segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Marcel Proust - No Caminho de Swann (II - Combray, Em um domingo - k)

em busca do tempo perdido

volume I
No Caminho de Swann


ao senhor gaston calmette
como um testemunho de profundo e afetuoso reconhecimento
— marcel proust



combray


II(k) 

continuando...

     Em um domingo em que minha tia tivera a visita simultânea do cura e de Eulalie e em seguida fizera repouso, tínhamos todos subido para lhe dar boa-noite, e minha mãe lhe apresentava condolências pela má sorte que sempre trazia seus visitantes à mesma hora: 

— Sei que as coisas não marcharam bem outra vez, Léonie — disse-lhe com brandura —, pois todas as suas relações vieram ao mesmo tempo.

     O que minha tia-avó interrompeu com: “O que é bom nunca é demais…” pois, desde que sua filha estava doente, julgava-se no dever de animá-la — apresentando-lhe tudo pelo lado melhor. Mas meu pai tomou a palavra: 

— Agora que toda a família está reunida, aproveito para contar-lhes uma coisa, sem ter de o repetir a cada um. Receio que estejamos estremecidos com Legrandin: ele mal me cumprimentou esta manhã. 

     Não fiquei para ouvir a narrativa de meu pai, pois estava em sua companhia após a missa, ao encontrarmos o sr. Legrandin, e desci à cozinha para ver o que tínhamos para o jantar, coisa que me distraía todos os dias como as notícias de um jornal e me excitava como um programa de festas. Quando passava por nós, à saída da missa, ia o sr. Legrandin ao lado de uma castelã das vizinhanças, a quem conhecíamos de vista, e meu pai lhe fizera um cumprimento ao mesmo tempo amistoso e reservado, sem se deter; o sr. Legrandin mal havia respondido, com um ar de espanto, como se não nos conhecesse, e com essa perspectiva do olhar própria das pessoas que não querem se mostrar amáveis e que, do fundo subitamente recuado de seus olhos, parecem divisar-nos ao fim de um caminho interminável, e a tamanha distância que se contentam em nos dirigir um minúsculo aceno de cabeça, para o proporcionar a nossas dimensões de marionete. 
     Ora, a dama que Legrandin acompanhava era uma pessoa virtuosa e considerada; impossível se tratar de alguma aventura e que lhe desagradasse serem vistos juntos, e meu pai indagava consigo o que poderia ter feito para descontentar a Legrandin. “E tanto mais sinto que esteja incomodado”, disse meu pai, “porque ele, em meio de toda essa gente endomingada, com seu casaco simples, sua gravata solta, tem um aspecto tão pouco afetado, tão verdadeiramente simples, um ar quase ingênuo, que o torna bastante simpático.” Mas o conselho de família decidiu unanimemente que meu pai estava a imaginar coisas, ou que Legrandin, naquele instante, devia estar distraído em algum pensamento. De resto, o receio de meu pai se dissipou na tarde seguinte. Como voltássemos de um grande passeio, avistamos perto da Ponte Velha a Legrandin, que permanecia vários dias em Combray por causa das festas. Veio ao nosso encontro com a mão estendida: “Conhece, senhor ledor”, perguntou-me ele, “este verso de Paul Desjardins?:

Les bois sont déjà noirs, le ciel est encor bleu.[1] 

     Que o céu permaneça sempre azul para você, meu jovem amigo; e mesmo na hora, que para mim vem chegando, em que o bosque é já sombrio e a noite cai depressa, você há de consolar-se, como eu o faço, olhando para o lado do céu”. Tirou um cigarro do bolso, e ficou a olhar longamente o horizonte. “Adeus, meus camaradas”, disse-nos de súbito, e foi embora.
     Àquela hora em que eu descia à cozinha para saber o que se preparava, o serviço já tinha começado, e Françoise, dominando as forças da natureza transformadas em auxiliares suas, como nessas representações mágicas em que os gigantes servem de cozinheiros, mexia o carvão, entregava ao vapor umas batatas para estufá-las e fazia o fogo levar ao devido ponto as maravilhas culinárias, preparadas primeiro em recipientes de cerâmica, desde as grandes tinas, marmitas, sopeiras e travessas, as terrinas para caça, às formas para empadas e tigelinhas de creme, passando por uma coleção completa de caçarolas de todas as dimensões. Parava para olhar em cima da mesa, onde a criada de cozinha acabava de as debulhar, as ervilhas alinhadas e contadas como bolitas verdes em um jogo; mas todo o meu encantamento era para os aspargos, empapados de ultramar e rosa, e cujo talo, delicadamente estriado de azul e malva, se degrada insensivelmente até a base — ainda suja do solo onde estivera — com irisações que não são da terra. Parecia-me que aqueles matizes celestiais traíam as deliciosas criaturas que se haviam divertido em metamorfosear-se em legumes e que, através do disfarce de sua carne comestível e firme, deixavam transparecer naquelas cores frescas de aurora, naqueles esboços de arco-íris, naquele desmaio de tardes azuis, a mesma preciosa essência que eu ainda reconhecia quando essas criaturas, durante a noite que se seguia a um jantar em que eu comera aspargos, divertiam-se em suas farsas poéticas e grosseiras como uma féerie de Shakespeare, em transformar meu vaso noturno em vaso de perfume.[2]
     A pobre Caridade de Giotto, como a chamava Swann, encarregada por Françoise de os pelar, tinha-os perto de si em uma cesta, e conservava um ar doloroso, como se sentisse todos os males da terra; e as leves coroas azuis que cingiam os aspargos por cima de suas túnicas róseas estavam nitidamente desenhadas, estrela por estrela, como se desenham, no afresco, as flores que engrinaldam a fronte ou pontilham a corbelha da Virtude de Pádua. Enquanto isso, Françoise rodava no espeto um daqueles frangos, como só ela os sabia assar, que haviam espalhado em Combray o odor de seus méritos e que, quando os servia, faziam com que predominasse a doçura em minha concepção especial de seu caráter, pois o aroma daquela carne que ela sabia tornar tão untuosa e tenra não eram para mim senão o próprio perfume de uma de suas virtudes.
     Mas o dia em que desci à cozinha enquanto meu pai consultava o conselho de família a respeito do encontro com Legrandin era um daqueles em que a Caridade de Giotto, muito abalada por seu parto recente, não podia se levantar; e Françoise, privada de ajudante, estava atrasada no serviço. Quando cheguei embaixo, estava ela na copa que dava para o galinheiro, matando um frango que — com sua resistência desesperada e muito natural, mas acompanhada dos gritos de “Excomungado!”, “Excomungado!” que soltava Françoise, fora de si, enquanto procurava cortar-lhe o pescoço por baixo da orelha — punha a santa doçura e a unção de nossa criada um pouco menos em evidência do que haveria de fazê-lo no jantar do dia seguinte, com sua pele bordada a ouro como uma casula e sua graxa preciosa a gotejar como de um cibório. Morto o animal, Françoise recolheu o sangue que ia escorrendo sem lhe afogar o rancor, e ainda em um acesso de cólera, olhando o cadáver de seu inimigo, disse uma última vez: “Excomungado!”. Subi todo trêmulo; desejaria que despachassem Françoise imediatamente. Mas quem havia de me preparar almôndegas tão quentinhas, café tão cheiroso, e até mesmo… frangos como aquele?… E na verdade, esse covarde cálculo, todos já o haviam feito como eu. Pois tia Léonie sabia — o que eu ainda ignorava — que Françoise, capaz de dar a vida, sem uma queixa, por sua filha ou seus sobrinhos, era de singular dureza para com as outras criaturas. Apesar disso, minha tia a conservava, pois se lhe reconhecia a crueldade, apreciava seus serviços. Pouco a pouco me apercebi de que a doçura, a compunção, as virtudes de Françoise ocultavam tragédias de copa, como nos revela a história que os reinados dos Reis e Rainhas representados de mãos postas nos vitrais das igrejas se assinalaram por incidentes sangrentos. Descobri que, fora do círculo de seus parentes, tanto mais compaixão lhe provocavam os humanos com suas desgraças quanto mais afastados viviam dela. As torrentes de lágrimas que vertia ao ler nos jornais os infortúnios de desconhecidos, logo se estancavam se podia imaginar de maneira um pouco precisa a pessoa que lhes servira de objeto. Em uma das noites seguintes ao parto da criada de cozinha, foi esta acometida de atrozes cólicas; mamãe ouviu-a gemer, ergueu-se e despertou Françoise que, insensível, declarou que aquilo tudo não passava de comédia e que a outra queria era “fazer de senhora”. O médico, que receava tais crises, marcara, em um livro de medicina que possuíamos, a página em que elas vêm descritas, recomendando que a consultassem para achar a indicação dos primeiros cuidados de emergência. Minha mãe mandou Françoise buscar o livro, dizendo-lhe que não deixasse cair a marca. Passou uma hora, e nada de Françoise; mamãe, indignada, julgou que ela tivesse ido deitar-se e me disse que fosse eu mesmo buscar o livro na biblioteca. Ali encontrei Françoise, que, tendo querido ver o que estava assinalado, lia, soluçando, a descriação clínica da crise, agora que se tratava de um enfermo-tipo, para ela desconhecido. A cada sintoma doloroso mencionado pelo autor, exclamava: “Nossa Senhora! Será possível que o bom Deus queira fazer sofrer dessa maneira uma infeliz criatura humana? Ai!, a coitadinha!”.
     Mas depois que a chamei e ela voltou para junto da Caridade de Giotto, suas lágrimas logo deixaram de correr; não pôde descobrir nem aquela agradável sensação de piedade e enternecimento que tão bem conhecia e tantas vezes lhe havia proporcionado a leitura dos jornais, nem prazer algum do mesmo gênero, no aborrecimento e irritação de se haver levantado no meio da noite por causa da criada de cozinha, e, à vista dos mesmos sofrimentos cuja descrição a fizera chorar, não teve mais que resmungos de mau humor, e até cruéis sarcasmos, dizendo, quando julgou que tínhamos partido e não mais podíamos ouvi-la: “Era só ela não ter feito o que é preciso para acontecer uma coisa dessas! Se fez é porque gostou! E agora não venha com manhas! Arre! É preciso que um homem esteja mesmo muito por baixo para se engraçar com isto. É bem como diziam na terra de minha pobre mãe:

Quem suspira ante o rabo de um cão, 
Só vê nele uma rosa em botão.

     Se, quando o neto estava um pouco resfriado, ela partia à noite, mesmo doente, em vez de se deitar, para ver se ele não tinha necessidade de nada, fazendo quatro léguas a pé, antes do amanhecer, para não perder o dia de serviço, por outro lado esse mesmo amor aos seus e o desejo de assegurar a grandeza futura de sua casa traduzia-se, em sua política para com os outros criados, pela norma constante de jamais deixar um só deles implantar-se na casa de minha tia, da qual, com zeloso orgulho, não deixava ninguém se aproximar, preferindo, até quando enferma, levantar-se para lhe dar sua água de Vichy, a permitir que a criada de cozinha entrasse no quarto de sua patroa. E como esse himenóptero observado por Fabre,[3] a vespa fossadora, a qual para que os filhos, após sua morte, disponham de carne fresca, chama a anatomia em auxílio da crueldade e, capturando gorgulhos e aranhas, lhes fere com maravilhosa ciência e habilidade o centro nervoso de que depende o movimento das patas, mas não as outras funções da vida, a fim de que o inseto paralisado junto ao qual deposita os ovos forneça às larvas, quando eclodirem, uma caça dócil, inofensiva, incapaz de fuga ou resistência, mas nada deteriorada, assim Françoise achava, para cumprir seu constante empenho de tornar a casa inabitável a qualquer criado, artimanhas tão sábias e impiedosas que só muitos anos mais tarde viemos a saber que, se naquele verão havíamos comido aspargos quase todos os dias, era porque seu cheiro dava à pobre rapariga encarregada de os pelar crises de asma de tal violência que ela afinal não teve outro remédio senão ir-se embora.
     Mas devíamos mudar definitivamente de opinião acerca de Legrandin.[4] Em um dos domingos seguintes ao encontro da Ponte Velha, após o qual tivera meu pai de confessar seu engano, ao terminar a missa, quando, com o sol e o rumor de fora, entrava na igreja algo de tão pouco sagrado que a sra. Goupil e a sra. Percepied (todas as pessoas que momentos antes, quando eu chegava um pouco atrasado, tinham permanecido de olhos baixos, absortas em suas orações e que eu poderia julgar que não me viam se não houvessem afastado com o pé o banquinho que me estorvava a passagem) começavam a conversar conosco em voz alta sobre assuntos inteiramente temporais como se já estivéssemos na praça, vimos à entrada deslumbrante do pórtico, e dominando o variegado tumulto do mercado, o sr. Legrandin, que o marido daquela dama com quem ultimamente o encontráramos estava apresentando à esposa de outro grande proprietário de terras das vizinhanças. O rosto de Legrandin exprimia uma animação, um zelo extraordinários; fez uma profunda saudação, seguida de uma inclinação secundária para trás que levou bruscamente seu dorso para além da posição inicial, e que deveria ter aprendido com o esposo de sua irmã, a sra. de Cambremer. Esse rápido reerguimento fez refluírem, em uma espécie de onda impetuosa e musculada, as ancas de Legrandin, que eu não supunha tão carnudas; e não sei por que essa ondulação de pura matéria, essa vaga toda carnal, sem expressão de espiritualidade e que uma solicitude cheia de baixeza furiosamente fustigava, despertaram de súbito em meu espírito a possibilidade de um Legrandin completamente diverso daquele que conhecíamos. A dama lhe pediu que dissesse qualquer coisa a seu cocheiro, e, enquanto ele se encaminhava para o carro, ainda lhe persistia no rosto a expressão de devotada e tímida alegria que lhe dera a recente apresentação. Sorria, enlevado em uma espécie de sonho; depois voltou apressuradamente para a dama e, como andava mais depressa que de costume, seus ombros oscilavam ridiculamente de um lado e outro e ele assim parecia, de tal modo se lhe entregava, indiferente ao resto do mundo, o joguete inerte e mecânico da felicidade. Saíamos do pórtico e passamos por ele; Legrandin era bastante educado para não desviar a cabeça, mas fixou o olhar, subitamente carregado de profunda cisma, em um ponto tão longínquo do horizonte que não nos pôde ver, e não teve assim de nos cumprimentar. Seu rosto permanecia ingênuo, ao alto do casaco folgado e simples que parecia desambientado entre aquele odioso luxo que o cercava. E sua lavallière de pintinhas continuava a flutuar ao vento da praça como a flâmula de seu altivo isolamento e nobre independência. Quando chegávamos em casa, mamãe viu que esquecera de encomendar a torta e pediu a meu pai que voltasse comigo para dizer que a mandassem em seguida. Perto da igreja, cruzamos com Legrandin, que conduzia a mesma dama a seu carro. Passou por nós sem interromper a conversa com a companheira e fez-nos, com o rabo do olho, um sinal de certo modo independente das pálpebras e que, não acionando os músculos do rosto, pôde passar despercebido a sua interlocutora; mas, procurando compensar com a intensidade do sentimento o campo um pouco estreito em que circunscrevia sua expressão, fez cintilar, naquele cantinho azulado que nos reservava, toda a sua benevolência que, ultrapassando a jovialidade, raiava pela malícia; apurou as finezas da amabilidade até os piscamentos da conivência, às meias palavras, aos subentendidos, aos mistérios da cumplicidade; e finalmente exalçou as garantias de amizade até os protestos de ternura, até a declaração de amor, iluminando então só para nós, de um langor secreto e invisível à castelã, uma pupila enamorada em um rosto de gelo.
     Justamente na véspera havia ele pedido a meus pais que me mandassem em sua casa aquela noite: “Venha fazer companhia ao seu velho amigo — dissera-me ele. — Como o buquê que um viajante nos envia de uma terra a que não mais voltaremos, faça-me respirar, da lonjura da sua adolescência, as flores das primaveras que eu também atravessei há tantos anos. Venha com a primavera, a barba-de-capuchinho, a concha de ouro, venha com o sédum de que é feito o buquê predileto da flora balzaquiana,[5] com a flor da Ressurreição, a margarida e a bola-de-neve dos jardins que começa a perfumar as alamedas de sua tia quando ainda não se fundiram as derradeiras bolas de neve das saraivadas da Páscoa. Venha com a gloriosa veste de seda do lírio, digna de Salomão,[6] e o esmalte policromo dos amores-perfeitos, mas venha, sobretudo, com a brisa ainda fresca das últimas geadas e que vai entreabrir, para as duas borboletas que desde esta manhã esperam à porta, a primeira rosa de Jerusalém”.
     Indagavam em casa se depois daquilo ainda deveriam enviar-me a jantar com o sr. Legrandin. Mas minha avó recusou-se a acreditar que ele tivesse sido descortês. “Vocês mesmos reconhecem que ele se apresenta aqui com toda a simplicidade, sem nada de mundano.” Declarava ela que em todo caso e se, na pior das hipóteses, ele fora mesmo descortês, melhor seria fingir que o não percebêramos. Na verdade, até meu pai, que era quem estava mais irritado com a atitude que tomara Legrandin, conservava talvez uma última dúvida quanto ao sentido que ela pudesse comportar. Ela era como toda atitude ou ação em que se revela o caráter profundo e oculto de alguém: não tem ligação com suas palavras anteriores, não podemos confirmá-la com o testemunho do culpado, que nada confessará; ficamos adstritos ao testemunho de nossos sentidos e perguntamo-nos, ante essa lembrança isolada e incoerente, se estes não teriam sido joguete de alguma ilusão; de sorte que tais atitudes, as únicas que possam ter importância, nos deixam muitas vezes algumas dúvidas.

continua na página 93...
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Leia também:

Volume 1
No Caminho de Swann (II - Combray, Em um domingo - k)
Volume 2
Volume 3
Volume 4
Volume 5
Volume 6
Volume 7
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[1] “Os bosques já estão escuros, o céu ainda está azul.” Verso extraído do livro escrito por um dos professores de Proust na Escola de Ciências Políticas, Paul Desjardins, em homenagem ao poeta Lamartine, intitulado Celui qu’on oublie. [n. e.]
[2] Proust cita várias vezes em sua correspondência essas “féeries” de Shakespeare. Em particular, Sonhos de uma noite de verão e A tempestade. O parágrafo é um pastiche do texto La mer, de Michelet, que trata de medusas. [n. e.]
[3] Referência ao livro Souvenirs entomologiques, em que Jean-Henri Fabre descreve os métodos de neutralização e conservação das vítimas por um himenóptero. [n. e.]
[4] Ler Em busca do tempo perdido é entrar em contato com o que Proust definirá como “psicologia no espaço”: é aprender a dar inúmeras voltas em torno de suas personagens, criando uma série de visões e perspectivas, tendendo à máxima complexidade e, por vezes, à contradição. [n. e.]
[5] Alusão aos romances As ilusões perdidas e O lírio do vale, em que a flor de sédum tem papel simbólico: no primeiro, quando do encontro de Vautrin e Lucien de Rubempré; no segundo, quando dos encontros de Félix de Vandenesse com a sra. de Mortsauf. Não deixa de ser sugestiva a associação homoerótica entre Vautrin e Rubempré e o futuro de Legrandin no livro junto do garoto Théodore, coroinha na igreja de Combray. [n. e.]
[6] Referência ao Evangelho segundo são Mateus, vi: 28-29. [n. e.]

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