volume I
No Caminho de Swann
ao senhor gaston calmette
como um testemunho de profundo e afetuoso reconhecimento
— marcel proust
combray
II(i) ao senhor gaston calmette
como um testemunho de profundo e afetuoso reconhecimento
— marcel proust
combray
continuando...
Enquanto eu lia no jardim, coisa que minha tia-avó não compreendia que fizesse senão aos domingos, dias em que é proibido ocupar-se de nada sério e em que ela não costurava (em um dia de semana, diria: “Como! Ainda te divertes a ler, mas não é domingo”, dando ao “te divertes” um sentido de infantilidade e de perda de tempo), minha tia Léonie conversava com Françoise, aguardando a hora de Eulalie. Tia Léonie lhe dizia que acabava de ver passar a sra. Goupil “sem guarda-chuva, com o vestido de seda que mandou fazer em Châteaudun. Se ela tem de ir muito longe antes das Vésperas, é bem capaz de ensopá-lo todo”.
— Talvez, talvez (o que significava talvez não) — retrucava Françoise, para não
afastar definitivamente a possibilidade de uma alternativa mais favorável.
— Olhe! — exclamava minha tia, batendo na testa —, isso me faz lembrar que não
fiquei sabendo se ela chegou à igreja depois da elevação. Preciso ver se não me esqueço
de perguntar a Eulalie…, Françoise, repare naquela nuvem negra atrás da torre, e nesse
solzinho sobre as telhas; garanto que o dia não passa sem chover. Não é possível que
isso fique assim, fazia muito calor. E quanto mais cedo melhor, pois, enquanto não
chover, a minha água de Vichy não desce — acrescentava minha tia, em cujo espírito o
desejo de apressar a descida da água d
e Vichy era muito mais forte que o receio de ver a
sra. Goupil de vestido estragado.
— Talvez, talvez.
— É que, quando chove, não há onde a gente se meter na praça. Como! Três
horas?! — exclamava de súbito minha tia, empalidecendo. — Mas então as Vésperas já
começaram, e eu esqueci a minha pepsina! Compreendo agora por que a água de Vichy
estava parada no meu estômago.
E, precipitando-se sobre um livro de missa encadernado em veludo roxo, com
fechos de ouro, e de onde, na pressa, deixava tombar algumas dessas imagens rendadas
de papel amarelento que marcam as páginas das festas, minha tia, ao mesmo tempo em
que engolia suas gotas, punha-se a ler às carreiras os textos sagrados cuja significação
lhe ficava levemente obscurecida com a incerteza de saber se, tomada tanto tempo depois
da água de Vichy, a pepsina seria capaz de alcançá-la e fazê-la descer. “Três horas, é
incrível como passa o tempo!”
Uma pequena batida na vidraça, como se qualquer coisa a tivesse atingido, seguida
de uma ampla queda leve como grãos de areia que deixassem tombar do alto de uma
janela, em cima, e depois a queda estendendo-se, regulando-se, adotando um ritmo,
tornando-se fluida, sonora, musical, inumerável, universal: a chuva.
— E então, Françoise, que é que eu dizia? Como chove! Mas parece que ouvi a
sineta do portão do jardim, vá ver quem poderá estar lá fora com um tempo destes.
Françoise voltava:
— É a senhora Amédée (minha avó), que disse que ia dar uma volta. Mas está
chovendo muito.
— Não me espanta — dizia minha tia, erguendo os olhos para o céu. — Eu sempre
disse que ela não tinha a cabeça feita como todo mundo. Enfim, é melhor que seja ela e
não eu quem esteja lá fora neste momento.
— A senhora Amédée é sempre o contrário dos outros — dizia Françoise com
brandura, reservando, para o momento em que estivesse a sós com os outros criados,
sua opinião de que minha avó era um pouco “tocada”.
— Pronto! Passou o salve! Eulalie não virá mais — suspirava minha tia —, com
certeza se assustou com o tempo.
— Mas, senhora, ainda não são cinco horas, são apenas quatro e meia.
— Só quatro e meia? E eu que fui obrigada a levantar as cortinas para ter um pouco
de claridade! Às quatro e meia! Oito dias antes das Rogações![1] Ah!, minha pobre
Françoise, o bom Deus deve estar mesmo muito encolerizado conosco. Também, com o
que faz essa gente de hoje! Como dizia o meu pobre Octave, esqueceram demais ao bom
Deus e ele se vinga.
Um vivo rubor animava as faces de minha tia: era Eulalie. Infelizmente, apenas
acabava ela de ser introduzida quando Françoise voltava e, com um sorriso que tinha
por fim colocá-la em diapasão com a alegria que supunha que suas palavras iriam causar
a minha tia, e articulando as sílabas para mostrar que, apesar do emprego do estilo
indireto, transmitia, como boa criada, as próprias palavras de que se dignara servir-se o
visitante.
— O senhor cura ficaria encantado, teria muito prazer se a senhora não estiver
repousando e puder recebê-lo. O senhor cura não quer incomodar. O senhor cura está
lá embaixo, disse-lhe que entrasse para a sala.
Na verdade, as visitas do cura não causavam a minha tia um prazer tão grande como
o supunha Françoise, e o ar de júbilo que esta julgava devia assumir cada vez que o
anunciava não estava muito de acordo com o sentir da enferma. O cura (excelente
homem com quem lamento não ter conversado mais seguidamente, pois, se nada
entendia de arte, conhecia muitas etimologias), habituado a dar informações sobre a
igreja aos visitantes de importância (tinha até intenção de escrever um livro sobre a
paróquia de Combray), fatigava-a com explicações infinitas, e aliás sempre as
mesmas.[2] Mas quando sua visita coincidia assim com a de Eulalie, tornava-se
francamente desagradável a minha tia. Preferia aproveitar bem Eulalie a ter os dois ao
mesmo tempo. Mas não se atrevia a deixar de recebê-lo e apenas fazia um sinal a Eulalie
para que não se fosse ao mesmo tempo que ele, que ainda a reteria um pouco quando o
cura houvesse partido.
— Mas que é que me disseram, senhor cura, que um artista instalou o cavalete na
sua igreja para copiar um vitral? Garanto-lhe que cheguei a esta idade sem nunca ter
ouvido falar em semelhante coisa! Veja só o que quer essa gente de hoje! E logo o que
há de pior na igreja!
— Não irei a ponto de dizer que seja o que há de pior, pois, se há em Santo Hilário
partes que merecem ser vistas, há outras que são muito velhas, na minha pobre basílica,
a única em toda a diocese que nem ao menos restauraram! Meu Deus, o pórtico é sujo e
antigo, mas afinal tem um aspecto majestoso; quanto às tapeçarias de Ester — vá lá!
Embora eu pessoalmente não dê dois vinténs por elas, os entendidos as colocam logo
depois das de Sens.[3] Reconheço aliás que, ao lado de certos detalhes um pouco
realistas, apresentam outros que denotam verdadeiro espírito de observação. Mas que
não me venham falar nos vitrais! Tem cabimento deixar umas janelas que não dão luz!, e
que até enganam a vista com esses reflexos de uma cor que eu nem sei definir, isso
numa igreja onde não há duas lajes no mesmo nível e que me recusam substituir sob o
pretexto de que são os túmulos dos abades de Combray e dos senhores de Guermantes,
os antigos condes de Brabant? Quer dizer, os ascendentes diretos do atual duque de
Guermantes e também da duquesa, pois ela é uma Guermantes e o marido é seu primo.
(Minha avó, que, à força de se desinteressar das pessoas, acabava confundindo todos os
nomes, de cada vez que pronunciavam o da duquesa de Guermantes, achava que devia
ser uma parenta da sra. de Villeparisis. Todos se punham a rir; ela tratava de defender-se, alegando certa participação: “Parecia-me ter visto ali esse nome de Guermantes”. E
ao menos por essa vez eu ficava do lado dos outros contra ela, pois não podia admitir
que houvesse alguma relação entre sua amiga de colégio e a descendente de Geneviève de
Brabant.) Veja Roussainville, não passa hoje de uma paróquia de granjeiros, embora
antigamente haja tomado grande incremento com a indústria de chapéus de feltro e de
pêndulas. Não estou certo da etimologia de Roussainville. De bom grado aceitaria que o
nome primitivo fosse Rouville (Radulfi villa) como Châteauroux (Castrum Radulfi), mas eu
lhe falarei nisso de outra vez. Pois bem, a igreja tem vitrais soberbos, quase todos
modernos, e essa imponente Entrada de Luís Filipe em Combray, que estaria muito melhor
aqui mesmo em Combray, e que dizem que não desmerece dos famosos vitrais de
Chartres.[4] Ainda ontem falava com o irmão do doutor Percepied que é amador e o
considera de um trabalho mais acabado. Mas, como eu dizia a esse artista, que aliás se
mostra muito amável e parece um verdadeiro virtuose do pincel: “Que acha o senhor de
extraordinário nesse vitral, que é ainda um pouco mais escuro que os outros?”.
— Estou certa de que, se o senhor cura pedisse a Monsenhor — dizia molemente
minha tia, que começava a pensar que ia ficar cansada —, ele não lhe recusaria um vitral
novo.
— Vá esperando, minha senhora! — retrucava o cura. — Pois se foi justamente
Monsenhor quem começou o estardalhaço com esse desgraçado vitral, provando que
representa Gilberto, o Mau, senhor de Guermantes, descendente direto de Geneviève de
Brabant, que era da casa de Guermantes, ao receber a absolvição de santo Hilário![5]
— Mas eu nunca vi santo Hilário naquele vitral...
— Viu, sim. Nunca notou, a um canto do vitral, uma dama de amarelo? Pois bem, é
santo Hilário, também chamado em certas províncias, como a senhora sabe, Saint-Illiers,
Saint Hélier, e até mesmo Saint-Ylie, no Jura. Essas diversas corruptelas de sanctus
Hilarius não são aliás das mais curiosas que se efetuaram nos nomes dos bem-aventurados. Assim, minha boa Eulalie, a sua padroeira, sancta Eulalia, sabe o que ela se
tornou na Borgonha? Santo Elói, simplesmente: virou santo. Vejamos, Eulalie, quer que
depois da sua morte façam de você um homem?
— O senhor cura sempre caçoando.
— O irmão de Gilberto, Carlos, o Tartamudo, príncipe devoto mas que, tendo
perdido muito cedo o pai, Pepino, o Insensato, morto em consequência da sua
enfermidade mental, exercia o poder supremo com toda a presunção de uma juventude a
que faltou disciplina, quando não simpatizava com a cara de algum particular numa
cidade, mandava massacrar-lhe até o último habitante.[6] Gilberto, para se vingar de
Carlos, mandou incendiar a igreja de Combray, a primitiva igreja então, a que
Teodeberto, ao deixar com sua corte a casa de campo que tinha perto daqui em Thiberzy
(Theodeberciacus), para ir combater os burgundos, prometera construir em cima do túmulo
de santo Hilário, se o bem-aventurado lhe concedesse a vitória. Dela só resta a cripta que
Théodore já lhe deve ter mostrado, pois Gilberto incendiou o resto. Em seguida
derrotou o infortunado Carlos, com o auxílio de Guilherme, o Conquistador (o cura
pronunciava Guilerme), por isso vêm tantos ingleses visitar a igreja.[7] Mas não parece
que tenha sabido conciliar as simpatias dos habitantes de Combray, pois estes se atiraram
sobre ele à saída da missa e o degolaram. Aliás Théodore oferece um livrinho em que
vem explicado tudo isso. Mas o que há incontestavelmente de mais curioso em nossa
igreja é o panorama que se avista do campanário e que é uma coisa verdadeiramente
grandiosa. Por certo que à senhora, que não é muito forte, eu não aconselharia que
subisse os nossos noventa e sete degraus, exatamente a metade dos que há no famoso
domo de Milão. Dá para cansar uma pessoa de boa saúde, tanto mais que se sobe
dobrado em dois se não se quer quebrar a cabeça, e vai-se recolhendo na roupa tudo que
é teia de aranha da escada. Em todo caso, a senhora teria de abrigar-se bem —
acrescentava, sem notar a indignação que causava a minha tia a ideia de que ela fosse
capaz de subir ao campanário —, pois há uma terrível corrente de ar lá em cima! Certas
pessoas afirmam ter sentido ali o frio da morte. Não importa, aos domingos há sempre
grupos que vêm até de muito longe para admirar a beleza do panorama e que voltam
encantados. Olhe, no domingo próximo, se o tempo se firmar, a senhora poderá
encontrar muita gente por lá, pois já estaremos nas Rogações. É preciso confessar que se
goza ali de uma vista feérica, com umas escapadas de planície ao longo que têm um
encanto todo especial. Quando o dia está claro, pode-se enxergar até Verneuil. O
principal é que a gente abrange coisas que, de outro modo, só poderia ver
separadamente, como o curso do Vivonne e os fossos de Saint-Assiseles-Combray, de
que está separado por uma cortina de grandes árvores, ou ainda como os diversos canais
de Jouy-le-Vicomte (Gaudiacus vice comitis, como a senhora sabe). De cada vez que eu ia a
Jouy-le-Vicomte, bem que via um trecho do canal, depois, quando dobrava alguma rua,
via um outro, mas então já não via o precedente. Por mais que os juntasse em
pensamento, isso não me produzia grande efeito. Da torre de Santo Hilário, já é outra
coisa: é como uma rede onde a localidade estivesse presa. Somente não se distingue a
água; dir-se-iam grandes fendas que quadriculam tão bem a cidade, que ela fica tal qual
um brioche já cortado, mas com os pedaços juntos. Para ver bem tudo, seria preciso
estar ao mesmo tempo na torre de Santo Hilário e em Jouy-le-Vicomte.
O cura de tal modo cansara a minha tia que, mal se retirava, ela se via obrigada a
despedir Eulalie.
— Tome, minha pobre Eulalie — dizia com voz fraca, tirando uma moeda de uma
bolsa que tinha ao alcance da mão —, aqui está, para que não me esqueça nas suas
orações.
— Ah!, minha senhora, não sei se deva aceitar, bem sabe que não é por isso que
venho aqui! — dizia Eulalie, com a mesma hesitação e embaraço de cada vez, como se
fosse a primeira, e com um ar de descontentamento que divertia tia Léonie e não lhe
desagradava, pois se um dia Eulalie, ao tomar a moeda, tinha um ar um pouco menos
contrariado que de costume, ela comentava:
— Não sei o que tinha Eulalie; dei-lhe a mesma coisa de sempre e parece que não
estava contente.
— Creio que ela não tem afinal do que se queixar — suspirava Françoise, que tinha
tendência a considerar como troco miúdo tudo o que lhe dava minha tia para ela ou para
seus filhos, e como tesouros loucamente desperdiçados por uma ingrata as moedinhas
colocadas cada domingo na mão de Eulalie, mas tão discretamente que Françoise jamais
conseguia vê-las. Não que o dinheiro que minha tia dava a Eulalie, Françoise o quisesse
para si. Ela gozava suficientemente de todas as posses de tia Léonie, pois sabia que as
riquezas da ama ao mesmo tempo elevam e embelezam aos olhos de todos sua criada; e
que ela, Françoise, era insigne e glorificada em Combray, Jouy-le-Vicomte e outros
lugares, pelas numerosas granjas de minha tia, as visitas frequentes e prolongadas do
cura e o número singular de garrafas de água de Vichy consumidas. Só era avarenta com
referência a minha tia; se gerisse a fortuna desta, o que seria seu sonho, tê-la-ia
preservado das empreitadas alheias com uma ferocidade toda maternal. Não acharia
contudo grande mal em que minha tia Léonie, a quem sabia incuravelmente generosa, se
dispusesse a dar, mas desde que fosse para os ricos. Pensava talvez que estes, como não
tinham necessidade dos presentes de minha tia, não poderiam ser suspeitados de a
estimar por causa deles. Oferecidos, aliás, a pessoas de alta posição de fortuna, à sra.
Sazerat, ao sr. Swann, ao sr. Legrandin, à sra. Goupil, a pessoas “da mesma condição”
que minha tia e que “combinavam bem”, eles se lhe afiguravam como parte integrante
dos costumes daquela vida estranha e brilhante das pessoas ricas, que caçam, oferecem
bailes, trocam visitas, e que ela admirava a sorrir. Mas o mesmo não acontecia se os
beneficiários da generosidade de tia Léonie eram daqueles que Françoise chamava “a
gente como eu, gente que não é mais do que eu” e que eram aqueles a quem mais
desprezava, a menos que a chamassem de “senhora Françoise” e se considerassem
“menos que ela”. E quando viu que, apesar de seus conselhos, tia Léonie só fazia o que
bem lhe parecesse e desperdiçava dinheiro — pelo menos Françoise o supunha — com
criaturas indignas, começou a achar muito mesquinhos os presentes que minha tia lhe
dava, em comparação com as somas imaginárias prodigalizadas a Eulalie. Não havia
granja de certa importância nos arredores de Combray que Françoise não supusesse
Eulalie em condições de comprar, com tudo o que lhe rendiam suas visitas. É verdade
que Eulalie fazia a mesma estimativa das riquezas imensas e ocultas de Françoise.
Habitualmente, depois que Eulalie partia, Françoise profetizava sem benevolência a
respeito da visitante. Odiava-a, mas ao mesmo tempo a temia e julgava-se obrigada,
quando a outra estava presente, a fazer-lhe “boa cara”. Descartava-se após sua partida, é
verdade que sem nunca a nomear, mas proferindo oráculos sibilinos ou sentenças de
caráter geral como as do Eclesiastes, mas cuja aplicação não podia escapar a minha tia.
Depois de espiar por um canto da cortina se Eulalie havia fechado o portão: “Os
aduladores sabem chegar na ocasião e apanhar as pepitas, mas paciência, que um dia
Deus há de castigá-los”, dizia ela com o olhar lateral e a insinuação de Joás pensando
exclusivamente em Atalia quando diz:
Le bonheur des méchants comme un torrent s’écoule.[8]
continua na página 82...
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Leia também:
Volume 1
No Caminho de Swann (Combray, Enquanto eu lia no jardim - i)
Volume 2
Volume 3
Volume 4
Volume 5
Volume 6
Volume 7
___________________
[1] Litanias e procissões dos três dias que antecedem a Ascensão de Cristo, pedindo a
bênção aos frutos da terra e aos animais. [n. e.]
[2] Muito depois, o herói terá acesso ao livro com etimologias analisadas pelo cura e,
da série de equívocos desse estudo, verá nascer uma nova fase em sua relação com o
nome das coisas, a fase da perda do encanto e da secura trazida pela literalidade das
explicações etimológicas. [n. e.]
[3] A catedral de Sens conserva uma coleção de tapeçarias e também um retábulo da
segunda metade do século XV, que representam o coroamento de Ester por Assuero. [n.
e.]
[4] Algumas das explicações etimológicas do cura em Combray vêm do livro de Jules
Quicherat, De la formation française des anciens noms de lieu, de 1867. [n. e.]
[5] Gilberto, o Mau, é personagem fictícia criada por Proust a partir de Carlos ii, rei de
Navarra e conde de Évreux, que justamente aparece num vitral da catedral dessa cidade.
Seu nome aparecia no lugar de Gilberto, o Mau, nos esboços do romance.[n. e.]
[6] Carlos, o Tartamudo, e Pepino, o Insensato, são mais duas personagens fictícias.
Entretanto, elas foram inspiradas pela vida do visconde Geoffroy de Châteaudun,
descrita em livro pelo cura da cidadezinha de Illiers, cidade que, por sua vez, inspira
muito na criação da fictícia Combray. [n. e.]
[7] Trata-se de Guilherme i (1035-87), duque da Normandia e futuro rei da Inglaterra.
[n. e.]
[8] “A felicidade dos maus passa como a correnteza.” Citação de um verso do segundo
ato, cena VII, da peça de Racine. [n. e.]
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