Da primeira vez que tivemos em casa um mico foi perto do Ano-Novo. Estávamos sem água e sem empregada, fazia-se fila para carne, o calor rebentara - e foi quando, muda de perplexidade, vi o presente entrar em casa, já comendo banana, já examinando tudo com grande rapidez e um longo rabo. Mais parecia um macacão ainda não crescido, suas potencialidades eram tremendas. Subia pela roupa estendida na corda, de onde dava gritos de marinheiro, e jogava cascas de banana onde caíssem. E eu exausta. Quando me esquecia e entrava distraída na área de serviço, o grande sobressalto: aquele homem alegre ali. Meu menino menor sabia, antes de eu saber, que eu me desfaria do gorila: "E se eu prometer que um dia o macaco vai adoecer e morrer, você deixa ele ficar? e se você soubesse que de qualquer jeito ele um dia vai cair da janela e morrer lá embaixo?" Meus sentimentos desviavam o olhar. A inconsciência feliz e imunda do macacão-pequeno tornava-me responsável pelo seu destino, já que ele próprio não aceitava culpas. Uma amiga entendeu de que amargura era feita a minha aceitação, de que crimes se alimentava meu ar sonhador, e rudemente me salvou: meninos de morro apareceram numa zoada feliz, levaram o homem que ria, e no desvitalizado Ano-Novo eu pelo menos ganhei uma casa sem macaco.
contos e poesia no butekudu baitasar. a humanidade solidária e amorosa construída com todos incluídos num outro mundo possível, por la vida... siempre! li nas redes sociais: "se tua igreja te faz odiar pessoas por qualquer razão, procura frequentar um buteku e paga os mesmos 10% ao garçom!"
sexta-feira, 20 de setembro de 2024
Conto: Macacos
Da primeira vez que tivemos em casa um mico foi perto do Ano-Novo. Estávamos sem água e sem empregada, fazia-se fila para carne, o calor rebentara - e foi quando, muda de perplexidade, vi o presente entrar em casa, já comendo banana, já examinando tudo com grande rapidez e um longo rabo. Mais parecia um macacão ainda não crescido, suas potencialidades eram tremendas. Subia pela roupa estendida na corda, de onde dava gritos de marinheiro, e jogava cascas de banana onde caíssem. E eu exausta. Quando me esquecia e entrava distraída na área de serviço, o grande sobressalto: aquele homem alegre ali. Meu menino menor sabia, antes de eu saber, que eu me desfaria do gorila: "E se eu prometer que um dia o macaco vai adoecer e morrer, você deixa ele ficar? e se você soubesse que de qualquer jeito ele um dia vai cair da janela e morrer lá embaixo?" Meus sentimentos desviavam o olhar. A inconsciência feliz e imunda do macacão-pequeno tornava-me responsável pelo seu destino, já que ele próprio não aceitava culpas. Uma amiga entendeu de que amargura era feita a minha aceitação, de que crimes se alimentava meu ar sonhador, e rudemente me salvou: meninos de morro apareceram numa zoada feliz, levaram o homem que ria, e no desvitalizado Ano-Novo eu pelo menos ganhei uma casa sem macaco.
Gabriel G Márquez - O Amor nos Tempos de Cólera: Florentino Ariza
O Amor nos Tempos de Cólera
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Edgar Allan Poe - Contos
Título original: The Island of the Fay
Publicado em 1841
A música — diz Marmontel nesses Contos Morais que os nossos tradutores persistem em chamar Moral Tales, como que a zombar do seu espírito — é o único dom que provoca prazer por si só; todos os outros exigem testemunhas. Ele confunde aqui o prazer de ouvir sons agradáveis com a faculdade de os criar. Do mesmo modo que qualquer outro dom, a música não é capaz de dar um gozo completo se não houver uma segunda pessoa para apreciar a sua execução. E a faculdade de produzir efeitos que se gozem plenamente na solidão não lhe é particular; ela é comum a todos os outros dons. A ideia, que o contista não conseguiu conceber claramente, ou que, na sua expressão, sacrificou ao amor nacional do conceito é, sem dúvida, a ideia muito defensável de que a música do mais elevado estilo é a mais sentida quando estamos absolutamente sós. A proposição, sob esta forma, será admitida à primeira vista por aqueles que amam a lira por amor da lira e pelas suas vantagens espirituais.
A margem e a sua imagem de tal modo se fundiamQue o todo parecia suspenso no ar.
Ele nasceu como Edgar Poe, em Boston, Massachusetts; quando jovem, ficou órfão de mãe, que morreu pouco depois de seu pai abandonar a família. Poe foi acolhido por Francis Allan e o seu marido John Allan, de Richmond, Virginia, mas nunca foi formalmente adotado. Ele frequentou a Universidade da Virgínia por um semestre, passando a maior parte do tempo entre bebidas e mulheres. Nesse período, teve uma séria discussão com seu pai adotivo e fugiu de casa para se alistar nas forças armadas, onde serviu durante dois anos antes de ser dispensado. Depois de falhar como cadete em West Point, deixou a sua família adotiva. Sua carreira começou humildemente com a publicação de uma coleção anônima de poemas, Tamerlane and Other Poems (1827).
Poe mudou seu foco para a prosa e passou os próximos anos trabalhando para revistas e jornais, tornando-se conhecido por seu próprio estilo de crítica literária. Seu trabalho o obrigou a se mudar para diversas cidades, incluindo Baltimore, Filadélfia e Nova Iorque. Em Baltimore, casou-se com Virginia Clemm, sua prima de 13 anos de idade. Em 1845, Poe publicou seu poema The Raven, foi um sucesso instantâneo. Sua esposa morreu de tuberculose dois anos após a publicação. Ele começou a planejar a criação de seu próprio jornal, The Penn (posteriormente renomeado para The Stylus), porém, em 7 de outubro de 1849, aos 40 anos, morreu antes que pudesse ser produzido. A causa de sua morte é desconhecida e foi por diversas vezes atribuída ao álcool, congestão cerebral, cólera, drogas, doenças cardiovasculares, raiva, suicídio, tuberculose entre outros agentes.
Poe e suas obras influenciaram a literatura nos Estados Unidos e ao redor do mundo, bem como em campos especializados, tais como a cosmologia e a criptografia. Poe e seu trabalho aparecem ao longo da cultura popular na literatura, música, filmes e televisão. Várias de suas casas são dedicadas como museus atualmente.
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Edgar Allan Poe
CONTOS
Originalmente publicados entre 1831 e 1849
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Machado de Assis
Conto
Quem és tu que me atormentas
Imagem do céu és tu?
Vê V. Ex.ª, Sr. presidente, que já nesse tempo o nobre deputado era inimigo de todas as leis opressoras. A assembleia tem visto como ele trata as leis do metro.
Riram-se ambos, um da mudança, outro do espanto, pedindo o Dr. Lemos a Luís Tinoco lhe dissesse se era certo haver deixado a política, ou se aquilo eram apenas umas férias para renovar a alma.
Advertência
Aproveito a ocasião que se me oferece para agradecer à crítica e ao público a generosidade com que receberam o meu primeiro romance, há tempos dado à luz. Trabalhos de gênero diverso me impediram até agora de concluir outro, que aparecerá a seu tempo.
segunda-feira, 16 de setembro de 2024
Gabriel G Márquez - O Amor nos Tempos de Cólera: Então ficou sabendo
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domingo, 15 de setembro de 2024
Conto: Uma Esperança
na voz de Aracy Balabanian
Aqui em casa pousou uma esperança. Não a clássica que tantas vezes verifica-se ser ilusória, embora mesmo assim nos sustente sempre. Mas a outra, bem concreta e verde: o inseto.
Sebo Itinerante
Café, Jazz, Bom dia... ah essas queimadas
Jazz suave e Bossa Nova para relaxamento e muita fumaça
dança com as páginasa fumaça
não cessam de queimar
as palavras
cafés
matas
matos
esses foguistas não escutam jazz
ou os bichos
sertanejo, talvez
duvido
provoco
ah, esse jazz
ecoa o seu lamento
e me inspiro
uso mais letras
elas sofrem
elas brilham na chama voraz
no meu refúgio
uso sabores e notas e amor
ah eterno fervor
café jazz e um bom livro
em todas as mãos
cada linha uma nova canção
sem fumaça das queimadas insanas
ideolólicas
queima num mundo doente
a vida em agonia
o poder sedento
a ganância
nenhuma lição
depois da inundação
The Jazz Groove
sábado, 14 de setembro de 2024
O Segundo Sexo - 02. Situação: Capítulo I - A Mulher Casada (12)
Simone de Beauvoir
SlMONE DE BEAUVOIR
Muitas vezes, por moralidade, hipocrisia, orgulho, timidez, a mulher obstina-se em sua mentira. "Muitas vezes, uma aversão pelo marido querido não foi percebida durante toda uma vida: chamam-na melancolia ou lhe dão qualquer outro nome", escreve Chardonne (Cf. Eve). Mas não é por não ser nomeada, que a hostilidade deixa de ser vivida. Imprime-se, com maior ou menor violência, pelo esforço que faz a mulher para recusar o domínio do esposo. Depois da lua de mel e do período de desatino que muitas vezes se lhe segue, ela tenta reconquistar a autonomia. Não é empresa fácil. Por ser amiúde mais idoso do que ela, por possuir em todo caso um prestígio viril, por ser por lei o "chefe da família", o marido detém uma superioridade moral e social; muitas vezes possui também, pelo menos aparentemente, uma superioridade intelectual. Tem sobre a mulher a vantagem da cultura ou pelo menos da formação profissional; desde a adolescência interessa-se pelos negócios do mundo; são seus negócios; conhece um pouco de direito, está a par da política, pertence a um partido, a um sindicato, a associações; trabalhador, cidadão, seu pensamento está empenhado na ação; enfrenta a prova da realidade contra a qual não se pode trapacear: isso equivale a dizer que o homem médio tem a técnica do raciocínio o gosto dos fatos e da experiência, certo senso crítico; é o de que ainda carecem numerosas jovens; mesmo se leram, assistiram a conferências, se se dedicaram por distração a alguma arte, seus conhecimentos acumulados mais ou menos ao acaso não constituem uma cultura; não é em consequência de um vício cerebral que raciocinam mal: é porque a prática não as obrigou a fazê-lo bem. Para elas, o pensamento é antes um jogo do que um instrumento; mesmo inteligentes, sensíveis, sinceras, elas não sabem, por falta de técnica intelectual, demonstrar suas opiniões, tirar as consequências que comportem. É por esse lado que um marido — mesmo mais medíocre — as dominará facilmente: saberá provar que tem razão ainda que não tendo. Nas mãos de um homem, a lógica é muitas vezes violência. Chardonne descreveu em Epithalame essa forma matreira de opressão. Mais idoso, mais culto e mais instruído do que Berthe, Albert vale-se da superioridade para negar qualquer valor às opiniões da mulher, quando não as partilha; prova-lhe infatigavelmente que tem razão; ela por seu lado obstina-se e recusa-se a outorgar qual quer conteúdo aos raciocínios do marido: ele aferra-se igual mente a suas ideias, eis tudo. Assim se agrava entre eles um mal-entendido sério. Ele não procura compreender sentimentos, reações que ela não sabe justificar habilmente mas que têm nela raízes profundas; ela não compreende o que pode haver de vivo sob a lógica pedante com que o marido a esmaga. Ele chega a irritar-se com uma ignorância que, entretanto, ela nunca lhe dissimulou e faz-lhe, como para desafiá-la, perguntas de astronomia; no entanto, sente-se lisonjeado por lhe orientar as leituras, por encontrar nela um auditor que domina sem dificuldade. Em uma luta em que a insuficiência intelectual a condena a ser sempre vencida, a jovem esposa não apela senão para o silêncio, ou as lágrimas, ou a violência:
Por vezes a mulher procura lutar. Mas, amiúde, ela aceita por bem ou por mal, como a Nora de A Casa das Bonecas [1] que o homem pense por ela; ele é que será a consciência do casal. Por timidez, inabilidade, preguiça, ela deixa ao homem o cuida do de forjar as opiniões que lhes serão comuns acerca de todos os assuntos gerais e abstratos. Uma mulher inteligente, culta, independente mas que admirara durante quinze anos um marido que julgava superior, dizia-me transtornada, depois da morte dele, que se vira, obrigada a decidir ela própria de suas convicções e de sua conduta: tenta ainda adivinhar o que ele teria pensado em cada circunstância. O marido compraz-se geralmente nesse papel de mentor e chefe [2]. Ao fim de um dia em que conhece dificuldades em suas relações com iguais, em que tem de submeter-se a superiores, ele gosta de se sentir um superior absoluto e oferecer verdades incontestadas [3]. Narra os acontecimentos do dia, dá razão a si mesmo contra seus adversários, feliz por encontrar na esposa um duplo que o confirma a si próprio; comenta o jornal e as notícias políticas, de bom grado lê em voz alta para a mulher, a fim de que a relação dela com a cultura não seja autônoma. Para ampliar sua autoridade, exagera com prazer a incapacidade feminina; ela aceita mais ou menos docilmente esse papel de subordinada. Sabe-se com que prazer espantado mulheres que lamentam sinceramente a ausência do marido descobrem em si mesmas, nessa oportunidade, possibilidades insuspeitadas; gerem os negócios, educam os filhos, decidem, administram sem qualquer auxílio. Sofrem quando a volta do marido as relega novamente à incompetência.
Ou ela se retesa nos braços masculinos e lhe inflige a afronta da frigidez; ou mostra-se caprichosa, coquete, impondo-lhe uma atitude de suplicante; flerta, provoca ciúmes, engana-o: de uma maneira ou de outra tenta humilhá-lo em sua virilidade. Se a prudência a impede de ir até o fim, encerra ela, pelo menos orgulhosamente em seu coração, o segredo de sua frieza altiva. Confia-o, por vezes, a um diário, de preferência a suas amigas: numerosas mulheres casadas divertem-se em se contar mutuamente "truques" de que se valem para fingir experimentar um prazer que pretendem não sentir; riem-se ferozmente da vaidosa ingenuidade de suas vítimas; tais confidencias talvez sejam igualmente uma comédia: entre a frigidez e a vontade de frigidez, a fronteira não é muito precisa. Em todo caso, elas se imaginam insensíveis e assim satisfazem seu ressentimento. Há mulheres — as que se as semelham à fêmea do louva-a-deus — que querem triunfar tanto à noite como de dia: são frias no amor, desdenhosas nas conversas, tirânicas nas condutas. Assim é que — segundo o testemunho de Mabel Dodge — Frieda se conduzia com Lawrence. Não podendo negar a superioridade intelectual dele, pretendia impor-lhe sua própria visão do mundo, em que só os valores sexuais contavam.
Ele tinha de encarar a vida através dela e era o papel dela vê-la do ponto de vista do sexo. Era deste ponto de vista que ela se colocava para aceitar ou condenar a vida.
Ela declarou um dia a Mabel Dodge:
É preciso que ele receba tudo de mim. Quando eu não estou presente ele não sente nada; nada, e é de mim que recebe seus livros, continuou ela com ostentação. Ninguém o sabe. Fiz páginas inteiras desses livros para ele.
Entretanto, Frieda tem necessidade premente de provar a si mesma que ela lhe é necessária; exige que ele se ocupe dela incessantemente: se não o faz espontaneamente, força-o a fazê-lo:
A vida conjugal tornara-se para eles uma série de cenas indefinidamente recomeçadas e nas quais nenhum deles queria ceder, dando à menor altercação o aspecto titânico de um duelo entre o Homem e a Mulher.
continua página 226...
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[3] Cf. Lawrence, Fantasia do Inconsciente: "Você deve lutar para que sua mulher veja em você um homem de verdade, um pioneiro de verdade. Ninguém é homem, se a mulher nele não vê um pioneiro... E deve lutar duramente para que sua mulher submeta, ao seu, o objetivo dela. . . Que vida maravilhosa então! Que delícia voltar à noite para junto dela e encontrá-la ansiosa à sua espera! Que doçura voltar para casa e sentar-se ao lado dela. . . Como a gente se sente rico e pleno com todo o labor do dia nos rins pelo caminho da volta. . . Experimenta-se uma gratidão insondável pela mulher que ama, que acredita na tarefa da gente".
O Segundo Sexo - 01. Fatos e Mitos: que é uma mulher?
O Segundo Sexo - 02. A Experiência Vivida: Capítulo I - Infância (1)
O Segundo Sexo - 02. A Experiência Vivida: Capítulo II - A Moça (1)
O Segundo Sexo - 02. A Experiência Vivida: Capítulo III - A Iniciação Sexual (1)
O Segundo Sexo - 02. A Experiência Vivida: Capítulo IV - A Lésbica (1)
O Segundo Sexo - 02. Situação: Capítulo I - A Mulher Casada (1)
Neste volume complementar de O SEGUNDO SEXO, Simone de Beauvoir, constatando a realidade ainda imediata do prestígio viril, estuda cuidadosamente o destino tradicional da mulher, as circunstâncias do aprendizado de sua condição feminina, o estreito universo em que está encerrada e as evasões que, dentro dele, lhe são permitidas. Somente depois de feito o balanço dessa pesada herança do passado, poderá a mulher forjar um outro futuro, uma outra sociedade em que o ganha--pão, a segurança econômica, o prestígio ou desprestígio social nada tenham a ver com o comércio sexual. É a proposta de uma libertação necessária não só para a mulher como para o homem. Porque este, por uma verdadeira dialética de senhor e servo, é corroído pela preocupação de se mostrar macho, importante, superior, desperdiça tempo e forcas para temer e seduzir as mulheres, obstinando-se nas mistificações destinadas a manter a mulher acorrentada.
Os dois sexos são vítimas ao mesmo tempo do outro e de si. Perpetuar-se-á o inglório duelo em que se empenham enquanto homens e mulheres não se reconhecerem como semelhantes, enquanto persistir o mito do "eterno feminino". Libertada a mulher, libertar-se-á também o homem da opressão que para ela forjou; e entre dois adversários enfrentando-se em sua pura liberdade, fácil será encontrar um acordo.
O SEGUNDO SEXO, de Simone de Beauvoir, é obra indispensável a todo o ser humano que, dentro da condição feminina ou masculina, queira afirmar-se autêntico nesta época de transição de costumes e sentimentos.