volume II
À Sombra das Moças em Flor
Primeira Parte
Primeira Parte
Ao Redor da Sra. Swann
(v)
continuando...
Mas já era demais que aquilo me fosse lembrado. Sua recordação arriscava alimentar o pouco que subsistia do meu amor por Gilberte. Assim, embora já não sofresse absolutamente durante essas visitas à Sra. Swann, tornei-as mais raras ainda e procurei vê-la o menos possível. Quando muito, como continuasse a não deixar Paris, concedia-me alguns passeios com ela. Enfim haviam voltado os dias findos, juntamente com o calor. Como sabia que antes do almoço a Sra. Swann saía por uma hora e andava um pouco pela avenida do Bois, perto da Étoile, e do mal que então se denominava "clube dos Prontos" por causa das pessoas que ficavam a olhar os ricos a quem só conheciam de nome - obtive de meus pais que no domingo (pois não estava livre a essa hora nos dias úteis) poderia almoçar depois deles, à uma e quinze, e ir dar uma volta antes. Nunca faltei um dia naquele mês de maio, visto que Gilberte estava no campo com umas amigas. Chegava ao Arco do Triunfo por volta do meio-dia. Ficava à espreita na avenida, sem deixar de olhar a esquina da ruazinha por onde a Sra. Swann, precisava andar alguns metros, vinha de sua casa. Como já fosse hora de passeantes voltarem para almoçar, restavam poucos, em sua maioria, pessoas elegantes. De súbito, sobre a areia de uma alameda, tarda, atrasada, como a mais bela flor, e que só se abriria ao meio-dia, aparecia a Sra. Swann, desabrochando a seu redor uma toalete sempre diversa, mas que recordo principalmente cor de malva; depois alçava e desenrolava sobre um longo momento de sua mais completa irradiação, o pavilhão de seda de uma sombrinha, do mesmo matiz que o desfolhar das pétalas de seu vestido. Séquito a rodeava; Swann, quatro ou cinco homens de clube que tinham ido de manhã ou que ela havia encontrado no caminho; e a negra ou cinzenta ração obediente, executando movimentos quase mecânicos de um quadro em torno de Odette, davam a essa mulher, que só possuía intensidade no aspecto de estar olhando à sua frente, dentre todos aqueles homens, como a janela da qual se houvesse aproximado, fazendo-a surgir, frágil, sem nudez de suas cores tenras, como a aparição de um ser de uma espécie diferente, uma raça desconhecida, e de um poder quase guerreiro, graças ao que ela passava, sozinha, a sua múltipla escolta. Sorridente, feliz pelo bom tempo com o sol que ainda não incomodava, tendo o ar de segurança e calma; como aquele que rematou sua obra e não se preocupa mais com o resto, certa de que sua obra, mesmo que os transeuntes vulgares não a apreciassem era a mais bela de todas, ela a vestia para si mesma e para os amigos, com naturalidade, sem ser exagerada, mas também sem desprendimento completo, não impedindo pequenos laços de fita da blusa e da saia flutuassem de leve diante dela criaturas cuja presença não ignorava e às quais permitia, com indulgência, entregassem a seus brinquedos, conforme seu ritmo próprio, contanto que seguissem a marcha, e até sobre a sombrinha malva que muitas vezes trazia fechada ao chegar, ela deixava cair por um momento, como sobre um buquê de violetas de Parma, seu olhar feliz e tão doce que, mesmo quando não se mostrava mais a seus amigos e sim a um objeto inanimado, dava a impressão de sorrir. Assim reservava, e fazia sua toalete ocupar, aquele intervalo de elegância, espaço e necessidade os homens, a quem a Sra. Swann falava com mais intimidade, respeitavam não sem uma certa deferência de profanos, uma confissão própria ignorância e sobre o qual reconheciam à sua amiga competência e afeição, como a um doente sobre os cuidados especiais que deve tomar, ou a uma mãe sobre a educação de seus filhos. Não menos do que pela corte rodeava e não parecia ver os passantes, a Sra. Swann, devido à hora tardia em que surgira, evocava aquele apartamento onde havia passado uma manhã tão comprida e para onde precisava voltar em breve para o almoço; parecia indicar sua aproximação com a calma despreocupada de seu passeio, semelhante ao que a gente faz pelo próprio jardim; poder-se-ia dizer que, daquele apartamento, ela trazia ainda a seu redor a sombra interior e fresca. Mas, devido a tudo isto, sua vista só me fazia acentuar a sensação do ar livre e do calor. Tanto mais que, já persuadido de que, em virtude da liturgia e dos ritos em que a Sra. Swann era profundamente versada, sua toalete estava ligada à estação e à hora por um laço necessário, único, as flores de seu flexível chapéu de palha e as pequenas fitas do seu vestido me pareciam nascer do mês de maio ainda com mais naturalidade que as flores dos jardins e dos bosques; e, para conhecer o novo tumulto da estação, não precisava erguer os olhos além da sua sombrinha, aberta e estendida como um outro céu mais próximo, clemente, móvel e azul. Pois esses ritos, se eram soberanos, empregavam sua glória, e em consequência a Sra. Swann empregava a sua, em obedecer condescendentemente à manhã, à primavera, ao sol, os quais não me pareciam muito lisonjeados de que uma mulher tão elegante porfiasse em não ignorá-los por causa deles, escolhesse um vestido de tecido mais claro, mais leve, fazendo pensar, devido à abertura do colo e das mangas, na transpiração do pescoço e dos pulsos, que, enfim, tivesse para com eles todas as atenções de uma grande dama que, tendo-se rebaixado alegremente para ir ver no campo pessoas comuns e que todo mundo, até o vulgo, conhece, nem ao menos deixa de vestir, especialmente para esse dia, um traje campesino. Saudei a Sra. Swann à sua chegada; ela me fez parar e me disse sorrindo:
Mas já era demais que aquilo me fosse lembrado. Sua recordação arriscava alimentar o pouco que subsistia do meu amor por Gilberte. Assim, embora já não sofresse absolutamente durante essas visitas à Sra. Swann, tornei-as mais raras ainda e procurei vê-la o menos possível. Quando muito, como continuasse a não deixar Paris, concedia-me alguns passeios com ela. Enfim haviam voltado os dias findos, juntamente com o calor. Como sabia que antes do almoço a Sra. Swann saía por uma hora e andava um pouco pela avenida do Bois, perto da Étoile, e do mal que então se denominava "clube dos Prontos" por causa das pessoas que ficavam a olhar os ricos a quem só conheciam de nome - obtive de meus pais que no domingo (pois não estava livre a essa hora nos dias úteis) poderia almoçar depois deles, à uma e quinze, e ir dar uma volta antes. Nunca faltei um dia naquele mês de maio, visto que Gilberte estava no campo com umas amigas. Chegava ao Arco do Triunfo por volta do meio-dia. Ficava à espreita na avenida, sem deixar de olhar a esquina da ruazinha por onde a Sra. Swann, precisava andar alguns metros, vinha de sua casa. Como já fosse hora de passeantes voltarem para almoçar, restavam poucos, em sua maioria, pessoas elegantes. De súbito, sobre a areia de uma alameda, tarda, atrasada, como a mais bela flor, e que só se abriria ao meio-dia, aparecia a Sra. Swann, desabrochando a seu redor uma toalete sempre diversa, mas que recordo principalmente cor de malva; depois alçava e desenrolava sobre um longo momento de sua mais completa irradiação, o pavilhão de seda de uma sombrinha, do mesmo matiz que o desfolhar das pétalas de seu vestido. Séquito a rodeava; Swann, quatro ou cinco homens de clube que tinham ido de manhã ou que ela havia encontrado no caminho; e a negra ou cinzenta ração obediente, executando movimentos quase mecânicos de um quadro em torno de Odette, davam a essa mulher, que só possuía intensidade no aspecto de estar olhando à sua frente, dentre todos aqueles homens, como a janela da qual se houvesse aproximado, fazendo-a surgir, frágil, sem nudez de suas cores tenras, como a aparição de um ser de uma espécie diferente, uma raça desconhecida, e de um poder quase guerreiro, graças ao que ela passava, sozinha, a sua múltipla escolta. Sorridente, feliz pelo bom tempo com o sol que ainda não incomodava, tendo o ar de segurança e calma; como aquele que rematou sua obra e não se preocupa mais com o resto, certa de que sua obra, mesmo que os transeuntes vulgares não a apreciassem era a mais bela de todas, ela a vestia para si mesma e para os amigos, com naturalidade, sem ser exagerada, mas também sem desprendimento completo, não impedindo pequenos laços de fita da blusa e da saia flutuassem de leve diante dela criaturas cuja presença não ignorava e às quais permitia, com indulgência, entregassem a seus brinquedos, conforme seu ritmo próprio, contanto que seguissem a marcha, e até sobre a sombrinha malva que muitas vezes trazia fechada ao chegar, ela deixava cair por um momento, como sobre um buquê de violetas de Parma, seu olhar feliz e tão doce que, mesmo quando não se mostrava mais a seus amigos e sim a um objeto inanimado, dava a impressão de sorrir. Assim reservava, e fazia sua toalete ocupar, aquele intervalo de elegância, espaço e necessidade os homens, a quem a Sra. Swann falava com mais intimidade, respeitavam não sem uma certa deferência de profanos, uma confissão própria ignorância e sobre o qual reconheciam à sua amiga competência e afeição, como a um doente sobre os cuidados especiais que deve tomar, ou a uma mãe sobre a educação de seus filhos. Não menos do que pela corte rodeava e não parecia ver os passantes, a Sra. Swann, devido à hora tardia em que surgira, evocava aquele apartamento onde havia passado uma manhã tão comprida e para onde precisava voltar em breve para o almoço; parecia indicar sua aproximação com a calma despreocupada de seu passeio, semelhante ao que a gente faz pelo próprio jardim; poder-se-ia dizer que, daquele apartamento, ela trazia ainda a seu redor a sombra interior e fresca. Mas, devido a tudo isto, sua vista só me fazia acentuar a sensação do ar livre e do calor. Tanto mais que, já persuadido de que, em virtude da liturgia e dos ritos em que a Sra. Swann era profundamente versada, sua toalete estava ligada à estação e à hora por um laço necessário, único, as flores de seu flexível chapéu de palha e as pequenas fitas do seu vestido me pareciam nascer do mês de maio ainda com mais naturalidade que as flores dos jardins e dos bosques; e, para conhecer o novo tumulto da estação, não precisava erguer os olhos além da sua sombrinha, aberta e estendida como um outro céu mais próximo, clemente, móvel e azul. Pois esses ritos, se eram soberanos, empregavam sua glória, e em consequência a Sra. Swann empregava a sua, em obedecer condescendentemente à manhã, à primavera, ao sol, os quais não me pareciam muito lisonjeados de que uma mulher tão elegante porfiasse em não ignorá-los por causa deles, escolhesse um vestido de tecido mais claro, mais leve, fazendo pensar, devido à abertura do colo e das mangas, na transpiração do pescoço e dos pulsos, que, enfim, tivesse para com eles todas as atenções de uma grande dama que, tendo-se rebaixado alegremente para ir ver no campo pessoas comuns e que todo mundo, até o vulgo, conhece, nem ao menos deixa de vestir, especialmente para esse dia, um traje campesino. Saudei a Sra. Swann à sua chegada; ela me fez parar e me disse sorrindo:
- Good morning. - demos alguns passos. E eu compreendia que era por si mesma que ela
obedecia àqueles cânones conforme os quais se vestia, como a uma sabedoria superior da qual
fosse a grã-sacerdotisa; pois se lhe ocorria, devido ao calor, entreabrir ou até mesmo tirar a sua
jaqueta, dando-a a mim para que a carregasse, e que ela achara poder conservar abotoada, eu
descobria na blusinha mil detalhes de execução que poderiam muito bem ter ficado
despercebidos como as partes de orquestra a que os compositores deram o maior cuidado,
embora jamais devam chegar aos ouvidos do público; ou nas mangas da jaqueta dobrada no meu
braço eu via, observava longamente, por prazer ou amabilidade, um pormenor refinado, uma faixa
de delicioso matiz, uma cetineta cor de malva normalmente oculta aos olhos de todos, mas tão
delicadamente trabalhadas que as partes externas, como essas esculturas góticas de uma
catedral, dissimuladas no reverso de uma balaustrada, a oitenta pés de altura, tão perfeitas como
os baixos-relevos do grande pórtico mas que ninguém nunca vira antes que, ao acaso de uma um
artista, para dominar toda a cidade, tivesse permissão para ir passear no céu, entre as duas
torres.
O que aumentava a impressão de que a Sra. Swann passeava pela do Bois como na
alameda de um jardim que lhe pertencesse era para pessoas que ignoravam os seus hábitos de
footing que tivesse vindo de carro; que a seguisse, ela que desde o mês de maio estava
acostumada a passar com a atrelagem mais cuidada e a mais elegante libré de Paris,
languidamente sentada como uma deusa, no morno ar livre de uma imensa de oito molas. A pé, a
Sra. Swann, sobretudo com o caminhar vagaroso, dava a impressão de ter cedido a uma
curiosidade, de ter cometido elegante infração às regras do protocolo, como esses soberanos
que, acompanhados pela admiração um tanto escandalizada de um que não se atreve a formular
uma crítica, saem do camarote durante um gala e visitam o saguão, misturando-se aos outros
espectadores durante minutos. Assim, entre a Sra. Swann e a multidão, esta sentia as barreiras
certo tipo de riqueza e que lhe parecem ser as mais intransponíveis de Saint-Germain também
tem as suas; porém falam menos aos de imaginação dos "duros". Estes, ao lado de uma grande
dama mais fácil de ser confundida com uma pequena burguesa, menos distanciada; não sentirão
a sua desigualdade, quase a sua indignidade, que demonstram de uma Sra. Swann. É claro que
as mulheres desse gênero não ficam, como impressionadas com o brilhante aparato que as
rodeia, não lhe dão maioria mas é de tanto estarem acostumadas àquilo, ou seja, por terem
acabado portanto mais natural e necessário, é que julgam os outros conforme são menos
iniciados nesses hábitos de luxo; de modo que descobrem nos outros, inteiramente e fácil de
verificar, demorada para adquirir, difícil de compensar, se essas colocam um transeunte no degrau
mais inferior, tal ocorre da mesma forma lhe aparecem elas no mais superior, a saber,
imediatamente, à primeira visão de apelação. Talvez essa classe social particular que então se
compunha de como Lady Israels, mesclada às da aristocracia, e a Sra. Swann, que frequentá-las
um dia, essa classe intermediária, inferior ao Saint-Germain já que o cortejava, mas superior ao
que não pertence tinha a particularidade de que, já estando afastada do mundo dos ricos a era
riqueza; mas uma riqueza tornada maleável, obediente a uma destinação de pensamento
artístico, ouro flexível, poeticamente cinzelado e que sabe muitas vezes essa classe, ao menos
com o mesmo caráter e o mesmo fascínio. Aliás as mulheres que dela faziam parte, hoje não mais
teriam aquilo como primeira condição de seu reinado, pois, com a idade, quase todas perdem
beleza. Ora, tanto como do alto de sua nobre riqueza, era do auge do seu verão maduro e ainda
tão saboroso que a Sra. Swann, majestosa, sorridente e boa, avançando pela avenida do Bois, via
rolarem os mundos, como Hipácia, sob o vagaroso caminhar de seus pés. Os rapazes que
passavam olhavam-na com ansiedade, incertos se suas vagas relações com ela (tanto mais que,
tendo sido apresentados uma única vez a Swann, receavam que ele não os reconhecesse) seriam
suficientes para os autorizar a cumprimentá-la. E era tremendo diante das consequências que se
decidiam, indagando a si próprios se o seu gesto, audaciosamente provocador e sacrílego,
atentando contra a inviolável supremacia de uma casta, não iria desencadear catástrofes ou fazer
descer o castigo de um deus. Esse gesto acionava tão-somente, como um movimento de
relojoaria, a gesticulação de pequenos personagens saldadores que não eram outros senão os da
comitiva de Odette. A começar por Swann, o qual erguia sua cartola forrada de couro cru, com
graça risonha, aprendida no faubourg Saint-Germain, mas à qual já não se aliava a indiferença
que tivera antigamente, e que fora substituída (como se, em certa medida, ele tivesse absorvido
os preconceitos de Odette) ao mesmo tempo pelo tédio de ter de retribuir à saudação de alguém
tão malvestido e pela satisfação de que sua mulher conhecesse tanta gente; sentimento misto
que traduzia dizendo aos amigos elegantes que o acompanhavam:
- Mais um ainda! Palavra que não sei onde Odette vai descobrir toda essa gente! - entretanto, tendo respondido com um aceno de cabeça ao passante alarmado já fora do alcance
da vista, mas cujo coração ainda batia, a Sra. Swann se virava para mim:
- Então - dizia - acabou? Você não voltará nunca mais para ver Gilberte? Estou contente
por ser uma exceção e que não tenha me "cortado" sem cerimônia. Gosto muito de vê-lo, mas
gostava também da influência que exercia sobre minha filha. Creio que ela também lamenta
muito. Enfim, não quero importuná-lo, pois aí é que você não se aproximaria mais nem de mim! -
- Odette, Sagan está dando bom-dia! - observava Swann à mulher. E, com efeito, o
príncipe fazendo, como numa apoteose de teatro, de circo, ou num quadro antigo, seu cavalo se
postar de frente, dirigia a Odette uma grande saudação teatral, meio alegórica, onde se
amplificava toda a cortesia cavalheiresca do grão-senhor inclinando o seu respeito diante da
mulher, ainda que encarnada numa mulher que sua mãe ou irmã não poderiam frequentar. De
resto, a todo momento, reconhecida no fundo da transparência líquida e do verniz luminoso que
sobre ela derramava a sua sombrinha, a Sra. Swann era saudada pelos últimos cavaleiros
atrasados, como que filmados a galope sobre o ensolaramento branco da avenida, homens de
estirpe; cujos nomes, célebres para o público - Antoine de Castellane, Adalbert Montmorency, e
tantos outros eram para a Sra. Swann nomes familiares de amigos. E, como a duração média da
vida -a longevidade relativa- é muito maior quanto às lembranças das sensações poéticas do que
relativamente aos desgostos dolorosos, tanto tempo depois de se terem apagado as mágoas que
então sentia por causa de Gilberte, sobreviveu-lhes o prazer que experimento, todas as vezes que
desejo ler, numa espécie de quadrante solar, os minutos que decorrem entre quinze e uma hora,
no mês de maio, ao me rever conversando assim com a Sra.Swann, debaixo de sua sombrinha,
como sob o reflexo de uma lua.
continua na página 95...
________________
Leia também:
Volume 1
Volume 2
Primeira Parte
À Sombra das Moças em Flor (Ao Redor da Sra. Swann - v)
Segunda Parte
Volume 4
Volume 5
Volume 6
Volume 7
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