volume I
No Caminho de Swann
ao senhor gaston calmette
como um testemunho de profundo e afetuoso reconhecimento
— marcel proust
combray
II(e) ao senhor gaston calmette
como um testemunho de profundo e afetuoso reconhecimento
— marcel proust
combray
continuando...
Outrora, eu não me demorava no bosque sagrado que o cercava, pois, antes de subir para ler, entrava no pequeno gabinete de repouso que meu tio Adolphe, um irmão de meu avô, militar que se reformara no posto de major, ocupava no andar térreo, e que, mesmo quando as janelas abertas deixavam entrar o calor, visto que os raios de sol raramente chegavam até lá, desprendia inextinguivelmente esse cheiro sombrio e fresco, ao mesmo tempo florestal e ancien régime, que distrai longamente as narinas, quando se penetra em certos pavilhões de caça abandonados. Mas fazia anos que eu não entrava no gabinete de meu tio Adolphe, pois este deixara de vir a Combray, devido a um estremecimento que tivera com minha família, por culpa minha, e que ocorreu nas circunstâncias seguintes:[1]
Uma ou duas vezes por mês, em Paris, mandavam-me fazer-lhe uma visita, à hora
em que ele acabava de almoçar, envergando o dólmã, e servido por um criado de jaqueta
com listras roxas e brancas. Queixava-se, resmungando, de que eu não aparecia de há
muito, que o abandonavam; oferecia-me um marzipã ou uma tangerina; atravessávamos
uma sala na qual não se parava nunca, onde nunca se acendia fogo, cujas paredes eram
ornadas de relevos dourados, o teto pintado de um azul que pretendia imitar o céu e os
móveis forrados de cetim como em casa de meus avós, mas amarelo; passávamos depois
para o que ele denominava seu gabinete de “trabalho”, onde se achavam penduradas
algumas dessas gravuras que representam, sobre um fundo escuro, uma deusa carnuda e
rósea conduzindo um carro, ou montada sobre um globo, ou com uma estrela na fronte,
que eram tão apreciadas no Segundo Império, porque lhes achavam um ar pompeano,
que depois foram detestadas e agora começavam a agradar de novo pela única razão,
embora se aleguem outras, de terem um caráter Segundo Império. E eu ficava com meu
tio até que o criado lhe viesse perguntar, da parte do cocheiro, a que hora deveria este
atrelar os cavalos. Meu tio mergulhava então em uma meditação que não se atreveria a
perturbar com um único movimento seu maravilhado lacaio, que esperava com
curiosidade o resultado invariavelmente idêntico. Afinal, após uma hesitação suprema,
meu tio pronunciava infalivelmente estas palavras: “Às duas e um quarto”, que o criado
repetia com espanto, mas sem discutir. “Às duas e um quarto? Bem… eu vou dizer
lhe…”.
Naquela época eu tinha o amor do teatro, amor platônico, pois meus pais ainda não
me haviam deixado ir, e imaginava de modo tão pouco exato os prazeres que lá se
experimentavam que não estava longe de crer que cada espectador olhava, como por um
estereoscópio, um cenário que era unicamente para ele, embora igual aos outros mil que
se ofereciam, um a cada qual, ao resto dos espectadores.
Todas as manhãs corria até a coluna Morris para ver os espetáculos ali anunciados.
Nada mais desinteressado e feliz que os sonhos que cada peça programada apresentava a
minha imaginação e que eram condicionados, ao mesmo tempo, pelas imagens
inseparáveis das palavras que lhe compunham o título, e também pela cor dos cartazes,
ainda úmidos e empolados de cola, sobre os quais essas palavras se destacavam. A não
ser uma dessas obras estranhas como O testamento de César Girodot e Édipo rei que se
inscreviam não no cartaz verde da Ópera Cômica, mas no cartaz cor de borra de vinho
da Comédie Française, nada me parecia tão diverso da egrete fulgurante e branca dos
Diamantes da coroa como o cetim liso e misterioso do Dominó negro, e, como meus pais me
haviam dito que, quando fosse ao teatro pela primeira vez, teria de escolher entre essas
duas peças, procurando aprofundar sucessivamente o título de uma e outra, pois era só
o que eu conhecia das duas, para apreender em cada um o prazer que me prometia e
compará-lo ao que me ocultava o outro, chegava a figurar com tamanha força, de um
lado uma peça deslumbrante e solene, do outro uma suave e aveludada peça, que me
sentia tão incapaz de decidir qual das duas teria minha preferência, como se, à
sobremesa, fizessem-me escolher entre arroz à imperatriz e creme de chocolate.[2]
Todas as minhas conversas com meus camaradas versavam sobre aqueles atores cuja
arte, embora me fosse ainda desconhecida, era a primeira forma, dentre todas as que
reveste, sob a qual para mim se fazia pressentir a Arte. Entre a maneira que tinha um ou
outro de declamar, de nuançar uma tirada, as diferenças mais insignificantes me
pareciam de importância incalculável. E, pelo que deles me haviam dito, classificava-os
por ordem de talento, em listas que me recitava todo o dia e que tinham acabado por
petrificar-se em meu cérebro e incomodá-lo com sua inamovibilidade.
Mais tarde, no colégio, todas as vezes em que, mal o professor voltava a cabeça,
comunicava-me com algum novo amigo, a primeira pergunta que lhe fazia era se já fora
ao teatro e se não achava que o maior ator era mesmo Got, o segundo Delaunay etc. E
se, na sua opinião, Febvre só vinha depois de Thiron, ou Delaunay depois de Coquelin,
a repentina motilidade que Coquelin, perdendo a rigidez da pedra, adquiria em meu
espírito para passar ao segundo lugar, e a agilidade miraculosa, a fecunda animação de
que se via dotado Delaunay para recuar até o quarto, devolviam a sensação do
florescimento e da vida a meu cérebro flexível e fertilizado.[3]
Mas se tanto me preocupavam os atores, se ao ver Maubant sair uma tarde do
Théâtre-Français me produziu o choque e as palpitações do amor, tanto mais o nome de
uma estrela flamejando à entrada de um teatro, ou entrevista pelos vidros de um coche
que passava na rua com seus cavalos adornados de rosas na testeira, a face de uma
mulher que eu pensava que talvez fosse uma atriz, deixava em mim uma perturbação
mais longa, um impotente e doloroso esforço para imaginar sua vida. Eu classificava
por ordem de talento as mais ilustres, Sara Bernhardt, Berma, Bartet, Madeleine Brohan,
Jeanne Samary, mas todas me interessavam.[4]
Ora, meu tio conhecia muitas dentre elas
e também as cocotes, que eu não distinguia nitidamente das atrizes. Recebia-as em sua
casa. E se apenas em certos dias o visitávamos, era porque, nos outros, compareciam
mulheres com quem sua família não poderia se encontrar, pelo menos do ponto de vista
da família, pois, quanto a meu tio, pelo contrário, sua grande facilidade em ter, para com
lindas viúvas que talvez jamais foram casadas, ou condessas de nome pomposo que por
certo não era mais que um nome de guerra, a polidez de as apresentar a minha avó, ou
até de lhes dar joias de família, já mais de uma vez o indispusera com meu avô.
Seguidamente, quando vinha à conversação o nome de uma atriz, eu ouvia meu pai
dizer, sorrindo, a mamãe: “Uma amiga do teu tio”; e eu pensava que o assédio que
homens importantes faziam inutilmente, durante anos talvez, à porta de determinada
mulher que não lhes respondia às cartas e mandava despedi-los pelo porteiro de seu
palácio, meu tio bem o poderia poupar a um garoto como eu, apresentando-o em sua
casa à atriz, inacessível para tantos outros, e que era sua amiga íntima.
Assim — sob o pretexto de que uma alteração no horário de aulas me impedira
várias vezes ultimamente e continuaria a impedir-me de visitar meu tio —, um dia, que
não era o reservado para as visitas que lhe fazíamos, aproveitando-me de que meus pais
houvessem almoçado mais cedo, saí à rua, e, em vez de ir olhar a coluna de anúncios,
para o que me deixavam sair sozinho, corri até sua casa. Notei diante da porta um carro
de dois cavalos que tinham nos antolhos um cravo vermelho, como o tinha o cocheiro
na botoeira. Da escada, ouvi um riso e uma voz de mulher e, logo que bati, um silêncio,
e depois o ruído de portas que fechavam. O criado veio abrir e, parecendo embaraçado
ao ver-me, disse-me que meu tio se achava muito ocupado e provavelmente não poderia
receber-me; no entanto, foi preveni-lo e eu ouvi a mesma voz feminina de antes, que
dizia: “Ora, deixa-o entrar, só por um momento; isso me divertiria tanto! Na fotografia
que está sobre a tua mesa, ele se parece muito com a sua mamãe, tua sobrinha, a do
retrato que está ao lado, não achas? Eu queria ver só por um instante esse garoto”.
Ouvi meu tio resmungar, agastar-se; afinal o criado me fez entrar.
Em cima da mesa estava, como de costume, o mesmo prato de marzipã; meu tio
usava a japona de todos os dias, mas, diante dele, com um vestido de seda cor-de-rosa e
um grande colar de pérolas, estava sentada uma mulher jovem que terminava de comer
uma tangerina. A incerteza em que me achava se a devia tratar por senhora ou senhorita
fez-me enrubescer e, como não ousava voltar muito os olhos para o seu lado, com medo
de ter de lhe falar, fui beijar meu tio. Ela me olhava a sorrir e meu tio lhe disse: “Meu
sobrinho”, sem lhe dizer meu nome, nem me indicar o dela, sem dúvida porque, depois
dos desentendimentos que tivera com meu avô, tratava de evitar o quanto possível
qualquer traço de união entre sua família e aquele gênero de relações.
— Como se parece com sua mãe! — disse ela.
— Mas a senhora só viu minha sobrinha em fotografia — disse vivamente meu tio,
em um tom ríspido.
— Perdão, meu caro amigo, cruzei com ela na escada no ano passado, quando o
senhor esteve tão doente. Verdade é que só a vi de relance e a sua escada é muito escura,
mas foi o bastante para admirá-la. Esse mocinho tem os seus lindos olhos e também isto
— disse ela, traçando com o dedo uma linha na parte inferior da fronte. — E, diga-me,
a senhora sua sobrinha usa o mesmo sobrenome do senhor?
— Ele se parece mais com o pai — resmungou meu tio, que, como não pretendia
fazer apresentação de perto, tampouco as queria fazer a distância, dizendo-lhe como se
chamava minha mãe. — É tal qual o pai, e também como a minha pobre mãe.
— O pai dele eu não conheço — disse a dama de cor-de-rosa com uma leve
inclinação de cabeça —, e não cheguei a conhecer a sua pobre mãe, meu amigo. Deve
estar lembrado que foi pouco depois de seu grande desgosto que nós travamos relações.
Eu estava um tanto decepcionado, pois aquela jovem dama não diferia das outras
mulheres bonitas que tinha visto em minha família, notadamente da filha de um de
nossos primos, a cuja casa eu ia todos os anos, no dia primeiro de janeiro. A amiga de
meu tio trajava melhor, apenas, mas era aquele mesmo olhar vivo e bondoso, o mesmo
ar franco e amável. Nada lhe achava do aspecto teatral que admirava nas fotografias de
atrizes, nem da expressão diabólica que estaria de conformidade com a vida que ela
deveria levar. Era-me difícil acreditar que fosse uma cocote, e sobretudo não acreditaria
que fosse uma cocote elegante se não tivesse visto o carro de dois cavalos, o vestido cor
de-rosa, o colar de pérolas, e se não soubesse que meu tio só conhecia as de mais alto
voo. Mas indagava comigo mesmo como é que o milionário que lhe dava seu carro e
seu palacete e suas joias podia sentir algum prazer em devorar sua fortuna por uma
criatura que tinha o ar tão simples e correto. E no entanto, ao pensar no que devia ser
sua vida, sua imoralidade me perturbava talvez ainda mais do que se fosse concretizada
diante de mim em uma aparência especial — por ser assim invisível como o segredo de
algum romance, de algum escândalo que a devia ter feito sair da casa dos pais burgueses
e a entregara a todo mundo, que fizera desabrochar em beleza e alçara até o mundo
galante e a notoriedade aquela cujas expressões fisionômicas e entonações de voz, iguais
a tantas outras que já conhecia, faziam-me considerar, sem querer, como uma moça de
boa família, que não era mais de família alguma.[5]
Passara-se para o “gabinete de trabalho”, e meu tio, um tanto constrangido com
minha presença, ofereceu-lhe cigarros.
— Não, meu caro, bem sabe que estou habituada aos que me manda o grão-duque.
Já contei a ele os ciúmes que o senhor tinha dos seus cigarros. — E tirou de uma
carteira uns cigarros cobertos de inscrições a ouro, em língua estrangeira. — Mas como
não? — tornou de súbito. — Devo ter-me encontrado em sua casa com o pai desse
moço. Não é o seu sobrinho? Como pude esquecê-lo? Ele se mostrou tão bom, tão
encantador comigo! — acrescentou com um ar modesto e sensível. Mas pensando no
que poderia ter sido o acolhimento rude, que ela dizia encantador, de meu pai, eu, que
conhecia sua reserva e sua frieza, sentia-me constrangido, como por alguma indelicadeza
que ele cometera, com aquela desigualdade entre o reconhecimento excessivo que lhe
dedicavam e sua amabilidade insuficiente. Afigurou-se-me mais tarde como um dos
lados tocantes do papel dessas mulheres ociosas e aplicadas o consagrarem sua
generosidade, seu talento, um sonho disponível de beleza sentimental pois, como os
artistas, não o realizam, não o fazem entrar nos quadros da existência comum — e um
ouro que lhes custa pouco, a enriquecer de um engaste precioso e fino a vida frusta e
mal-acabada dos homens. Assim, aquela, que na sala onde estava meu tio com sua
simples japona para recebê-la, apresentava esta carnação tão suave, seu vestido de seda
rósea, suas pérolas, a elegância que emana da amizade de um grão-duque, colhera
alguma frase insignificante de meu pai, trabalhara-a com delicadeza, dera-lhe um quê,
um precioso tom e, engastando nela um de seus olhares de tão bela água, nuançado de
humildade e gratidão, devolvia-a transformada em uma joia de arte, em qualquer coisa
de “inteiramente encantador”.
— Vamos, já é hora de ires andando — disse-me meu tio.
Ergui-me, tinha um desejo irresistível de beijar a mão da dama de cor-de-rosa, mas
parecia-me que seria algo de audacioso como um rapto. Meu coração palpitava enquanto
eu me dizia: “Devo fazê-lo, não devo fazê-lo”, depois deixei de me perguntar o que
devia fazer, para que pudesse fazer qualquer coisa. E em um gesto cego e insensato,
despojado de todas as razões que um momento antes encontrara em seu favor, levei aos
lábios a mão que ela me estendia.
— Como ele é gentil! E já galante, tem um olhinho para as mulheres, saiu ao titio.
Será um perfeito gentleman — acrescentou, cerrando os dentes, para dar à frase um acento
levemente britânico. — Será que ele não poderia vir uma vez tomar a cup of tea, como
dizem os nossos vizinhos ingleses? Bastaria enviar-me um “azul” pela manhã.
Eu não sabia o que era um “azul”. Não compreendia metade das palavras que dizia a
dama, mas o temor de que nelas estivesse oculta alguma pergunta a que seria impolido
não responder me impedia de não lhe prestar atenção, o que me causava grande fadiga.
— Não, não, é impossível — disse meu tio, erguendo os ombros —, ele é um
menino aplicado, estuda muito, tem obtido todos os prêmios no colégio — acrescentou
em voz baixa, para que eu não ouvisse a mentira e não o contradissesse. — Quem sabe
se não será talvez um pequeno Victor Hugo, uma espécie de Vaulabelle.[6]
— Adoro os artistas — respondeu a dama de cor-de-rosa —, só eles é que
compreendem as mulheres… Só eles e os seres de elite como o senhor. Mas desculpe a
minha ignorância, meu amigo. Quem é Vaulabelle? É desses volumes dourados que
estão na estantezinha envidraçada do seu quarto de vestir? Bem sabe que prometeu
emprestá-los a mim, terei muito cuidado com eles.[7]
Meu tio, que detestava emprestar livros, não respondeu nada e conduziu-me até a
antecâmara. Perdido de amor pela dama de cor-de-rosa, cobri de loucos beijos as faces
de meu velho tio, que cheiravam a fumo, e enquanto, muito embaraçado, dava-me ele a
entender, sem se animar a dizê-lo abertamente, que estimaria que eu não falasse a meus
pais daquela visita, eu dizia-lhe, com lágrimas nos olhos, que a lembrança de sua
bondade penetrara tão profundamente em meu coração que algum dia acharia meio de
lhe testemunhar meu reconhecimento. Tão profundamente penetrara, com efeito, que
duas horas mais tarde, depois de algumas frases misteriosas e que não me pareciam ter
dado a meus pais uma ideia assaz nítida da viva importância de que me achava investido,
achei mais explícito lhes contar nos mínimos detalhes a visita que acabava de fazer. Com
isso, não pensava que fosse causar aborrecimentos a meu tio. Como poderia pensá-lo, se
não o desejava? E não podia supor que meus pais fossem encontrar algum mal em uma
visita em que eu não encontrava nenhum. Todos os dias acontece que um amigo nos
pede que não deixemos de o desculpar com uma mulher a quem ele não pôde escrever, e
nós negligenciamos de o fazer, julgando que tal mulher não pode dar a esse silêncio uma
importância que nós não lhe atribuímos. Imaginava, como todo mundo, que o cérebro
dos outros era um receptáculo inerte e dócil, sem poder de reação específica sobre o que
nele introduzíssemos; e não duvidava que, depositando no de meus pais a nova das
relações que meu tio me fizera travar, lhes transmitiria ao mesmo tempo, como o
desejava, o benévolo juízo que eu formava quanto àquela apresentação. Por desgraça,
meus pais se reportaram a princípios inteiramente diversos daqueles que lhes sugeria
adotassem, ao apreciar a ação de meu tio. Meu pai e meu avô tiveram com ele explicações
violentas, do que fui indiretamente informado. Alguns dias mais tarde, cruzando na rua
com meu tio, que passava de carro descoberto, senti toda a dor, toda a gratidão, todo o
remorso que desejaria expressar-lhe. Ao lado da imensidão destes, julguei que um
cumprimento de chapéu seria coisa mesquinha e poderia fazer supor a meu tio que eu
não me julgava obrigado, para com ele, mais do que a uma banal polidez. Resolvi
abster-me desse gesto insuficiente e desviei o rosto. Meu tio pensou que eu seguia
simplesmente as ordens de meus pais, nunca lhes perdoou tal coisa, e morreu muitos
anos depois sem que nenhum de nós tivesse tornado a vê-lo.
continua na página 65...
________________
________________
Leia também:
Volume 1
No Caminho de Swann (Combray, Outrora - e)
Volume 2
Volume 3
Volume 4
Volume 5
Volume 6
Volume 7
____________
[1] O episódio introduz no livro “uma mulher jovem”, “com um vestido de seda cor
de-rosa”, que, muito tempo depois, o herói saberá ser justamente Odette de Crécy,
cortesã e futura mulher de Charles Swann. [n. e.]
[2] O testamento de César Girodot, comédia de Adolphe Belot e Edmond Villetard, criada em 1859 no teatro do Odéon, e retomada em 1873, no teatro da Comédie Française. Édipo rei, tragédia em cinco atos de Jules Lacroix, foi criada em 1858, mas permaneceu no repertório da Comédie Française até os anos 1880. O mesmo aconteceu com Dominó negro (1837) e Diamantes da coroa (1841), óperas-cômicas com texto de Eugène Scribe e música de Daniel Auber. O “arroz à imperatriz” é um arroz no leite, com creme inglês e chantili. [n. e.]
[2] O testamento de César Girodot, comédia de Adolphe Belot e Edmond Villetard, criada em 1859 no teatro do Odéon, e retomada em 1873, no teatro da Comédie Française. Édipo rei, tragédia em cinco atos de Jules Lacroix, foi criada em 1858, mas permaneceu no repertório da Comédie Française até os anos 1880. O mesmo aconteceu com Dominó negro (1837) e Diamantes da coroa (1841), óperas-cômicas com texto de Eugène Scribe e música de Daniel Auber. O “arroz à imperatriz” é um arroz no leite, com creme inglês e chantili. [n. e.]
[3] Cinco atores célebres do teatro da Comédie Française. Única cena, em todo o livro,
em que se fala do ambiente escolar. Note-se que a menção à escola aparece apenas para
ressaltar a importância de algo que acontece fora das paredes da instituição: a paixão
pelos atores do teatro. [n. e.]
[4] Mistura bem proustiana de nomes verídicos e fictícios. Bernhardt, Bartet Brohan e
Samary, assim como os cinco atores citados anteriormente, atuavam no teatro da
Comédie Française. Febrve e Sarah Bernhardt, por exemplo, atuaram juntos na peça O
testamento de César Girodot, grande sucesso da época. Já Berma é personagem criada por
Proust, e percorrerá toda a obra. [n. e.]
[5] À apresentação da cortesã “como uma moça de família” se seguirá a cena de
lesbianismo em Tansonville, na qual, sob a máscara mal colocada da perversidade, o
herói enxergará um coração terno e a devoção à memória paterna. [n. e.]
[6] A comparação começa com Victor Hugo e cai para Vaulabelle, jornalista e
historiador francês, autor de obras eruditas, futuro deputado e ministro da Instrução
Pública em 1848. [n. e.]
[7] A pretensa admiração de Odette pelos “artistas” será relativizada pela descrição de
sua imensa vulgaridade e total incompreensão do talento de Swann. O que, na chave
proustiana, significará a intensificação do amor de Swann por sua algoz. Odette,
aparecerá em uma das últimas cenas do livro, revelando ao herói, que ela toma por um
artista mundano, uma série de segredos amorosos de sua vida pregressa, tudo em favor
da “arte”. [n. e.]
Nenhum comentário:
Postar um comentário