zangada. O ar sério que ela tomou durante essa conversa o
surpreendeu um pouco. Achou preferível procurar outro assunto, perguntar por
qualquer coisa. Algo que fosse mais sério, em todo o caso, do que carregar uma
pistola. Mas tudo desertou da sua cabeça, exceto que ela ali estava, sentada ao
seu lado, e que a podia estar olhando e lhe era indiferente, nessa ocasião, que ela
falasse sobre o que quer que fosse.
Iván Fiódorovitch, em pessoa, desceu as
escadas, acabando por aparecer na varanda. E ia sair, com uma cara
carrancuda, atormentada e resoluta.
- Ah! É Liév Nikoláievitch, é você? Para
onde se dirige você, agora? - perguntou, apesar de Míchkin estar sentado sem se
mexer - Venha, tenho uma palavra a dar-lhe.
- Adeus - disse Agláia, estendendo a mão para o príncipe. Já agora estava um
tanto escuro na varanda. Ele não pôde distinguir bem o rosto dela. E um minuto
depois, ao deixar a vila com o general, enrubesceu demasiado, e apertava a mão,
fechando-a firmemente.
Aconteceu que Iván Fiódorovitch tinha de tomar o mesmo rumo. Apesar do
adiantado da hora ele se estava apressando para discutir alguma coisa com
alguém. Mas, enquanto isso, a caminho, começou a falar com o príncipe de
modo excitado e rápido e como que sem nexo, frequentemente se referindo a
Lizavéta Prokófievna.
Se Míchkin fosse mais arguto teria, nesse momento, adivinhado que o general
queria saber algo através dele, ou melhor, queria perguntar-lhe uma coisa
determinada, não conseguindo, porém, enveredar para esse ponto. O príncipe
sentia-se tão confuso que no começo não escutou absolutamente nada, e quando
o general parou, na frente dele, com uma pergunta vivaz, teve de confessar,
muito envergonhado, que não tinha entendido uma só palavra. O general
encolheu os ombros.
- Mas que raio de gente extravagante que vocês todos são! - recomeçou ele.
Estou lhe dizendo que não há meios de eu entender os motivos de alarma de
Lizavéta Prokófievna. Ela está lá, como uma histérica, a chorar e a declarar que
nós fomos envergonhados, que estamos desgraçados. Quem? Como? Por quem?
Confesso que sou culpado. (Reconheço isso.) Sou culpado e
muitíssimo, mas as perseguições dessa mulher impertinente (que aliás se está
conduzindo mal neste ajuste) podem ser contidas pela polícia, na pior das
hipóteses, e pretendo avistar-me com alguém nesse sentido e dar uns passos.
Tudo pode ser feito com calma, decentemente, bondosamente até, da maneira
mais amistosa, sem sopro de escândalo. Creio que muitas coisas possam
acontecer no futuro, e que ainda há algo que não ficou e nem está explicado; em
tudo isso há uma intriga. Mas já que há confusão agora, mistério haverá sempre.
Se eu não ouvi nada, e o senhor não ouviu nada, e ela não ouviu nada, e ele
tampouco nada ouviu, então quem ouviu? Aprazer-me-ia perguntar. Como
explicar isso, senão que é menos do que miragem, irreal, algo como o luar ou
como qualquer alucinação!?
- Ela está louca - murmurou o príncipe, recordando, com angústia, a recente
cena.
- Tal e qual o que eu digo, se é que você se está referindo à mesma pessoa. Tal
ideia me ocorreu a mim também e dormi em beatífica paz. Mas agora vejo que
a opinião deles é que é a mais correta, e não acredito que seja loucura. Ela é
uma mulher espinoteada, estou certo, mas também é artificiosa e está longe de
ser maluca. A sua veneta hoje, a respeito de Kapitón Aleksiéitch, mostra isso
demasiado claramente. Trata-se de um caso de fraude, ou, no mínimo, um caso
jesuítico de conveniência dela.
- Qual Kapitón Aleksiéitch?
- Mas, por misericórdia, Liév Nikoláievitch, você não está me ouvindo! Foi no
começo que eu falei sobre Kapitón Aleksiéitch. Fiquei tão confuso que ainda
estou com os nervos estragados. Foi o que me reteve até tarde, na cidade, hoje.
Kapitón Aleksiéitch Radómskii, o tio de Evguénii Pávlovitch...
- Ah! - exclamou o
príncipe.
- Disparou um tiro em si mesmo, ao raiar do dia, hoje, às sete horas. Um velho
altamente conceituado, de setenta anos, um epicurista. É verdade o que ela disse,
também: uma enorme soma de dinheiros públicos posta fora.
- Mas onde pôde
ela...
- Ouvir isso? Ah! Ah! Ora essa. ela dispõe de todo um regimento à sua volta,
desde que chegou aqui. Você sabe que classe de gente deu para visitá-la agora e
que busca “a honra de se dar com ela”. Deve naturalmente ter ouvido isso esta
manhã de alguém que chegou da cidade; pois meia Petersburgo já está a par
disso, agora, bem como meia Pávlovsk, ou toda, talvez. Mas que observação
mentirosa a que ela fez sobre o uniforme, segundo me repetiram, Dizendo que
Evguénii Pávlovitch introduzira os seus papéis no tempo exato!
Que insinuação demoníaca! Não, isto não sabe a loucura. Recuso-me a
acreditar, é lógico, que Evguénii Pávlovitch pudesse prever a catástrofe de
antemão, isto é, adivinhar que às sete horas da manhã de um determinado dia
etc. etc... O que se podia ter dado é ter ele tido um pressentimento. E eu, e todos
nós, e o Príncipe Chtch... contávamos que o tio lhe deixasse uma fortuna. É
terrível! Terrível! Mas compreenda-me, não faço carga sobre Evguénii
Pávlovitch seja no que for, e apresso-me em tornar isso bem claro, mas ainda
assim tudo isto é muito suspeitoso, devo confessar. O Príncipe Chtch... está
tremendamente impressionado. O caso rebentou tão estranhamente!
- Mas em
que faz isso desconfiar-se da conduta de Evguénii Pávlovitch? Em nada. Ele se
comportou muito honradamente.
- Eu não insinuei nada a tal propósito. Nas suas
propriedades creio eu, ninguém lhe toca. Lizavéta Prokófievna, naturalmente,
não quis ouvir nada. Mas, o que é pior, todo esse rebuliço de família ou antes, este
disse-que-disse, fica-se sem saber como chamá-lo. Você é um amigo da família,
em um sentido bem exato, Liév Nikoláievitch e acredite-me, agora vim a saber
que Evguénii Pávlovitch embora não tenha a certeza, há cerca de um mês,
propôs casamento a Agláia e ela se recusou a ser noiva dele.
- Não é possível! - exclamou o Príncipe com veemência.
- Ora essa. Você sabe
alguma coisa a respeito? Você está vendo, meu caro! - exclamou o general, sobressaltado e surpreso, parando como que petrificado - Devo lhe ter falado mais
do que devia. E isso porque você.. porque você.., é um camarada tão
excepcional. Talvez você saiba alguma coisa?
- Quanto a Evguénii Pávlovitch não
sei nada - balbuciou o Príncipe.
- Nem eu, tampouco. Quanto a mim, meu rapaz,
eles certamente desejam ver-me morto e enterrado e não se dão conta de quanto
isso é pungente para um homem e que não suportarei.
Presenciei agora mesmo uma cena terrível! Estou lhe falando como se você
fosse meu filho, o pior de tudo é que Agláia parece zombar da mãe. As irmãs
contaram à mãe, como mero palpite, e aliás acertado, que ela disse “não” a
Evguénii Pávlovitch e que teve uma explicação um tanto formal com ele. Mas
que ela é uma criatura voluntariosa e caprichosa é, não há palavras que a
qualifiquem.
Generosidade e todas as demais qualidades brilhantes de espírito e de coração ela
possui, mas é caprichosa, escarnecedora, deveras um pequeno demônio, e cheia
de fantasias, ainda por cima. Riu na cara da mãe, ainda agora e riu das irmãs e
riu também do Príncipe Chtch... Eu, nem conto naturalmente,
pois outra coisa não me tem ela feito senão rir de mim. Todavia, é claro, eu a
amo. Eu a amo mesmo rindo de mim, e acredito que ela, esse pequeno demônio,
me ama também, especialmente por causa disso, isto é, mais do que a qualquer
outra pessoa, creio eu. Aposto o que quiser como também faz você de truão. Pois
não é que a fui encontrar agora mesmo, conversando com você, logo
imediatamente depois da tempestade, lá em cima? Dei com ela sentada ao seu
lado, como se nada tivesse acontecido.
O príncipe ficou vermelho e fechou mais a mão direita; mas não disse nada.
- Meu bom e caro Liév Nikoláievitch - recomeçou o general com brio e
sentimento -, eu... e Lizavéta Prokófievna (muito embora ela esteja abusando de
você e de mim também, por sua causa, sem que eu compreenda por quê), nós o
amamos muito, nós amamos você muito e o respeitamos, a despeito de tudo,
quero dizer, a despeito de todas as aparências. Mas você mesmo há de concordar
comigo que é irritante e que acabrunha ouvir e ver aquele demoniozinho de
sangue-frio inesperadamente (sim, estava diante da mãe com uma expressão de
profundo desdém para com todas as nossas perguntas, principalmente as minhas,
pois – diabos me levem! - fui tão tolo que me deu no bestunto demonstrar
severidade, visto ser o chefe da família - bem, que fiz papel de tolo, fiz), ver,
dizia eu, aquele demoniozinho de sangue-frio inesperadamente declarar, com
uma risada: “Aquela “maluca” (foi esse o termo que empregou, e eu tive a
surpresa de a ouvir repetir a própria frase usada por você: “Como é que ainda
não notaram isso?”) meteu na cabeça que me há de casar, custe o que custar,
com o Príncipe Liév Nikoláievitch, e para tal fim está fazendo tudo para pôr
Evguénii Pavlovitch fora de nossa casa”... Ela disse apenas isto: não deu maiores
explicações, continuou a rir e nós ficamos de boca aberta; ela então escancarou a
porta e saiu. Depois foi que me contaram o que se passou entre ela e você, esta
tarde. E... e ouça. caro príncipe você não é um homem sensível, não se ofende à
toa. Observei isso em você, mas... não fique zangado. Sou obrigado a crer que ela
está fazendo você de truão. Ela se ri como uma criança, por isso não vá se zangar
com ela, mas é o que se passa. Não pense nada quanto a isto - ela está
simplesmente nos pondo a todos, a você e a nós, malucos, sem maldade. Bem,
adeus. Você conhece os nossos sentimentos a seu respeito, não é?
Jamais mudarão, de forma alguma. Mas, agora, tenho de ir por aqui. Adeus!
Poucas vezes me vi metido assim, em um beco sem saída, como desta vez. Nem
sei como dizer!... Que lindo dia de verão!
Deixado sozinho na encruzilhada, Míchkin olhou em torno, atravessou
rapidamente a estrada, aproximou-se o mais que pôde para debaixo da janela
acesa em uma vila, desdobrou o pedaço de papel que guardara bem apertado em
sua mão direita todo aquele tempo em que estivera conversando com Iván
Fiódorovitch e, aproveitando um fraco feixe de luz, leu:
Amanhã de manhã, às sete horas, achar-me-ei no banco verde, lá no jardim, esperando por você. Resolvi falar-lhe a respeito de um assunto excessivamente importante que nos diz respeito, diretamente.P.S. Espero que não mostre esta carta a ninguém. Embora me envergonhe ter de lhe recomendar essa cautela, parece-me que você necessita dessa recomendação, e a escrevo enrubescendo de vergonha ante o seu absurdo caráter.P.P.S. Refiro-me ao banco verde que lhe mostrei esta manhã. Devia se envergonhar de eu precisar lhe escrever também isto.
continua página 323...
_____________________
Leia também:
_____________________
Leia também:
Segunda Parte
O Idiota: Terceira Parte (3a) - A cena no jardim
___________________
___________________
Nenhum comentário:
Postar um comentário