volume I
No Caminho de Swann
ao senhor gaston calmette
como um testemunho de profundo e afetuoso reconhecimento
— marcel proust
combray
II(h) ao senhor gaston calmette
como um testemunho de profundo e afetuoso reconhecimento
— marcel proust
combray
continuando...
Apesar de tudo, poderia ter continuado a visitar-nos em Combray. Mas a verdade é que não era o amigo que meus pais desejariam para mim; acabaram por acreditar que as lágrimas que lhe provocou a indisposição de minha avó não fossem fingidas; mas sabiam por instinto ou experiência que os impulsos de sensibilidade têm pouco domínio sobre a continuidade de nossos atos e a conduta de nossa vida, e que o respeito das obrigações morais, a fidelidade aos amigos, a execução de uma obra, a observância de um regime, têm fundamento mais seguro nos hábitos cegos do que nesses transportes momentâneos, ardentes e estéreis. Prefeririam para mim companheiros que não me dessem mais do que é convencionado conceder aos amigos, segundo as regras da moral burguesa; que não me enviassem intempestivamente um cesto de frutas porque naquele dia haviam pensado em mim com afeto, mas que, não sendo capazes de inclinar em meu favor a justa balança dos deveres e das exigências da amizade, a um simples impulso de sua imaginação e de sua sensibilidade, tampouco a falseariam em prejuízo meu. Nem sequer nossas faltas desobrigam facilmente de seu dever para conosco a essas criaturas de que minha tia-avó era o modelo, ela que, brigada há anos com uma sobrinha a quem nunca falava, nem por isso modificou o testamento em que lhe deixava toda a sua fortuna, porque era seu mais próximo parente e porque “assim é que devia ser”.
Mas eu estimava Bloch, meus pais não queriam desgostar-me, e os problemas
insolúveis que eu me propunha a propósito da beleza destituída de significação da filha
de Minos e de Pasifaé me fatigavam muito mais e me traziam mais angustiado do que o
poderiam fazer novas conversações com ele, embora minha mãe as julgasse perniciosas.
E ainda o teriam recebido em Combray se, após aquele jantar, depois de me dizer —
revelação que mais tarde teve grande influência em minha vida, e a tornou mais feliz e
depois mais infeliz — que todas as mulheres pensavam unicamente no amor e que não
havia uma só cuja resistência não se pudesse vencer — não me houvesse assegurado ter
ouvido dizer da maneira mais positiva que minha tia-avó tivera uma mocidade
aventurosa e que fora notoriamente “sustentada”. Não pude deixar de repetir essas
palavras a meus pais, fecharam-lhe a porta quando ele voltou, e, quando depois o
abordei na rua, mostrou-se extremamente frio para comigo.
Mas, quanto a Bergotte, ele dissera a verdade.
Como se dá com um trecho de música que nos arrebatará, mas que ainda não
distinguimos, eu nos primeiros dias não descobri o que tanto deveria amar em seu
estilo. Não podia abandonar o romance dele que estava lendo, mas supunha-me
unicamente interessado pelo assunto, como nesses primeiros momentos do amor, em
que vamos todos os dias ver uma mulher em alguma reunião, em algum espetáculo, e
julgamos que o que ali nos leva é o atrativo da diversão. Depois notei as expressões
raras, quase arcaicas, que gostava de empregar em certos momentos em que uma onda
oculta de harmonia, um prelúdio interior, agitava-lhe o estilo; e era também nesses
momentos que ele se punha a falar do “sonho vão da vida”, da “inesgotável torrente das
belas aparências”, do “tormento estéril e delicioso de compreender e de amar”, das
“comoventes efígies que enobrecem para sempre a fachada venerável e encantadora das
catedrais”, quando expressava toda uma filosofia nova para mim, com maravilhosas
imagens, que pareciam ter elas próprias despertado aquele canto de harpas que então se
elevava e a cujo acompanhamento emprestavam qualquer coisa de sublime.[1] Uma
dessas passagens de Bergotte, a terceira ou quarta que isolei do resto, deu-me uma
alegria que não se poderia comparar com a que entrava na primeira, uma alegria que
senti em uma região mais profunda de mim mesmo, mais uniforme, mais vasta, de onde
pareciam ter sido retirados os obstáculos e as separações. É que, reconhecendo então
aquele mesmo gosto pelas expressões raras, aquela mesma efusão musical, aquela mesma
filosofia idealista que já das outras vezes, sem que eu me desse conta, fora a causa de
meu prazer, não mais tive a impressão de estar em presença de um trecho particular de
certo livro de Bergotte, que traçasse à superfície de meu pensamento uma figura
puramente linear, mas antes do “trecho ideal” de Bergotte, comum a todos os seus
livros e ao qual todas as passagens análogas que com ele vinham confundir-se teriam
dado uma sorte de espessura, de volume, com que meu espírito parecia ampliado.
Não era eu o único admirador de Bergotte; também era o escritor predileto de uma
amiga de minha mãe, muito letrada; enfim, para ler seu último livro publicado, o dr. Du
Boulbon fazia os clientes esperarem; e foi de seu consultório médico, e de um parque
próximo de Combray, que voaram algumas das primeiras sementes dessa predileção por
Bergotte, espécie tão rara então, hoje universalmente espalhada, e de que se encontra por
toda parte na Europa, na América, até na menor aldeia, a flor ideal e comum. O que a
amiga de minha mãe amava nos livros de Bergotte, e também, ao que parecia, o dr. Du
Boulbon, era o mesmo que a mim me encantava, aquele mesmo fluxo melódico, aquelas
expressões antigas, e outras muito simples e conhecidas, mas que, pelo lugar em que as
punha em evidência, pareciam revelar de sua parte uma predileção particular; enfim, nas
passagens tristes, certa brusquidão, um acento quase rouco. E sem dúvida ele próprio
devia sentir que ali estava seu maior encanto. Pois nos livros que se seguiram, ante
alguma grande verdade, ou o nome de uma catedral famosa, ele interrompia a narrativa
e, com uma invocação, uma apóstrofe, uma longa prece, dava livre curso àqueles
eflúvios que, em suas primeiras obras, permaneciam interiores a sua prosa, revelados
unicamente pelas ondulações da superfície, e talvez ainda mais suaves, mais harmoniosos
quando assim velados e quando não se poderia indicar de modo preciso onde nascia e
onde expirava seu murmúrio. Esses trechos em que ele se comprazia eram nossos
trechos prediletos. Quanto a mim, sabia-os de cor. Ficava decepcionado quando ele
retomava o fio da narrativa. Cada vez que me falava de alguma coisa cuja beleza me
permanecera até então oculta, dos pinheirais, do granizo, de Notre-Dame de Paris, de
Athalie ou de Phèdre, fazia, em uma imagem, essa beleza explodir e vir até mim. Sentindo,
pois, quantas e quantas partes do universo havia que não seriam distinguidas por minha
falha percepção se ele não mas aproximasse, desejaria possuir uma opinião sua, uma
imagem sua, sobre todas as coisas, sobretudo as que teria ensejo de ver por mim
mesmo, e, entre estas, particularmente sobre antigos monumentos franceses e certas
paisagens marinhas, pois a insistência com que os citava em seus livros demonstrava que
os tinha como ricos de significação e beleza. Infelizmente, sobre quase todas as coisas,
eu ignorava sua opinião. Não duvidava que fosse ela inteiramente diversa das minhas,
pois baixava de um mundo desconhecido ao qual procurava elevar-me; persuadido de
que meus pensamentos pareceriam puras inépcias àquele espírito perfeito, fizera tábua
rasa de todos eles, de modo que, se acaso me sucedia encontrar em um livro seu alguma
ideia que já me ocorrera, meu coração se dilatava, como se um Deus, em sua bondade,
me houvesse devolvido, declarando-a legítima e bela. Acontecia às vezes que uma página
sua dizia as mesmas coisas que eu costumava escrever de noite a minha avó e a minha
mãe, quando não podia dormir, de sorte que aquela página de Bergotte parecia uma
coleção de epígrafes para serem colocadas no alto de minhas cartas. Mesmo mais tarde,
quando comecei a compor um livro, certas frases cuja qualidade não me decidiu a
continuar, vim a encontrar-lhes o equivalente em Bergotte. Mas só então, quando as lia
em sua obra, é que podia saboreá-las: quando era eu quem as compunha, preocupado
em que refletissem exatamente o que percebia em meu pensamento, temendo não “fazer
parecido”, sobrava-me tempo para indagar comigo se acaso seria agradável o que estava
escrevendo. Mas, na realidade, só o que eu verdadeiramente amava era essa espécie de
frases e ideias. Meus esforços inquietos e insatisfeitos já eram um sinal de amor, de
amor sem prazer, mas profundo. Assim, quando encontrava de súbito tais frases em
uma obra alheia, quer dizer, sem mais escrúpulos nem severidade, sem ter de
atormentar-me, entregava-me enfim com delícia ao gosto que tinha por elas, como um
cozinheiro que, no dia em que não tem de cozinhar, acha tempo afinal de ser glutão. Um
dia, encontrando em um livro de Bergotte, a propósito de uma velha criada, um gracejo
que a magnífica e solene linguagem do escritor ainda tornava mais irônico, mas que era
o mesmo que eu muitas vezes fizera a minha avó, falando de Françoise, e de outra vez
em que vi que ele não julgava indigna de figurar em um desses espelhos da verdade que
eram seus livros, uma observação análoga à que eu tinha feito sobre nosso amigo sr.
Legrandin (observações sobre Françoise e o sr. Legrandin que eram por certo daquelas
que eu mais deliberadamente teria sacrificado a Bergotte, convencido de que ele as
acharia insignificantes), pareceu-me de súbito que minha humilde vida e os remos da
verdade não estavam tão separados como supusera, que chegavam até a coincidir em
certos pontos, e chorei de alegria e confiança sobre as páginas do escritor, como nos
braços de um pai reencontrado.
Por seus livros, imaginava eu Bergotte como um velho frágil e desiludido que
perdera filhos e jamais se consolara.[2] E assim eu lia, cantava interiormente sua prosa,
muito mais dolce e mais lento talvez do que ela fora escrita, e a frase mais simples se
dirigia a mim com uma comovida entonação. Mais que tudo, amava sua filosofia,
entregara-me a ela para sempre. Sentia-me impaciente por chegar à idade em que cursaria
no colégio a aula chamada de filosofia. Mas não queria que ali fizessem outra coisa
senão viver unicamente pelo pensamento de Bergotte, e, se me tivessem dito que os
metafísicos que então me atrairiam não teriam a mínima parecença com ele, eu sentiria o
desespero de um enamorado que quer amar por toda a vida e a quem falam das outras
amadas que há de ter mais tarde.
Um domingo, durante minha leitura no jardim, fui interrompido por Swann, que
vinha visitar meus pais.
— Que é que está lendo, pode-se ver? Oh! Bergotte? Mas quem lhe indicou suas
obras? — Disse-lhe que fora Bloch.
— Ah!, sim, esse rapaz que vi uma vez aqui e que é tão parecido com o retrato de
Maomé ii, por Bellini.[3] Espantoso! Tem as mesmas sobrancelhas circunflexas, o
mesmo nariz recurvo, os mesmos pômulos salientes. Quando tiver uma barbicha, será a
mesma pessoa. Em todo caso, tem bom gosto, pois Bergotte é um espírito encantador.
E vendo como eu parecia admirar Bergotte, Swann, que nunca falava das pessoas a
quem conhecia, abriu uma bondosa exceção e disse-me:
— Conheço-o muito. Se quiser que ele escreva alguma coisa no seu volume,
poderei pedir-lhe.
Não me animei a aceitar, mas fiz a Swann algumas perguntas sobre Bergotte.
— Poderá dizer-me qual o ator que ele prefere?
— O ator, não sei. Mas sei que não compara nenhum artista masculino a Berma, a
quem coloca acima de todos. Já a viu representar?
— Não, senhor, meus pais não me permitem que vá ao teatro.[4]
— É pena. Devia pedir a eles. A Berma, em Phèdre, no Cid, não é mais que uma atriz,
se quiser, mas sabe que não creio muito na “hierarquia” das artes.
E observei, como tantas vezes me havia surpreendido nas conversações de Swann
com as irmãs de minha avó, que, quando falava de coisas sérias, quando empregava uma
expressão que parecia implicar um juízo sobre algum assunto importante, tinha o
cuidado de isolá-la, em uma entonação especial, maquinal e irônica, como se a pusesse
entre aspas e não quisesse tomá-la por sua conta e risco, dizendo: “Sabem, a hierarquia,
como dizem as pessoas ridículas”. Mas então, se era ridículo, por que o dizia ele? Um
instante depois acrescentou: “Isto lhe dará uma visão tão nobre como qualquer obra-prima, como, digamos…” (e pôs-se a rir) como “as Rainhas de Chartres!”.[5] Até
então, esse horror de exprimir seriamente suas opiniões se me afigurava como algo de
elegante e parisiense e que se opunha ao dogmatismo provinciano das irmãs de minha
avó; e suspeitava também que fosse uma das formas do espírito nas rodas em que vivia
Swann e onde, como reação ao lirismo das gerações anteriores, se reabilitavam
exageradamente os pequenos fatos precisos, outrora reputados vulgares, e se
proscreviam as “frases”. Mas agora eu achava qualquer coisa de chocante nessa atitude
de Swann em face das coisas. Parecia não se animar a ter uma opinião e só estar
tranquilo quando pudesse dar meticulosamente informações precisas. Mas então não
percebia ele que já era professar uma opinião postular que a exatidão de tais pormenores
tinha tamanha importância? Tornei a pensar, então, naquele jantar em que eu estava tão
triste porque mamãe não devia subir ao meu quarto e em que ele dissera que os bailes da
princesa de Léon não tinham nenhuma importância. Mas era no entanto naquele gênero
de prazeres que empregava a vida. Achava contraditório tudo aquilo. Para que outra
vida reservava, afinal, dizer seriamente o que pensava das coisas, formular juízos que
não precisasse colocar entre aspas, e não mais se entregar com pontilhosa cortesia a
ocupações que ao mesmo tempo considerava ridículas? Notei também, na maneira como
Swann me falou de Bergotte, qualquer coisa que aliás não lhe era peculiar, mas comum,
naquele tempo, a todos os admiradores do escritor, à amiga de minha mãe, ao dr. Du
Boulbon. Como Swann, diziam eles de Bergotte: “É um espírito encantador, tão pessoal,
tem um modo todo seu de dizer as coisas, um tanto rebuscado, mas muito agradável”.
Mas ninguém iria a ponto de dizer: “É um grande escritor, tem grande talento”. Nem
mesmo diziam que tivesse talento. Não diziam, porque o ignoravam. Somos muito
lentos em reconhecer na fisionomia particular de um novo escritor o modelo que traz o
nome de “grande talento” em nosso museu das ideias gerais. Por isso mesmo que essa
fisionomia é nova, não a achamos absolutamente parecida com o que chamamos de
talento. Dizemos antes originalidade, encanto, delicadeza, força; e depois um dia
descobrimos que tudo isso era justamente talento.
— Haverá obras de Bergotte em que ele tenha falado da Berma? — perguntei ao sr.
Swann.
— Creio que na sua pequena plaquete sobre Racine, mas deve estar esgotada.[6]
Talvez tenha havido nova edição. Vou informar-me. Posso aliás perguntar a Bergotte
tudo o que quiser, não há semana em que ele não jante em nossa casa. É um grande
amigo de minha filha. Vão visitar juntos as velhas cidades, as catedrais, os castelos.
Como eu não tinha noção alguma da hierarquia social, o impedimento que impunha
meu pai a nossas relações com a sra. Swann e sua filha tivera desde muito, para mim, o
resultado de lhes conferir maior prestígio, fazendo-me imaginar uma grande distância
entre elas e nossa família. Lamentava que minha mãe não tingisse os cabelos e não
pusesse ruge nos lábios, como, no dizer da sra. Sazerat, fazia a esposa de Swann, para
agradar, não ao marido, mas ao sr. de Charlus, e pensava que devíamos constituir para
ela objeto de desprezo, o que principalmente me mortificava por causa da filha de
Swann, que me haviam dito ser uma linda menina e na qual eu pensava seguidamente,
emprestando-lhe de cada vez um mesmo rosto arbitrário e encantador. Mas quando
soube naquele dia que a srta. Swann era uma criatura de condição tão rara, banhada,
como em seu elemento natural, no meio de tantos privilégios que, quando perguntava
aos pais se haveria alguém para jantar, lhe respondiam com aquelas sílabas cheias de luz,
com o nome daquele conviva de ouro que não passava, para ela, de um velho amigo de
sua família: Bergotte; que, para ela, a conversa íntima à mesa, e que correspondia, para
mim, à conversa de minha tia-avó, eram palavras de Bergotte sobre todos aqueles
assuntos que ele não pudera abordar em seus livros, e sobre os quais desejaria ouvi-lo
baixar seus oráculos; e que, enfim, quando ela ia visitar cidades, ele caminhava a seu
lado, desconhecido e glorioso, como os deuses que desciam em meio dos mortais;
compreendi então, juntamente com o valor de uma criatura como a srta. Swann, o
quanto não lhe deveria eu parecer grosseiro e ignorante, e senti tão vivamente a doçura e
a impossibilidade que haveria para mim em ser seu amigo, que fui tomado ao mesmo
tempo de desejo e desespero. Agora, quando pensava nela, geralmente a via diante do
pórtico de uma catedral, explicando-me a significação das estátuas e, com um sorriso
que dizia bem de mim, apresentando-me, como seu amigo, a Bergotte. E sempre o
encanto de todas as ideias que despertavam em mim as catedrais, o encanto das colinas da
Ilha de França e das planícies da Normandia, refluíam seus reflexos sobre a imagem que
eu formava da srta. Swann, o que era estar inteiramente pronto para amá-la. Pois julgar
que uma criatura participa de uma existência desconhecida em que seu amor nos faria
penetrar é, de tudo o que exige o amor para nascer, aquilo a que ele mais se prende e que
o faz desdenhar do resto. Até as mulheres que pretendem só avaliar um homem pelo
físico veem nesse físico a emanação de uma vida especial. Eis por que elas amam os
militares, os bombeiros; o uniforme as torna menos exigentes para o resto; julgam que
beijam, atrás da couraça, um coração diferente, aventureiro e terno; e um jovem
soberano, um príncipe herdeiro, para fazer as mais lisonjeiras conquistas nos países que
visita, não tem necessidade de um perfil regular, que talvez fosse indispensável a um
corretor da Bolsa.
continua na página 77...
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Leia também:
Volume 1
No Caminho de Swann (Combray, Apesar de tudo - h)
Volume 2
Volume 3
Volume 4
Volume 5
Volume 6
Volume 7
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[1] Proust foi mestre em destacar esses detalhes de estilo em seus escritores preferidos.
Em um de seus textos de crítica, por exemplo, ele aponta em Flaubert “um uso
absolutamente novo do pretérito perfeito e do imperfeito” e a colocação sui generis da
conjunção “e”. [n. e.]
[2] Muito diferente será a impressão que ele guardará do escritor ao encontrá-lo mais
tarde, em casa dos Swann. [n. e.]
[3] O pintor Gentile Bellini (1429-1507) representou o sultão Mahomet II (1430-81)
durante sua estada em Constantinopla, no ano de 1480. [n. e.]
[4] A ida ao teatro servirá para escalonar o contato do herói com as artes: sua primeira e
angustiosa ida não lhe permitirá captar a grandeza da atriz, Berma; só mais tarde, como
que por acaso, sem esforço e sem qualquer expectativa é que ela lhe será revelada. [n.
e.]
[5] Referência às estátuas das rainhas da Bíblia figuradas no pórtico ocidental da
catedral de Chartres. [n. e.]
[6] Anatole France escrevera um texto introdutório às obras completas de Racine
(1875), retomado depois em Le génie latin, em 1913. [n. e.]
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